segunda-feira, 8 de março de 2010

COMENTÁRIO TEOLÓGICO DA LIÇÃO 11



CURSO DE PREGADORES EVANGELISTAS

 

Aprenda a realizar uma série de Conferências Bíblicas de 30 noites. As aulas serão dadas em Salvador, no dia 11 de abril, na Igreja Adventista de Nazaré – CAS, das 8:30 às 16 horas. Haverá venda de livros de sermões, doutrinas e profecias escatológicas. Inscrição R$ 10,00, com Marta, na Associação Bahia, fone 2202-4416. Professor do Curso, pastor Otoniel de Carvalho.

Inscreva-se no e-mail: otoniel.carvalho@hotmail.com  e faça o pagamento da inscrição no dia e local do curso.

 


LIÇÃO 11

 

JUSTIÇA: ONDE A ENCONTRO?

 

Verso para Memorizar: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos" (Mateus 5:6).

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Mateus 23:25-28; Romanos 3:28; 8:4; 10:3; Gálatas 3:6; 1 João 2:3-6; 5:1-3

 

INTRODUÇÃO

 

JUSTIÇA significa perfeito cumprimento da Lei. Significa não pecar nem por pensamento, nem por palavra, nem por ações. Representa um cumprimento pleno e total da Lei Moral de Deus. Enfim, Justiça Perfeita significa nunca pecar contra Deus e Sua Lei Perfeita.

 

Por ser assim, nenhum ser humano sobre a Terra possui a Justiça Perfeita. Dizem as Escrituras: "Não há nenhum justo; nem um sequer. ...Todos se extraviaram..." Romanos 3:10 e 11. "Todos pecaram..."   Romanos 3:23. E Salomão sentenciou: "Não há homem justo sobre a Terra, que faça o bem e que não peque." Eclesiastes 7:20. E o Apóstolo João arrematou: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós." I João 1:8. E o profeta Isaías já afirmara sobre a justiça ontológica do homem: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia..." Isaías 64:6.

 

Lendo essa série de textos e citações bíblicas, descobrimos que, em relação à JUSTIÇA PERFEITA, o placar é sempre contra nós, humanos pecadores. Não existe, em toda a face da Terra, nenhum ser humano que pratica a JUSTIÇA PERFEITA. Há em todos os humanos um débito, uma dívida, para com a Lei divina e a Justiça Perfeita. E nenhum ser humano, de si mesmo e por si mesmo, pode pagar este débito, esta dívida. Isto nos deixa perdidos em nós mesmos, condenados pela Lei à morte eterna, pois "o salário do pecado é a morte" Romanos 6:23; e "a alma que pecar, essa morrerá" Ezequiel 18:4. O que precisa ser feito para nos SALVAR desta situação de perdição e morte?

 

A Lição da Escola Sabatina desta semana tem a resposta para esta pergunta: "O que precisa ser feito para nos SALVAR desta situação de perdição e morte?"

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 07 de março.

 

A NOSSA NECESSIDADE DE JUSTIÇA

 

Leitura Bíblica: Salmos 11:7; Provérbios 15:9; Eclesiastes 7:20; Isaías 64:6; Jeremias 23:5 e 6; Mateus 6:33; Romanos 3:9, 11, 23 e 28; Romanos 8:4; I Pedro 2:24; I João 2:29.

 

