segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 9 DA ESCOLA SABATINA



LIÇÃO  9

 

RISPA – A INFLUÊNCIA DA FIDELIDADE

 

 

Verso para memorizar: "Ele o cobrirá com as Suas penas, e sob as Suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dEle será o seu escudo protetor." Salmos 91:4, NVI.

 

LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA: Deuteronômio 30:19; II Samuel 3:6 a 11; 21:1 a 9;  Marcos 13:13.

 

INTRODUÇÃO

 

A lição da Escola Sabatina desta semana vai ao fundo dos bastidores bíblicos, e de lá traz à luz dos holofotes uma personagem que quase ninguém imaginaria que, um dia, sua vida seria motivo de um estudo na lição da Escola Sabatina: RISPA, uma das concubinas de Saul. Três personagens se destacam nesta lição:  Isbosete, filho de Saul; Abner, comandante do exército de Israel no tempo em que Saul reinou; e Rispa, uma concubina de Saul. Vamos estudar a lição, e verificar como esses personagens agiram, e quais foram as consequências dos seus atos, para o bem e para o mal.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 21 de novembro.

 

A CONCUBINA DO REI SAUL

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 25:5 e 6; Juízes 8:30 e 31; II Samuel 3:6 a 11; II Samuel 5:13 a 16; II Reis 11:2 e 3.

 

O concubinato era comum e legalizado em Israel, como também em muitas outras nações e reinos do Oriente. Abraão, Saul, Davi, Salomão e muitos outros personagens bíblicos as possuíram. A concubina era uma espécie de esposa secundária, mas tinha uma relação legalizada com o homem a quem se unira, e seus filhos também eram considerados herdeiros dos bens de seu pai. Geralmente, os filhos das concubinas não eram vistos com bons olhos pelos filhos das esposas. E isto era motivo para muitos atritos e conflitos familiares, produzindo até guerras (leia Juízes 8:30 e 31) entre os filhos das mulheres principais e os filhos das concubinas.

 

Segundo o texto de II Samuel 3:6 a 11, Saul tinha uma concubina chamada RISPA. O texto bíblico declara: "Teve Saul uma concubina cujo nome era Rispa, filha de Aia..." (II Sm 3:7). Essa concubina tornou-se motivo de disputa e conflito entre Isbosete, filho de Saul, que se autoproclamara rei de Israel, em lugar de seu pai; e o general Abner, chefe do exército de Saul. Foi tão forte a disputa, que Abner, revoltado, decidiu bandear-se para o lado de Davi, o até então rei de Judá, mas ainda não de todo o Israel. Abner foi acusado por Isbosete de haver mantido relações sexuais com Rispa, a qual fora concubina de Saul. Isbosete viu nesta ação de Abner – se é que realmente ele procedeu assim – um desejo de se apossar da parte do reino de Israel que ainda não seguia a Davi. Estava em jogo e discussão uma questão de poder, de mando. Não sabemos se Abner realmente teve relações sexuais com Rispa. Mas se tivesse tido, Rispa já era viúva de Saul, e não mais sua esposa. Estava livre para ser de outro homem. O que preocupava Isbosete era a questão do poder, do comando do reino. Quem casa com uma viúva do rei deve pretender todo o reino. Isbosete tinha medo de Abner.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 22 de novembro.

 

A MENÇÃO DO SEU NOME

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 3:6 a 11; 16:21 e 22; 20:3; I Reis 2:21 e 22.

 

RISPA talvez nada fizera de errado, pois, se se juntara a Abner, o fizera como viúva de Saul. Logo, ela não transgredira a lei em Israel. Porém seu nome é trazido a lume, à luz, por causa da disputa por poder entre Isbosete, filho de Saul, e Abner, comandante do exército. Se não fosse essa disputa por poder e mando em Israel, talvez o nome de Rispa jamais fosse mencionado no cânon bíblico, pois, além de ser mulher, era apenas uma concubina do rei, e não uma das esposas principais. Rispa não fala nada. Rispa não se envolve pessoalmente na briga. Ela entra na história de forma passiva, e se torna, sem o querer, motivo de discussão e conflito entre dois homens.

