quarta-feira, 25 de agosto de 2010

COMENTÁRIO TEOLÓGICO DA LIÇÃO 9 DA ES


 

 

 

Lição 9

 

LIBERDADE EM CRISTO

 

Verso para Memorizar:

 

"Agora,pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus."  Romanos 8:1.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Romanos 8:1 a 17; Gálatas 5.

 

INTRODUÇÃO

 

A Lição desta semana focaliza Romanos 8:1 a 17. É uma continuação dos argumentos que Paulo vem usando desde Romanos 5. Veja a sequência abaixo:

 

  • Romanos 5:  Livres da Ira, pelo amor de Deus. Reconciliados com Deus.
  • Romanos 6: Livres do domínio do pecado. Rumo à santificação.
  • Romanos 7: Livres da condenação da Lei. Uma vida sem condenação ou culpa.
  • Romanos 8: Livres das garras da Morte. O Espírito nos dá vida nova em Cristo.

 

Paulo escreveu aos cristãos da Galácia: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos submetais, de novo, a um jugo de escravidão." Gálatas 5:1. Use sua liberdade "em Cristo" para avançar na fé, para crescer espiritualmente, para viver o Evangelho como uma experiência de vida, para testemunhar de sua fé em Jesus, para dar um bom exemplo aos pecadores, para caminhar a passos firmes para a breve glorificação.

 

Romanos 8 destaca a obra do Espírito Santo no Plano da Salvação. Uma grande obra o Espírito Santo realiza na vida do crente salvo pela Graça de Deus, mediante a fé em Jesus. A teologia da Justificação pela fé apresenta a obra que Jesus fez por nós. A teologia da santificação mostra o que o Espírito Santo realiza nos crentes já justificados pela fé. Ambas as obras são complementares e estão vinculadas, embora cada uma delas tenha o seu significado teológico próprio. Mas uma não dispensa a outra.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 22 de agosto.

 

LIBERDADE DA CONDENAÇÃO DA LEI

 

Leitura Bíblica: Romanos 8:1 e 2.

 

"Agora,pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei [princípio, dínamis, poder, força ativa] do Espírito da vida [ou do Espírito que dá vida], em [ou: por meio de] Cristo Jesus te livrou da lei [princípio, dínamis, força ativa] do Pecado e da [lei] da Morte" Romanos 8:1 e 2, com interpolações e comentários nossos.

 

Paulo já havia mostrado, no capítulo 7 de Romanos, que há em todo cristão um conflito interior entre o Bem e o Mal, o Certo e o Errado, o Pecado e a Justiça. Paulo também mostrou que todo cristão possui duas naturezas: (1) A Natureza Carnal, que herdou do Adão pecador, seu pai segundo a carne; e (2) a Natureza Espiritual, que herdou de Deus, em e por Jesus Cristo, seu Pai espiritual. A Lei de Deus, que condena o Pecado, é "espiritual", conforme Romanos 7:14; e, segundo o mesmo texto, todo ser humanos é "carnal". Daí se dá o choque de naturezas, e o conflito entre CARNE e ESPÍRITO acontece. Sendo que Jesus veio como o Segundo Adão, para corrigir todo o erro cometido pelo primeiro Adão, e pagar a dívida que este contraiu diante da Lei, Jesus Cristo é o Homem-Substituto de, ou para, Adão e de todos os descendentes deste. Ora, Jesus é um homem universal, cabeça e representante de toda uma raça, substituindo em Sua vida perfeita e morte vicária toda a raça humana. A Lei fez cair sobre Jesus, o Messias-Cristo toda a condenação e maldição que estava destinada aos humanos pecadores. A Morte de Jesus paga a dívida de toda a raça humana para com a Lei. Saindo Jesus da sepultura, e tendo vencido a Morte, o Jesus Cristo ressurreto é o SENHOR, o grande vencedor sobre Satanás, o Pecado e a Morte. Sendo Jesus nosso SUBSTITUTO, Sua morte representa nossa morte. Sua Ressurreição para a Vida representa nosso retorno à vida, livres de toda e qualquer condenação imposta pela Lei, pois tal condenação já recaiu sobre nosso Substituto, o qual já pagou a pena, a condenação. Não resta, pois, nenhuma condenação para os pecadores. O que resta para todos nós, pecadores, é uma DÍVIDA para com a Graça de Deus. Antes da Morte-Ressurreição de Jesus, o Homem-Substituto, toda a raça humana devia à Lei de Deus; isto é, estava "sob a Lei". Agora que Jesus morreu e ressuscitou, comprando para Deus toda a raça humana, estamos todos "sob a Graça", ou devedores à Graça de Deus. Fomos comprados para Deus. Somos propriedades de Deus, por redenção.