A leitura dos textos acima, e o que já comentamos na parte da "Introdução" desta Lição, nos revelam de forma clara e evidente que há em cada um de nós, pecadores, a necessidade de uma JUSTIÇA PERFEITA, com a qual precisamos comparecer diante do Deus Eterno. Não há no ser humano, crente ou não crente, uma JUSTIÇA INERENTE, ontológica. Por esse motivo, nenhum ser humano sobre a Terra cumpre a Lei Moral de Deus, os Dez Mandamentos (Êxodo 20:3 a 17) de maneira absoluta, total e perfeita. O Salmista declarou: "A Lei do Senhor é perfeita." Salmos 19:7. Então, nada há de errado com a Lei. Paulo afirmou que "a Lei [de Deus] é santa; e o mandamento: santo, justo e bom." Romanos 712. Logo, o problema não está com a Lei (símbolo da Justiça divina). Onde está o problema, que uma Lei Perfeita não consegue produzir Justiça Perfeita no homem?  No mesmo capítulo 7 da Carta aos Romanos, Paulo explica onde está o problema: "Porque bem sabemos que a Lei [de Deus] é ESPIRITUAL; eu, todavia, sou CARNAL, vendido à escravidão do pecado." Romanos 7:14. E quem está falando é o Paulo apóstolo e servo de Jesus Cristo. A Lei de Deus encontra no PECADO que existe no homem uma barreira que bloqueia em nós o cumprimento da Justiça Perfeita que há na Lei Perfeita. Então a Lei Perfeita não se cumpre em nós, pecadores, porque o Pecado (no singular) impede que a Lei de Deus se faça Justiça Perfeita em nós. A CARNE (natureza carnal pecaminosa) impede que a Lei, ESPIRITUAL e santa, se cumpra em nós, que não somos santos e espirituais em nós mesmos. Por esse motivo, todo pecador necessita de uma JUSTIÇA PERFEITA que venha de fora, do alto, de Deus.

 

Por entender que essa necessidade de Justiça Perfeita é a maior das necessidades humanas em todos os tempos, o Deus Eterno, em Sua Graça e Misericórdia, anunciou, por meio do seu profeta Jeremias, que estaria enviando à Terra, dentro de alguns anos (contando-se a partir do tempo em que Jeremias viveu, o sexto século antes de Cristo), a JUSTIÇA de que todos os humanos necessitavam. E essa JUSTIÇA PERFEITA não seria uma coisa, mas uma Pessoa. Leia o texto:

 

"Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi [Judá] um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na Terra. Nos seus dias [nos dias em que o Renovo se fizer presente em Judá – Israel], Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome [o nome do Renovo Justo] com que será chamado: SENHOR, JUSTIÇA NOSSA."  Jeremias 23:5 e 6, com interpolações e comentários nossos.

 

A profecia de Jeremias estava anunciando a presença corpórea e visível, em Judá (Israel) do Messias-Cristo, o "Renovo" de Davi, Jesus de Nazaré, Aquele Único que, na Terra, iria, "por amor da Sua própria Justiça, engrandecer a Lei e fazê-la gloriosa." Isaías 42:21. A Lei Moral, desobedecida, violada e desprezada pelos pecadores em geral, enfim encontraria um Homem, um Único Homem, que lhe obedeceria cada mandamento de forma absoluta, completa e total: o Homem Jesus de Nazaré. Ele é "o Senhor, Justiça Nossa", pois Ele cumpriu a Lei como nosso Substituto e como nosso Modelo de vida. Como nosso Substituto, Ele guarda e obedece a Lei de forma perfeita, e cumpre a Justiça que a Lei exige de mim. Em Cristo eu encontro obediência perfeita. Como Modelo para mim, a obediência perfeita de Jesus me revela o ALVO que devo mirar, a norma elevada que devo desejar, o objetivo maior que devo buscar para mim. Mas Deus, o Pai, já me aceita e me recebe, e me justifica em Jesus Cristo, Seu Filho, pois o Pai já aceitou a Justiça perfeita do Deus-Homem Jesus Cristo. O Pai já disse do Filho: "Este é o meu Filho amado, em que me comprazo"(Mateus 3:17), isto é, em quem Eu sinto prazer. O Filho que obedece a todos os mandamentos do Pai, e permanece no Seu amor (João 15:1 a 10). JESUS CRISTO é a Pessoa de quem mais necessitamos para termos a Justiça Perfeita. Ele é nossa Justiça.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 8 de março.

 

JUSTIÇA "FAÇA VOCÊ MESMO"

 

Leitura Bíblica: Isaías 64:6; Mateus 5:20; Mateus 23:25 a 28; Romanos 10:3.