 

Isbosete, filho de Saul, sabia que Deus já escolhera a Davi para ser o sucessor de seu pai Saul no trono de Israel. Jônatas, seu irmão, já reconhecera isto e aceitara ter a Davi como rei, sendo ele o segundo no reino. Mas Isbosete não aceitara esse propósito de Deus. Isbosete decidiu lutar contra Deus e contra Davi, autoproclamando-se rei em Israel, pelo menos sobre uma parte de Israel. Abner, mesmo sabendo que aquele reinado de Isbosete não prosperaria, permaneceu fiel à casa de Saul, batalhando em favor de Isbosete, para que este se firmasse como rei. Abner havia lutado ao lado de Saul por quarenta anos, sendo totalmente fiel ao rei. Agora, já por sete anos estivera sendo fiel à casa de Saul, guerreando ao lado de Isbosete, filho de Saul. Quando Isbosete, enciumado, e desconfiando da lealdade de Abner à casa de Saul, acusa o general de se apossar de uma ex-concubina do rei, tendo relações sexuais com ela, o general se revolta contra Isbosete, e lhe declara que o abandonará, e se bandeará para o lado de Davi, o rei de Judá, levando consigo as tropas que comanda, deixando Isbosete sozinho e desamparado, o que significava o fim do seu frágil reinado sobre uma parte de Israel. E assim Abner vai até ao rei Davi, e faz com este uma aliança. A partir de então, Abner deixa de guerrear contra as tropas de Judá. Foi nessa ocasião que Joabe, o violento general que comandava as tropas de Davi matou Abner, em momento de paz, vingando-se da morte de seu irmão Asael, a quem Abner matara em campo de batalha.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 23 de novembro.

 

OLHO POR OLHO, OU UMA SOLUÇÃO CONVENIENTE?

 

Leitura Bíblica do Dia: Josué 9; II Samuel 21:1 a 6. Ezequiel 18:1 a 4.

 

O texto de Josué 9 narra um fato ocorrido quando Israel entrou em Canaã pra tomar posse daquela região. Os gibeonitas eram cananeus. Eles tiveram medo de serem destruídos por Israel, assim como fora destruída a cidade de Jericó. Que fizeram eles? Alguns gibeonitas, enviados por seu rei, vieram até Josué, vestidos em trajes rotos, trazendo cantis vazios e pão bolorento, para dar a ideia de que moravam muito longe dali, e não representavam uma ameaça para Israel. Sem consultar ao Senhor, Josué decidiu fazer uma aliança de proteção aos gibeonitas, prometendo que Israel não os atacaria, nem destruiria seu reino. Depois de firmada a aliança entre Israel e Gibeão, Josué descobriu que fora enganado, e que os gibeonitas eram cananeus, moravam ali perto, e seu reino também deveria ser destruído. Mas a aliança de amizade e mútua proteção já estava firmada diante de Deus, e não mais poderia ser anulada. Os gibeonitas não foram destruídos, mas feitos servos dos israelitas.

 

Anos mais tarde, quando Saul reinava sobre Israel, ele mandou atacar os gibeonitas, e muitos deste povo foram mortos pelos exércitos de Israel, o que era uma violação da aliança de não agressão feita no passado entre Israel e Gibeão, nos tempos de Josué. Saul pecara contra uma aliança feita diante do Senhor.