 

Surge, pois, uma pergunta: "E por que nem todos os humanos serão salvos da morte eterna?"  Resposta: Porque lhes falta a fé em Jesus. Todos os humanos têm de TOMAR POSSE DE SUA SALVAÇÃO PELA FÉ EM JESUS. Faltando a fé que liga o pecador necessitado ao Deus provedor, a SALVAÇÃO não pode ser canalizada para sua vida. A recepção (o ato de receber a) da Salvação é pela fé em Jesus. Faltando esta FÉ EM JESUS (não uma fé geral, abstrata, subjetiva), objetiva, específica, é a fé que atrai para o pecador a Salvação gratuita que Deus providenciou em Jesus, o Messias-Cristo.

 

Quando Paulo fala na "LEI DO ESPÍRITO DA VIDA", ele está falando numa força, poder, uma dínamis que produz VIDA. E nós sabemos, pela Bíblia, que essa força, poder ou dínamis que produz VIDA é o Espírito Santo, ou seja, é Deus, operando por meio da Terceira Pessoa da Divindade, o Espírito Santo, ou seja, "O ESPÍRITO DA VIDA". Esta obra do Espírito Santo na vida de cristãos já justificados pela fé em Cristo Jesus, faz com que o crente passe da Morte para a Vida. Antes, vivendo no pecado, caminhava para a Morte. Hoje, salvo pela Graça, justificado pela fé em Jesus, caminha em direção à Vida Eterna. E o Espírito Santo prepara o crente para saber viver essa vida nova, essa vida no Espírito. A "lei do Pecado" e a "lei da Morte", isto é, o princípio ativo, a força, a dínamis do Pecado e da Morte, que escravizaram os humanos por tanto tempo, já não mais reina absoluta, pois Jesus, o Homem-Substituto, rompeu as barreiras, venceu o Pecado, venceu a Morte, e libertou os cativos do Pecado e da Morte. Em Cristo, somos todos livres do domínio do Pecado e do domínio da Morte. Nosso novo Senhor é Jesus, e o Espírito Santo nos convence, todo dia, que já somos de Jesus, filhos do Rei, e nosso viver na Terra não será mais para agradar a Carne, o Pecado e a Morte, mas para louvar a Jesus, nosso Libertador e Senhor. Nossa vida diária, de crentes salvos pela Graça e Justificados pela fé, precisa ser um DIÁRIO FESTIVAL DE LOUVOR A JESUS, NOSSO SENHOR!

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 23 de agosto.

 

O QUE A LEI NÃO PODE FAZER

 

Leitura Bíblica: Romanos 8:3 e 4.

 

"Porquanto, o que fora impossível à Lei [salvar o pecador e lhe dar Vida], no que [pelo fato de] estava enferma pela carne [pela natureza carnal pecaminosa], isto fez Deus [salvou os pecadores e lhes deu Vida, em e por Jesus Cristo], enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa [mas não "em carne pecaminosa" –semelhança, mas não igualdade], e no tocante ao pecado [no que se refere ao pecado]; e, com efeito, condenou Deus, na carne [na natureza pecaminosa] o pecado." Romanos 8:3, com interpolações e comentários nossos.