 

Existem no mercado vários produtos que trazem a indicação: "Faça você mesmo". Produtos que ensinam o comprador a fazer alguma tarefa de casa, sem precisar contratar um profissional para fazer. Pequenos consertos em casa; pequenos objetos de uso caseiro, e que podem também ser vendidos. Há milhões de pessoas que, ao longo da longa história da presença do homem sobre a Terra, de Adão até os nossos dias, têm tentado alcançar a JUSTIÇA PERFEITA por meio de seus próprios atos de bondade. Existem milhares de professores, pregadores, mestres, sacerdotes, pastores, gurus, guias, rabis, xamãs, filósofos, e o que mais você possa imaginar, ensinando os humanos a procederem na vida de tal maneira que alcancem essa Justiça Perfeita, e com ela pretendem se justificar diante de Deus.

 

Quando Jesus começou Seu Ministério na Terra, Ele chamou DOZE HOMENS para iniciar com eles, e a partir deles, uma comunidade de pessoas que iriam ensinar ao mundo como alcançar a Justiça Perfeita e a Salvação diante de Deus. Jesus ensinou aos Doze: "Se a vossa justiça não exceder em muito à [justiça própria] dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus [jamais sereis salvos]" Mateus 5:20, interpolações e comentários nossos.

 

Que todo ser humano precisa de Justiça Perfeita para se apresentar diante de Deus e ser salvo da condenação eterna, isto é um fato já mostrado na lição de "domingo". Jesus estava dizendo aos DOZE APÓSTOLOS, e, por extensão, a todos nós, que essa Justiça Perfeita, salvadora, não se encontrava na vida e na obra dos "escribas e fariseus". Quem eram os "fariseus"? Na sociedade israelita dos tempos de Jesus, os "fariseus" eram consideradas as pessoas mais santas e cumpridoras da Lei (Torá) em Israel. Eram pessoas que se analisavam da mesma maneira que Saulo de Tarso, antes de este se tornar cristão: "Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à Lei [Torá], fariseu; quanto ao zelo [religioso], perseguidor da Igreja [dos cristãos]; quanto à justiça que há na Lei [uma Justiça Perfeita], irrepreensível [impecável]." Filipenses 3:5 e 6, interpolações e comentários nossos. Outro quadro ilustrativo de como funcionava a mente de um fariseu em relação ao cumprimento da Lei e da Justiça, o encontramos na Parábola do Fariseu e do Publicano. O fariseu orava em voz alta, dizendo a Deus: "Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens: roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda sou como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho." Lucas 18:9 a 14 (leia a Parábola toda). E se o fariseu continuasse falando, em sua oração, diria a Deus muitas coisas boas que realizava, em cumprimento da Lei (Torá). Ele estava apresentando a Deus a sua própria justiça, ou o "quão justo" (certinho, moralmente correto) ele era. Ele se achava o melhor homem do mundo, moralmente impecável, cheio de Justiça Legal, ou seja, justiça que a Lei exige. Jesus disse aos DOZE, e a nós também, que essa "justiça dos fariseus" não serve para nós, pois não atende à nossa necessidade de Justiça. A Justiça de que necessitamos, para sermos aceitos, recebidos e aprovados diante do Tribunal de Deus, não é a justiça do tipo "Faça você mesmo", ou justiça própria, mas uma Justiça Perfeita, que venha de fora, que venha do Alto, que venha de Deus. E essa Justiça Perfeita já nos foi envia\da por Deus-Pai, quando Ele enviou do Céu a Jesus de Nazaré, "Senhor Justiça Nossa".

 

A justiça tipo "Faça você mesmo" é muito comum nas religiões que possuem muitas regras, normas e estatutos para serem cumpridos por seus seguidores. O cumprimento dessas regras, normas, leis e estatutos cria na mente de quem os segue uma sensação de que tal cumprimento gera méritos salvadores, e justifica diante de Deus quem os segue.

 

Durante muitos anos, e até os nossos dias, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sofrido desse mal, e sido acusada da prática de Legalismo, ou seja, justificação e salvação mediante o cumprimento de leis, normas e estatutos. E essa acusação não esteve nem está longe da verdade. Tentando se mostrar diferente das demais denominações evangélico-protestantes já existentes em seu tempo, os fundadores da IASD deram ênfase excessiva ao cumprimento da Lei Moral, os Dez Mandamentos, incluindo aí o Quarto Mandamento, que ordena a guarda e santificação do Sétimo Dia da semana como sendo o Sábado santo do Senhor (Êxodo 20:8 a 11). Passaram a entender que a Justiça Perfeita seria alcançada diante de Deus mediante um fiel cumprimento da Lei Moral, e em especial da santificação estrita do Sábado. Cada adventista foi incentivado e motivado, continuamente, a guardar todos os Dez Mandamentos. A Teologia da Aceitação e Justificação do pecador mediante a fé em Jesus Cristo foi esquecida, deixada de lado, e não destacada. Era dito aos adventistas que a Justificação pela Fé em Jesus era somente um passo inicial, para perdão dos pecados passados (leia o livro "Em Busca de Identidade", editado pela CASA, do erudito adventista Dr. George Knight), e que, daí em diante, o que contava de fato era sua própria obediência à Lei Moral de Deus, os Dez Mandamentos. Isto foi assim de forma intensa de 1846 até 1888 e alguns anos depois. Mas, a partir de 1886, dois jovens obreiros adventistas da Califórnia, Alonzo Jones e Ellet Waggoner, embora não tendo ainda um compreensão total da Teologia da Justificação pela fé em Jesus, começaram a escrever, na revista "Signs of the Times" (Sinais dos Tempos), artigos que falavam da excelência da Pessoa e da Obra de Jesus Cristo, sendo o Mestre da Galileia a Justiça Perfeita de que cada pecador necessitava. Eles avançaram em seus estudos sobre a Justiça de Cristo como plenamente suficiente para Salvar os pecadores, e, enfrentando fortes críticas e oposição dos mais elevados e destacados dirigentes da Igreja, mas contando com o apoio completo de Ellen White, levaram o assunto até à reunião da Conferência Geral (mundial) dos Adventistas do Sétimo Dia, que se realizou em Mineápolis (Minesota), nos Estados Unidos da América. A pregação firme e decidida do tema da Justificação pela Fé somente em Jesus dividiu a assembléia geral em três grupos distintos: (1) Os que a rejeitaram de imediato; (2) os que a aceitaram de imediato; (3) os que ficaram indecisos, esperando que o assunto fosse clarificado e ampliado, para que eles pudessem aceitar e pregar. Ellen White começou a escrever e pregar com maior ênfase sobre Cristo e Sua Justiça Perfeita, como sendo a única Justiça que justifica todo pecador que crê em Jesus, rejeitando de forma completa a justiça própria, ou seja, a justiça do tipo "Faça você mesmo". Mas os anos se passaram, e os ensinos da Teologia adventista ora pendiam para o Legalismo, ora pendiam para a Justificação pela Fé somente em Jesus, dependendo de quem comandava a Igreja, e quem eram seus principais mestres, especialmente na Faculdade de Teologia da Universidade Andrews, em Michigan. A partir do final da década de 1950 a 1960, com a publicação do livro "Questions on Doctrine" (Perguntas sobre Doutrina), agora publicado em português pela CASA, com o título "Questões Sobre Doutrinas", foi que se intensificou no meio adventista o estudo, o ensino e a pregação da Justificação pela Fé em Jesus, mesmo encontrando forte resistência da parte de milhares de adventistas em todo o mundo, deixando de lado a pregação da justiça tipo "faça você mesmo". Porém, em alguns rincões adventistas, ainda permanece o ranço legalista da justiça "faça você mesmo".

 

Todos nós, adventistas do sétimo dia ou não, somos diariamente tentados a crer que nossos bons atos cumprem a Lei de Deus e produzem Justiça Perfeita, gerando méritos salvadores diante de Deus. A Igreja Católica Romana tem sua Teologia fortemente dominada por essa forma de pensar, fazendo forte ênfase nas Penitências e nas boas obras como sendo meritórias para a salvação. Nós, adventistas, somos tentados a acreditar que a guarda da Lei e do Sábado, a doação de dízimos e ofertas, nosso hábito de não comer carne de porco nem usar fumo e álcool, nossa freqüência aos cultos e nossa obra de evangelização geram méritos salvadores diante de Deus. Outros evangélicos-protestantes, como os pentecostais, pensam que falar em línguas estranhas, exorcizar em nome de Jesus, realizar curas e milagres acumula méritos salvadores diante de Deus. E assim cada denominação religiosa cria sua própria cosmovisão sobre a Justiça Perfeita e a Salvação.