 

Saul morrera, e Davi assumira o trono de Israel. Mas a culpa de sangue de Saul ainda pesava sobre Israel, e as bênçãos de Deus estavam sendo retiradas de Israel. Veio a Israel uma fome que durou três anos, possivelmente provocada pela ausência de chuva. O céu reteve as águas, e não choveu por três anos seguidos. Davi ficou chocado com isso, e decidiu consultar ao Senhor sobre o assunto. E a resposta do Senhor veio sem demora. Deus falou a Davi que Israel, como não, violara uma aliança feita no passado, pois Saul atacara e matara os gibeonitas. Havia culpa de sangue, e essa culpa precisava ser reparada mediante pagamento, vidas por vidas (II Samuel 21:1 a 6). Davi perguntou aos gibeonitas: "Que quereis que eu vos faça [para expiar e reparar a culpa, ou dívida, de sangue contraída por Saul]?" (II Samuel 21:3, com interpolações nossas. E a resposta dos gibeonitas veio em termos da Lei de Talião: Olho por olho e dente por dente. Eles disseram a Davi: "Quanto ao homem que nos destruiu [o rei Saul] e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor [ou diante do Senhor, pois a aliança que eles fizeram antes com Israel fora ratificada perante o Senhor, o Deus de Israel], em Gibeá de Saul, o eleito [ungido] do Senhor. Disse o rei [Davi]: Eu os darei." II Samuel 21:4-6, com interpolações nossas. A exigências dos gibeonitas era legal, estando de acordo com a aliança feita. Davi reconheceu a legalidade da cobrança deles, e os atendeu. Mas, que filhos de Saul Davi buscou para entregar aos gibeonitas, para que fossem mortos? Ele "tomou os dois filhos de RISPA, filha de Aia, que tinha tido de Saul, a saber, Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos de Merabe, filha de Saul, que  tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita." II Samuel 21:7 e 8.

 

Novamente surge o nome de RISPA, agora em nova situação conflituosa, sem que ela o quisesse. Antes, surge o nome de Rispa por causa de uma contenda por poder e comando, entre Isbosete, filho de Saul, e Abner, general que comandava o exército. Agora, surge o nome de Rispa também em situação de perda para ela, pior do que no primeiro caso. Os dois filhos que ela tivera com Saul teriam de ser entregues aos gibeonitas, como pagamento de uma dívida de sangue contraída por seu pai, quando este reinava em Israel. E assim, sem o querer, Rispa sofre a perda de seus dois filhos por causa do pecado do pai deles diante do Senhor. Assim era a lei da culpa de sangue naqueles tempos. Boa ou má, era o que a lei determinava, e Davi aplicou a lei vigente. E a estiagem cessou, depois que os sete filhos de Saul foram mortos em sacrifico de expiação da culpa do pai.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 24 de novembro.

 

FIDELIDADE É UM ESTILO DE VIDA

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 21:1 a 10.

 

"Então Rispa, filha de Aia, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles, de dia, nem os animais do campo, de noite. Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aia, a concubina de Saul." II Samuel 21:10-11.

 

Rispa quase que enlouqueceu com a perda de seus filhos de forma tão trágica. Ela, que vivera em função deles enquanto viviam, passou a viver em função deles enquanto mortos. Ela foi fiel a eles sempre. Viveu em função deles. Nada mais tinha sentido em sua vida, pois perdera a razão maior de seu viver, os filhos. Ela se colocou junto aos restos mortais de seus filhos, estendendo esses restos mortais sobre uma pedra, e espantava as aves de rapina durante o dia, e outras feras rapinantes durante a noite, até que começasse a chover outra vez em Israel. Deus dissera a Davi que a chuva não estava caindo em Israel, já por três anos, porque havia culpa de sangue sobre a nação. E essa culpa tinha de ser reparada, expiada, para que as bênçãos de Deus voltassem a fluir sobre Israel. E assim aconteceu. Depois que a culpa de sangue foi expiada, com a morte dos sete filhos de Saul, voltou a chover em Israel. E Rispa teve de se consolar sobre a morte de seus filhos.

 

Quando você perde tudo aquilo que mais dava sentido à sua vida, como você reage, e a que – ou a quem – você se apega? Quando o chão sob seus pés parecem desaparecer, tamanha foi sua perda, como você age nessas horas decisivas de sua vida? Lembre-se deste verso: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e o mais Ele fará." Salmos 37:5.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 25 e 26 de novembro.

 

CONSTRUINDO UMA NAÇÃO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 21:1 a 14.