 

Deus jamais atribuiu à Lei a função de salvar. Salvação é ação de Deus, diretamente, e não da Lei. Paulo afirma que "pela Lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3:20), mas não a justificação e a salvação. A Lei é como um Raio X, mostra a doença, mas não cura a doença. A Lei, "santa, justa e boa", encontrou diante de si uma humanidade que não é santa, não é justa e não é boa. Uma humanidade em pecado, que é, em tudo, contrária à Lei. O que aconteceu nesse encontro? CONDENAÇÃO. Onde a Lei encontra Pecado, Injustiça, Transgressão, ela emite sua condenação sobre essas coisas más e injustas, contrárias à vontade de Deus.

 

Outra coisa importante no texto de Romanos 8:3, é que Paulo afirma que Deus enviou Seu Filho "em semelhança de carne pecaminosa". Ele não afirma que Deus enviou Seu Filho "em carne pecaminosa", ou seja, com natureza pecaminosa, como alguns teólogos, inclusive adventistas, afirmam. Era uma "semelhança", mas não uma igualdade. Paulo declara: "Àquele que NÃO CONHECEU PECADO, Deus O fez Pecado [ou: uma oferta pelo pecado] por nós, para que nEle [em Cristo] fôssemos feitos  justiça de Deus [ou justificados pela justiça de Deus]" II Coríntios 5:21. Em Hebreus 4:14 a 16, Paulo afirma que Cristo "foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança", e ressalta: "MAS SEM PECADO", isto é, sem ceder à tentação. Olhando alguém para o homem Jesus, via-O como um judeu entre outros judeus, um ser humano em meio a outros seres humanos, ou em tudo semelhante aos demais seres humanos. A diferença entre Jesus e os demais homens era interior: Todos os humanos eram pecadores por pensamentos, palavras e atos. Jesus não o era, em forma alguma. Era Ele "inculpável, sem mácula, separado dos pecadores [no que se refere ao hábito de pecar], de feito mais alto do que os céus" Hebreus 7:26. 

 

Como é que nós cumprimos o "preceito" da Lei, ou seja, o que a Lei preceitua, ou exige? Somente em e por Cristo Jesus. Nossa obediência perfeita a Deus se dá como sendo uma "obediência por fé", conforme Romanos 1:5, e não como uma obediência por nossas próprias obras. Nós, crentes justificados pela fé em Jesus, aceitamos e tomamos posse, pela fé, da "obediência de um só", Jesus, conforme Romanos 5:19, uma obediência perfeita, e, com base nisso, somos perdoados e aceitos por Deus, justificados pela fé nessa obediência perfeita de Jesus. Nossa obediência pessoal é sempre imperfeita, defeituosa, e incapaz de cumprir em sua plenitude o "preceito da Lei". Somente em Jesus isto é possível, mas não o JESUS MODELO, mas o JESUS SUBSTITUTO.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 24 de agosto.

 

A CARNE CONTRA O ESPÍRITO

 

Leitura Bíblica:  Romanos 8:5 a 8. Gálatas 5:16 a 26.

 

"Porque a CARNE [natureza carnal, pecaminosa] milita [luta, guerreia] contra o  ESPÍRITO [natureza espiritual], e o Espírito contra a Carne, porque são opostos entre si, para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer [vossa vontade não santificada pelo Espírito]" Gálatas 5:17, com interpolações e comentários nossos.

 

"Porque os que se inclinam [se voltam, buscam] para a CARNE [natureza carnal, pecaminosa] cogitam [falam, pensam, se envolvem] das coisas da CARNE; mas os que se inclinam [se voltam] para o ESPÍRITO [para o que é espiritual, de Deus], [cogitam, falam, se interessam, pensam, se envolvem com], das coisas do ESPÍRITO [aquilo que pertence ao Espírito Santo, coisas santas e espirituais]. Porque o pendor [interesse, inclinação, motivação] da CARNE dá para a morte [conduz à morte eterna]; mas o [pendor] do ESPÍRITO [inclinar-se, voltar-se, interessar-se, comprometer-se, envolver-se], para a vida [resulta em Vida Eterna] e paz [paz com Deus, a paz da justificação, conforme Romanos 5:1]" Romanos 8:5 e 6, com grifos, interpolações e comentários nossos.

 

Por que essas coisas são assim?  Paulo responde com muita clareza e convicção:

 

"Por isso [por esse motivo], o pendor [a inclinação, o interesse, a motivação] da CARNE [da natureza carnal pecaminosa] é inimizade contra Deus [agrada a Satanás, o inimigo, e desagrada a Deus], pois não está sujeito [não obedece a, não se submete às normas], à Lei de Deus, nem mesmo o pode estar. Portanto, os que estão NA CARNE [vivendo conforme o que sua natureza carnal pecaminosa aconselha e ordena] não podem agradar a Deus [não estão vivendo para satisfazer a vontade de Deus, conforme Romanos 12:1 e 2]"  Romanos 8:8-7, grifos, interpolações e comentários nossos.

 

Quem vive para a CARNE, está se dirigindo para a morte eterna. Quem vive para as coisas do ESPÍRITO, vive conforme a vontade de Deus, e caminha para a vida eterna. Ninguém deve, nem pode, servir a dois senhores. Muitos de nós queremos viver para a carne e para o Espírito. Isto é impossível. Termina perdendo sua salvação, por amar demais o mundo e tudo o que o mundo oferece. Se o cristão não luta, nem trava uma guerra, contra o Pecado, mas se deixa absorver e aculturar pelo pecado, já não mais pode ser verdadeiramente chamado de cristão, ou de "crente". O que caracteriza um verdadeiro cristão é sua guerra pessoal contra o Pecado, não deixando que a CARNE reine em sua vida pessoal.

 

Não se esqueça de que dentro de cada cristão há um feroz "pitbull", pronto para atacar, que é nossa natureza carnal pecaminosa. Você precisa pedir ao Espírito Santo que controle e domine o "pitbull" que há em você, a fim de que você não seja derrotado espiritualmente, voltando para o mundo e para a perdição.

 

Que Deus te salve de ti mesmo!

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 25 de agosto.

 

O ESPÍRITO EM NÓS

 

Leitura Bíblica: Romanos 8:9 a 14.

 

Paulo afirma aos cristãos:

 

"Vós, porém, não estais na CARNE, mas no ESPÍRITO, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo [natureza carnal pecaminosa], na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito [natureza espiritual] é vida, por causa da justiça [Justiça de Deus, que aceitamos pela fé em Jesus]. Se habita em vós o Espírito dAquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos [o Espírito Santo], esse mesmo [Espírito] que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará [dará vida, ressuscitará] também o vosso corpo mortal [corpo destinado à morte], por meio do seu Espírito [o Espírito Santo de Deus], que em vós habita."  Romanos 8:9 a 11, com grifos, interpolações e comentários nossos.

 

A obra de Deus em nosso favor é dupla e seqüenciada, vinculada:

 

  • A obra de Deus por nós (objetiva) mediante o agir de Jesus Cristo -  Justificação;
  • A obra de Deus em nós (subjetiva) mediante o agir do Espírito Santo – Santificação.

 

O mesmo ESPÍRITO SANTO que operou a ressurreição de Jesus, também vai operar a nossa futura ressurreição temporal e escatológica. No entanto, Paulo fala de uma obra de ressurreição parcial que o Espírito Santo opera em nós aqui e agora. Em sua Carta aos Efésios, Paulo escreveu em relação ao "antes" e ao "agora" dos crentes: "Ele [Deus] vos deu VIDA, estando vós [pecadores] MORTOS EM DELITOS E PECADOS." Efésios 2:1, com grifos e interpolações nossos. Pode o crente "em Jesus", já agora, considerar-se VIVO para Deus. Estava "morto em delitos e pecados", servindo a Satanás mediante as ações da natureza carnal pecaminosa. Agora, em Cristo Jesus, salvo pela Graça de Deus e justificado pela fé, tem VIDA, passou da Morte para a Vida. E mesmo que morra, morre na esperança de uma Ressurreição que já lhe é certa, "em Cristo Jesus", e pelo operar poderoso do Espírito Santo, o mesmo que ressuscitou Jesus, chamando-O dentre os mortos.

 

O Espírito Santo também opera no crente uma vida de SANTIFICAÇÃO. Uma vida onde a Natureza Espiritual está forte, viva e animada, e a Natureza Carnal está dominada, subjugada, condenada à destruição final, quando Jesus vier.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 26 e 27 de agosto.

 

ADOÇÃO CONTRA A ESCRAVIDÃO

 

Leitura Bíblica: Romanos 8:12 a 17.

 

O escravo sabe que não é o filho. O filho deve viver na consciência de que é filho, e não escravo.

 

Na Parábola do Filho Pródigo (leia Lucas 15:11 a 32, lemos sobre dois filhos de um mesmo pai. O filho mais novo, sentindo-se como um escravo na casa do pai, clamou por liberdade fora do lar. Queria sair da casa do pai para sentir-se livre em outros lugares, mas fora de casa. Viajou para longe de casa, divertiu-se, feriu-se moral e espiritualmente, negou todos os valores morais e espirituais que tinha recebido do pai, quebrou-se financeira, moral e espiritualmente. Lá de dentro de um chiqueiro de porcos, analisou sua presente situação, e decidiu voltara para casa, pois descobriu que a verdadeira liberdade estava na casa de seu pai, sua casa, donde saíra. Ele volta para casa, e o pai o trata mais uma vez como filho, e não como escravo, e o jovem encontra liberdade e segurança ao lado do pai. Por outro lado, o filho mais velho, que não saíra de casa, nem de junto do pai, murmurou contra a decisão de seu pai, de tratar seu irmão gastador e perdulário como se este fosse um filho amado. Ele achava que seu irmão deveria ser tratado como escravo, pois não "merecia" ser considerado filho. Em seus argumentos junto a seu pai, o filho mais velho, que até aí parecia ser um cordato filho, um filho obediente, um homem livre, revelou ao pai ser um jovem frustrado na vida, pois tinha uma mente de escravo, trabalhava para o pai com postura de escravo, pois não se sentira livre nem para fazer uma festa com seus amigos, matando para esta festa um dos cabritos cevados que seu pai mantinha em casa para os dias de festa. Ele era um escravo dentro de casa, e todos pensavam, inclusive o pai, que ele se considerava livre. Ambos os filhos da parábola se perderam: Um se perdeu ao sair de casa, indo ao mundo em busca de liberdade; o outro estava perdido já dentro de casa, pois não se sentia livre junto a seu pai, e achava que seu pai era um homem injusto. Nesta Parábola, Jesus estava falando dos GENTIOS  e dos JUDEUS. Os gentios foram representados na Parábola pelo filho mais novo, que deixou a casa do pai em busca de liberdade e felicidade, mas, depois de muito penar, descobriu que a verdadeira liberdade e a felicidade que tanto buscava estava exatamente na casa do pai, que ele deixara já fazia algum tempo. Os JUDEUS foram representados pelo filho mais velho, o qual se sentia escravo vivendo ao lado do pai, na casa do pai. Israel era um povo em Aliança com Deus, povo libertado por Deus, povo amado de Deus, povo a serviço de Deus. Mas Israel servia a Deus de mau humor. Criticava as ações de Deus, desobedecia à Lei de Deus, não valorizava a liberdade que tinha junto a Deus. Israel servia a Deus sem alegria, sem felicidade, sem prazer. Israel se sentia escravizado a Deus, preso por uma Aliança que não amava. Israel não sentia que tudo o que Deus tinha era deles pelos termos da Aliança, quando Deus dissera: "Eu sou o teu Deus; tu és o meu povo".

 

Ainda hoje, milhões de cristãos estão nas igrejas, inclusive na Igreja Adventista do Sétimo Dia, nossa igreja, mas não se sente livre, feliz, amado de Deus. Milhões vivem freqüentando igrejas cristãs, mas se sentem como escravos de um compromisso com Deus, o que, pensam eles, não os deixa livres para fazerem tudo o que o MUNDO faz. Olham para o Mundo e pensam: "Isto é que é vida. Isto é que é liberdade. Eu fico na Igreja, e me dizem: 'Não faça isto!'  'Não faça aquilo!'  E o tempo todo estão me dizendo o que fazer e o que não fazer! Isto não é liberdade. Liberdade têm os mundanos: eles bebem, fumam, dançam, falam palavrões, roubam, mentem, adulteram, se agridem, fornicam, são corruptos, não ficam pensando no que Deus pensa sobre eles." E muitos, especialmente entre os jovens e adolescentes, invejam a "liberdade" fora de casa, fora da Igreja, fora dos braços de Deus, e se bandeiam para o MUNDO, para o inferno, para a perdição. Estavam perdidos em casa, junto ao Pai. Não amavam a Deus; não amavam a Lei de Deus; não amavam a Igreja de Deus; não amavam a Palavra de Deus. Estavam em casa, na Igreja, porque seus pais o criaram na religião deles; outros, porque simpatizaram com alguém da Igreja e casaram com tal pessoa. Outros, viram na vida de crente uma chance para conseguir emprego e dinheiro. Mas nunca brotou neles um amor livre e espontâneo pelo Pai, pela Casa do Pai. Milhares na minha igreja vivem sem alegria de ser cristão. Vão para a igreja, quando vão, como se fossem bois indo para o matadouro. Vão mal vestidos, cheirando mal, resmungando, não levam a Bíblia, nem o hinário, nem a Lição da Escola Sabatina. Desejam que o dia de Sábado, o dia santo de Deus, chegue logo ao fim, pois se sentem como prisioneiros dentro do Sábado. Querem ficar livres desse "sábado" cansativo, para poderem ir para as festas de sábado à noite com os amigos, alguns deles de caráter duvidoso. Querem o tempo livre para jogar bola, namorar fora das normas da igreja, ir ao cinema, ir às festas mundanas. E quando lhe perguntam: "Você é crente?"  Ele responde: "Sou. Eu sou adventista do sétimo dia". Porém não amam a Deus, nem ao advento de Cristo, nem ao Sábado do sétimo dia. Sentem-se presos em casa (a Igreja), escravos de uma religião que não os faz felizes, livres, alegres. Almejam o dia quando sairão de casa (a igreja) e irão para o Mundo e tudo o que o mundo oferece de pior.

 

Romanos 8:12 a 17 incentiva e motiva aos crentes salvos pela Graça de Deus e justificados pela fé em Jesus a se sentirem livres, alegres e felizes em serem "filhos" de Deus, em serem "herdeiros de Deus e co-herdeiros [herdeiros juntos com] com Cristo", o Filho de Deus, nosso Irmão mais velho (Romanos 8:17). Somos incentivados a termos mente de FILHOS do Pai Eterno, e não mais escravos, vivendo com medo dos castigos de Deus. Devemos chamar Deus de "Aba, Pai", ou seja: "Paizinho, Papai, Pai Querido", assim como faz uma simples e pura criança, quando se encontra nos braços de seu pai terrestre. Devemos sentir-nos seguros, amados, alegres e felizes pelo fato de sermos, "em Cristo Jesus", amados do Pai, eleitos do Pai, queridos do Pai, assim como foi Jesus, de quem o Pai afirmou: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:17), ou seja, "em quem Eu sinto alegria e prazer".

 

Precisamos servir a Deus com mente de filhos amados do Pai, e não com mente de escravo, sempre atemorizados, sempre com medo de Deus.

 

Que esta seja sua experiência de vida espiritual, vida de crente.

 

 

Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 



 

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