 

Nossa Justiça Perfeita e plenamente suficiente para salvar o pecador, qualquer pecador, é JESUS CRISTO, somente Ele, vivendo sem pecado, morrendo vicariamente e substutivamente pelos pecadores, ressuscitando ao terceiro dia, e assumindo no Céu, junto ao Pai, Seu Ministério de Intercessão, no Santuário Celeste, até que o Tribunal do Céu complete sua obra de julgamento dos homens, e Jesus volte à Terra para dar a sentença a cada pessoa, conforme as suas obras (Apocalipse 22:11 e 12). Salvos mediante a fé em Jesus Cristo, mas julgados por suas obras.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 9 de março.

 

CRISTO, JUSTIÇA NOSSA

 

Leitura Bíblica: Jeremias 23:5 e 6; Romanos 5:17 a 19; Gálatas 3:6.

 

"Se, pela ofensa de um [Adão] e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa [o pecado de Adão], veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça [a morte vicária de Jesus], veio a graça sobre todos os homens, para a justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem [Adão] muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só [Jesus Cristo], muitos se tornarão justos." Romanos 5:17 a 19, interpolações e comentários nossos.

 

A única OBEDIÊNCIA à Lei de Deus, que produz Justiça perfeita e méritos salvadores é a OBEDIÊNCIA PERFEITA e Substitutiva, vicária, do homem Jesus, o Messias-Cristo. É com base e fundamento nessa OBEDIÊNCIA ÚNICA, perfeita, de Jesus, que Deus-Pai aceita, perdoa, justifica e salva todo pecador que, mediante a fé, aceita a Jesus como Único Salvador pessoal. Esta foi uma OBEDIÊNCIA geradora de Justiça Perfeita porque foi uma obediência perfeita. Ninguém dá o que não tem. Quem não é perfeito em si mesmo jamais poderá gerar perfeição. Obediência perfeita à Lei de Deus por parte de seres humanos pecadores é uma impossibilidade. Como Jesus foi perfeito, sem jamais haver pecado (leia II Coríntios 5:21 e Hebreus 4:14 a 16), Sua obediência à Lei Moral foi perfeita e completa. Deus oferece a todos os pecadores, indistintamente, a Justiça Perfeita conseguida mediante a Obediência Perfeita de Jesus. Quem aceita, pela fé, a Justiça Perfeita que há somente em Jesus, Deus-Pai declara esse pecador JUSTIFICADO PELA FÉ EM JESUS. Ele não é feito justo mediante a fé. Ele é declarado justo, mediante a fé em Jesus. Isto se chama, teologicamente falando, de Justiça Imputada, ou Creditada. Deus imputa, ou credita, mediante firme fé em Jesus, a quem não tem justiça perfeita, a perfeita justiça de Jesus, o Messias-Cristo. Por esse motivo, se judeus ou gentios querem apresentar diante do Tribunal de Deus uma Justiça Perfeita para serem justificados e salvos, isto só é possível para quem aceitou, recebeu, por fé, a Justiça Perfeita de Cristo. Deus só justifica quem, pela fé, está em Cristo. Quem rejeita a Justiça de Jesus, e tenta impor a Deus uma justiça própria, tipo "faça você mesmo", vai se decepcionar, pois Deus não a aceitará como válida para a justificação e salvação. Muitos de nós, adventistas inclusive, confundem "obediência substitutiva" com "obediência de louvor", e pensa que será salvo por causa de sua própria obediência. Leia Romanos 5:19 e veja que você será salvo "pela obediência de um só", o qual é Jesus Cristo. A sua obediência é um ato de louvor a Deus. Por isso se chama "obediência laudatória".

 

Paulo afirmou que este foi o grande erro dos judeus (israelitas segundo a carne): "Porquanto, desconhecendo [ou não reconhecendo] a justiça de Deus [que se revelou aos humanos na pessoa e obra de Jesus, o Messias-Cristo], e procurando estabelecer a sua [justiça] própria, não se sujeitaram a que vem de Deus" Romanos 10:3, comentários e interpolações nossos.

 

Assim como os judeus impenitentes, que rejeitam a Jesus como sendo o Messias-Cristo Justificador e Salvador, procedem também todos os religiosos que se fundamentam em suas próprias obras religiosas, tentando se justificar e salvar diante de Deus mediante a apresentação de uma justiça humana imperfeita, incompleta, insuficiente para ser aprovada pelo Tribunal Divino. O inferno estará cheio de pessoas que tentaram se justificar diante de Deus por suas próprias obras religiosas, além daqueles que não fizeram caso nenhum da Obra Salvadora efetuada por Jesus, o Cristo.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 10 de março.

 

JUSTIÇA E OBEDIÊNCIA

 

Leitura Bíblica: Mateus 5:20; Mateus 7:21 a 23; João 15:1 a 5; Efésios 2:8 a 10;

I João 2:4 a 6.

 

Duas coisas especiais precisamos entender sobre OBEDIÊNCIA:

 

1.      OBEDIÊNCIA VICÁRIA, SUBSTITUTIVA (Romanos 5:19). A Obediência Perfeita de Jesus à Lei de Deus. Com Sua Obediência Perfeita à Lei, Jesus cumpriu tudo o que a Lei Moral exigia dele como Homem. Uma obediência total e completa, sem mancha. Ela é uma Obediência Expiatória porque Jesus, como Homem, obedeceu em nosso lugar, de forma vicária, expiatória. Era o Segundo Adão obedecendo à Lei que o Primeiro Adão desobedeceu. Além de Sua Obediência Perfeita à Lei quando vivo, Jesus ofereceu à Lei o pagamento da dívida de Adão. Ele deu Sua vida perfeita em pagamento da vida de Adão. E isto vale para todo descendente de Adão e Eva. Um sacrifício vicário (em lugar de) e expiatório (em favor de). Toda a dívida de sangue que a raça humana tinha para com a Lei de Deus foi paga com o Sacrifício expiatório de Jesus.

 

2.      OBEDIÊNCIA LAUDATÓRIA (de Louvor). Nossa obediência à Lei de Deus jamais será vicária e substitutiva, pois não pode ser expiatória. A morte de um homem, por mais santo e justo que esse homem seja em si mesmo, trata-se da morte de um pecador. Quando um pecador morre, sua morte é uma exigência da Lei, pois "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23) e "a alma que pecar, essa morrerá" (Ezequiel 18:4). Sua morte cumpre a Lei, mas não faz expiação, nem produz vida após a morte. Todo nosso esforço e zelo para obedecer, como homens, à Lei de Deus, é um ato de louvor a Deus-Pai, e a Seu Filho, Jesus Cristo. Entregamos nossa vida a Jesus em sacrifício de louvor. Nossa vida, a partir da aceitação da Pessoa e Obra de Jesus, pela fé, o que leva a Deus nos declarar justificados, inicia em nós um festival de louvor a Jesus. Todos os nossos atos religiosos –ir ao templo para adorar, ler a Bíblia, orar, fazer o bem ao próximo, devolver dízimos e ofertas, testemunhar de Jesus, amar nossos semelhantes, cuidar de nossa saúde física e mental, obedecer à Lei na medida do humanamente possível –são festivais de Louvor a Jesus Cristo, Aquele que nos salvou, por Seu sangue, e nos santifica no Espírito, para a prática das boas obras. Obras essas que são realizadas não na busca ansiosa pela justificação e salvação por méritos humanos, mas obras que são o fruto de uma vida ligada a Jesus (João 15:1 a 5). Precisa o cristão, salvo pela fé, obedecer a todos os mandamentos de Deus? Sim! Não só precisa, como deve obedecer. Mas deve sempre ter em mente que não está obedecendo à Lei para ser salvo, mas está obedecendo à Lei como um festival de louvor a Jesus, que já o salvou, e o convidou para o discipulado e prática do bem. Obedece porque está salvo, e não para tentar ser salvo.

"Aquele que tenta observar os mandamentos de Deus por um senso de obrigação apenas – porque é requerido que assim faça – jamais sentirá o prazer da obediência. Não obedece. Quando, por contrariarem a inclinação humana, os reclamos de Deus são considerados um fardo, podemos saber que a vida não é uma vida cristã. A verdadeira obediência é a expressão de um princípio interior. Origina-se do amor à justiça, o amor à lei de Deus. A essência de toda justiça é lealdade ao nosso Redentor. Isso nos levará a fazer o que é reto porque é reto, porque a justiça é agradável a Deus" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 97, 98, ênfase fornecida).

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 11 e 12 de março.

 

A VIDA JUSTA

 

Leitura Bíblica: João 15:1 a 5; I João 5:1 a 3.

 

Em essência, todo ser humano é um pecador, do nascimento à morte. Como o "pecado é transgressão da Lei"  (I João 3:4), isto quer dizer que todos os humanos, sem exceção, são pecadores diante de Deus, seres condenados à morte eterna. Esta é a verdade a respeito da raça humana. Pobres e ricos, cultos e incultos, brancos, pretos e amarelos, homens e mulheres, todos são pecadores. Avista da Lei e da Justiça divinas, ninguém é melhor do que ninguém. Ninguém pode se levantar no meio dessa multidão de bilhões de seres humanos sobre a Terra e dizer verdadeiramente: "Eu não sou um pecador." Se o disse, estará falando uma mentira, e todos sabem isto.

 

Por causa desta situação universal de Pecado, ruína e morte da raça humana, Deus interveio – idéia que os humanistas modernistas e posmodernistas, deístas e ateístas odeiam ouvir – na história e na vida do homem pecador. Diz a Bíblia: "E o Verbo [Deus] Se fez carne [homem] e habitou entre nós..." João 1:14, interpolação nossa. Deus Se fez humanidade, na Pessoa de Jesus de Nazaré, o Messias-Cristo, e interveio na história e na vida da raça humana em geral. Jesus, morrendo de forma vicária e expiatória na Cruz, em frente da cidade de Jerusalém, por volta do ano 31AD, fez história dentro de nossa história. Ele interveio em nossa história de homens pecadores, e providenciou Justiça e Salvação para nós todos, todos os humanos. Você pode tentar negar, mistificar, confundir, mas nada disso muda a realidade histórica nova que Jesus veio implantar, por sua vida e morte substitutivas e vicárias, o Reino da Vida na Terra, território que Satanás declarava ser dele, e que os humanos pecadores aceitavam como normal. A partir da vida e morte-ressurreição de Jesus de Nazaré, o Messias-Cristo, nunca mais a história humana foi a mesma, e não digo isto em sentido cronológico, mas teológico e histórico. Para todos aqueles que, pela fé, aceitam a intervenção de Jesus em sua história e em sua vida, Justificando-os pela fé em Jesus, são iniciados no processo de santificação, que nada mais é do que a implantação do Reino Santo de Deus em nosso Eu interior, nos conscientizando de que, pela fé em, Jesus, somos santos em processo de construção, pela obra do Espírito Santo de Deus em nossa vida. Deus, em Jesus, mudou nossa história (justificação); Deus, no Espírito Santo, muda nossa vida (santificação). Assim Deus nos prepara para morarmos no Céu, na Sua presença e na companhia dos santos anjos que ali moram. E nos prepara para sermos eternos moradores da Terra renova, refeita, transformada em "novos céus e nova Terra, onde habita a JUSTIÇA" II Pedro 3:13, grifo nosso (leia também Apocalipse 21 e 22).

 

Você quer a JUSTIÇA DE DEUS?  Então aceite Jesus como sendo a Justiça de Deus. Você quer ser santo? Então deixe o Espírito Santo fazer de você um santo.

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 



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