 

Tudo isto aconteceu no início do reinado de Davi sobre Israel. Saul havia procedido, em muitos assuntos, contra IAVÉ, o Deus de Israel. E os pecados do rei, quando investido em sua função real, eram também pecados da nação que ele governava. O rei governava por representação. Os atos do rei eram atos de todo o reino. Se esses atos fossem bons, influenciariam para o bem todo o reino. Se seus atos fossem maus, influenciariam para o mal todo o reino. Leia II Crônicas 36:14 a 16; Daniel 9. Quando Davi entregou aqueles sete filhos de Saul aos gibeonitas, para serem imolados como expiação pela culpa de sangue de seu pai, Davi não estava sendo bom ou mal; ele simplesmente estava fazendo o que a lei e a justiça da época exigiam. O crime fora cometido pelo rei vigente, e seu crime lançou sobre todo o reino de Israel culpa de sangue, pois fora violada uma aliança legal feita entre Israel e outra nação, Gibeão, aliança esta que fora firmada perante IAVÉ. O nome e a honra do Deus de Israel estava em jogo. A Justiça do Deus de Israel estava sendo contestada. Então Davi cumpre a lei e pratica a justiça. E a maldição é retirada de sobre a nação. Não era uma questão de sentimentalismo, mas de justiça real, concreta. Davi estava somente corrigindo erros do passado da nação, erros estes cometidos pelo rei que o antecedera no trono, e cuja responsabilidade era de toda a nação, pois fora esta mesma nação que, coletivamente, pedira ao Senhor um rei para os governar visivelmente.

 

Não devemos nos esquecer de que Davi estava começando o segundo reinado em Israel. Muita coisa havia por fazer. O reino de Israel ainda precisava ser confirmado diante de todos os outros reinos ao redor. Israel estava cercado de povos inimigos, sempre prontos e dispostos por atacá-lo. Havia muitos problemas internos e muitos problemas externos a serem solucionados. Havia toda uma nação –Israel –a ser pacificada. Alguns da casa de Saul insistiam em não reconhecer a Davi como rei de todo o Israel. Então, Davi tinha trabalho de sobra a fazer como rei. E nem tudo ele iria fazer nos próximos quarenta anos que teria pela frente.

 

"Então foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gielade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram a Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus Se tornou favorável para coma terra." II Samuel 21:12 a 14, grifos nossos.

 

Davi teve, primeiro, de encerrar o governo anterior, inclusive pagando suas horríveis dívidas de sangue. Somente depois disto é que ele se sentiu livre para dar início ao seu reinado propriamente dito.

 

Todos nós pecamos contra Deus, contra nós mesmos e contra nosso próximo. E chega uma hora em que sentimos que precisamos fazer uma auditagem em nossa vida, pois as coisas não andam tão bem como deveriam andar. Sentimos que as bênçãos de Deus não estão fluindo para nossa vida como deveriam fluir. É nesse instante que devemos nos questionar: "O que estou eu fazendo? Como meu procedimento em relação a Deus, a mim mesmo e a meus semelhantes está cooperando para esse período de estiagem espiritual e material em minha vida? Sou eu culpado por isso? Que erros contra leis e normas conhecidas tenho cometido? Se conheço a Verdade, por que não vivo segundo essa Verdade que conheço? Por que trabalho tanto e não prospero? Por que parece que tudo o que ganho cai em um saquitel furado, e meu dinheiro não rende o suficiente? Onde estou sendo infiel e transgressor diante de Deus?

 

Faça a você mesmo tais perguntas. Talvez você encontre em você mesmo as razões para que as bênçãos do Senhor não estejam fluindo para sua vida. Talvez seja necessário que você tenha de sacrificar alguns elementos a que você tanto se apega, abrindo mão deles e os rejeitando. Tente fazer isto com sabedoria, equilíbrio e muita honestidade, diante de Deus e diante de você mesmo.  Que Deus te ilumine e te dê coragem de mudar tudo o que precisa ser renunciado e mudado.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário