LIÇÃO 10
A INVEJA
Verso para memorizar: "Cruel é o furor, e impetuosa, a ira; mas que pode resistir à inveja," Provérbios 27:4.
LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Isaías 14:12 a 14; Tiago 3:16 e 17; Êxodo 20:17; Gênesis
INTRODUÇÃO
A Inveja é um dos sentimentos mais negativos e destruidores da personalidade e do caráter de uma pessoa. Uma pessoa invejosa é uma bomba ambulante, que pode explodir a qualquer momento, causando muitos estragos. Sendo cada um de nós pecador, ninguém está livre da inveja, em pequeno grau, ou em profundo grau. Invejam-se pessoas, posições, bens móveis, imóveis e automóveis. Invejam-se posições sociais, cargos em empresas ou no governo e até se inveja cargo em uma igreja. Dentro da família a inveja é corrosiva e destruidora das boas relações e da harmonia e paz familiares. Irmãos em uma mesma família às vezes vivem em guerra porque um inveja o que o outro é, ou o que o outro possui.
A Lição desta semana focaliza a inveja e como a mesma pode ser vencida pelo cristão.
LIÇÃO DE DOMINGO, dia 27 de fevereiro.
A RAIZ DO MAL
Leitura Bíblica do Dia: Isaías 14:12; Ezequiel 28:1 a 6 e
Fazendo uso do processo de causa e efeito, e recuando no tempo histórico da existência do homem na Terra; recuando ainda mais, indo até um tempo quando a raça humana ainda não existia na Terra, vamos encontrar a INVEJA surgindo em um lugar onde não esperaríamos que ela surgisse ali, e no coração de um ser de quem jamais iríamos desconfiar que fosse invejoso.
A leitura atenta de Isaías 14:12 a 14, uma revelação dada por Deus, vai mostrar a todos nós que a INVEJA surgiu no Céu, e tem suas raízes mais profundas fincadas na mente de Lúcifer, um destacado Querubim que existia junto ao trono de Deus. Nasceu na mente e no coração de Lúcifer o vermezinho da inveja. Ele teve inveja de Deus e inveja de Miguel, a Segunda Pessoa da Divindade, também conhecido como "o Verbo". Lúcifer, não contente em ser "somente" Querubim, desejou ser DEUS, isto é, ser a pessoa que governa todo o Cosmo, todo o Universo. Esse sentimento de inveja de Deus se tornou tão forte em Lúcifer, que ele passou a realizar uma espécie de "operação cupim" entre os anjos. Ele conversava com um ou mais anjos, e passava para eles o que ele pensava sobre Deus, a Justiça de Deus e a maneira como Deus governava o Cosmo. Suas palavras eram maliciosas, sedutoras, enganadoras, pois visavam semear desconfiança sobre o caráter de Deus na mente dos anjos. Ele foi tão eficiente nessa operação silenciosa de falar mal da pessoa e da liderança de Deus, que "uma terça parte" dos anjos do Céu (Apocalipse 12:4) acreditou nele e o seguiu em sua inveja e rebelião contra Deus. Apocalipse 12:7 a 9 declara que a situação chegou a tal nível, que Lúcifer e seus anjos aliados foram expulsos do Céu para a Terra.
Nos quase cinquenta anos que vivo na Igreja Adventista do Sétimo Dia, tenho visto acontecer muito a famosa "operação cupim", provocada pela inveja de um irmão contra outro. Geralmente a razão é alguém na igreja não haver gostado da escolha de um determinado irmão ou irmão para um cargo eclesiástico que tal pessoa almejava ocupar. Alguém lhe pergunta: "O que você acha do irmão fulano como primeiro ancião da igreja?" Então o invejoso responde: "Eu acho que ele é uma boa pessoa, mas...". Esse "mas..." vem sempre acompanhado por uma crítica ferina, ácida, destrutiva. E quando essa crítica é feita diante de muitos irmãos, repetindo-se o mesmo "mas...", está forma a "operação cupim". Assim como os cupins destroem uma árvore ou o madeiramento de uma casa, silenciosamente, às escondidas, sorrateiramente, assim também um pastor ou irmão invejoso pode destruir a honra e a obra de um irmão em Cristo, fazendo críticas sutis, de maneira subreptícia. É preciso ter muito cuidado com isso, pois Deus julgará e condenará quem assim procede.
LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 28 de fevereiro.
OS IRMÃOS DE JOSÉ
Leitura Bíblica do Dia: Gênesis
Esta é uma história muito conhecida no meio protestante, evangélico. Todos nós conhecemos a história de José, o jovem que foi vendido pelos seus irmãos por parte de pai, e que, depois, se tornou o Governador-geral do Egito, na época o reino mais destacado na Terra.
Os irmãos de José tinham inveja dele pelo de o pai deles, Jacó, também chamado de Israel, mostrar abertamente que amava mais a José do que a todos os demais filhos. Jacó nunca escondeu isso da família. Ele, Jacó, foi um patriarca, neto do patriarca Abraão, o homem conhecido como "o pai da fé", devido à vida de fé que levou, sempre confiando nas promessas de Deus. Jacó teve quatro esposas. Ao todo, lhes nasceram 12 filhos e uma filha. Foi a partir dessa família que se formou a nação chamada ISRAEL. José amava mais a Raquel, a namorada por quem se apaixonou em sua juventude. Delas, nasceram José e Benjamim. Raquel morreu quando no trabalho de parto do nascimento de Benjamim. Todos os demais filhos eram das outras três mulheres com Jacó.
Um dia, Jacó teceu uma bela túnica e a deu de presente a José, uma regalia valiosa que não foi dada aos outros filhos. Isto causou muita inveja neles. Jacó parecia confiar mais em José do que em seus irmãos; outra vez a inveja os dominava. José começou a ter alguns sonhos, os quais pareciam indicar um futuro domínio de José sobre sua família, mesmo não sendo ele o filho primogênito. José lhes contava os sonhos ingenuamente, mas seus irmãos, cheios de inveja, odiavam esses sonhos de seu irmão.
Certo dia, Jacó mandou José ir encontrar-se com seus irmãos no campo, em lugar afastado, onde eles guardavam os milhares de ovelhas que tinham. Logo que eles viram José chegar, a inveja se apossou deles e começaram a planejar coisas más contra José. Chegaram até a cogitar matá-lo, pois a presença de José os incomodava. Depois, em seu ódio e em sua inveja contra José, decidiram que o venderiam como se fosse um escravo; e assim o fizeram. José foi vendido como escravo e os caravaneiros o levaram para ser vendido a pessoas ricas do Egito. Ali, José foi vendido para um oficial de Faraó, chamado Potifar. Ali, cobiçado pela esposa de Potifar, José foi vítima de falsas acusações de estupro, e foi aprisionado. Ficou preso por mais de dois anos. Depois, Deus o abençoou, e ele foi levado à presença do rei Faraó para interpretar os sonhos deste. Vendo a sabedoria de José, Faraó o exaltou ao posto de Governador Geral de todo o Egito. E a história de vida de José continua.
José foi vítima da inveja de seus irmãos. A inveja intensa deles os cegou, tornando-os insensíveis aos sofrimentos de seu irmão. Eles o trataram com dureza, violência e falta de compaixão. Uma pessoa cheia de inveja por outra comete os crimes mais bárbaros contra tal pessoa, e parece se sentir feliz por agir assim. É obra direta do demônio. Por isso, irmãos e irmãs, se vocês se descobrirem invejando alguém; e sentirem que na alma está brotando um sentimento de agressão, humilhação ou retaliação a outra pessoa, provocada por sua inveja dele ou dela, ore e jejue em nome de Jesus, pedindo ao Espírito Santo que lhe dê coragem e força moral para rechaçar a inveja de sua alma. Não deixe a inveja prosperar em sua alma, levando-o a agir sob este sentimento satânico e destruidor das boas relações interpessoais. Não deixe que o veneno da Serpente maligna se aposse de sua alma e o faça semelhante ao Diabo, o mestre da inveja.
LIÇÃO DE TERÇA E QUARTA-FEIRAS, dias 01 e 02 de março.
A INVEJA DE SAUL CONTRA DAVI
Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 18 e 19.
Todos conhecem esta história bíblica. Saul era o rei de Israel, mas não costumava obedecer a Deus completamente, pois fazia pela metade, e do seu jeito, as coisas que Deus pedia que ele fizesse. Deus decidir escolher um outro rei para Israel, quando Saul morresse, mas o escolheria fora da família de Saul. Deus escolheu Davi, da tribo de Judá, para ser o futuro rei de Israel.
Davi foi ao acampamento do exército de Israel, o qual estava em luta contra os filisteus, para levar algum alimento para seus irmãos, que serviam no exército de Saul. Em ali estando, ele viu surgir na montanha um soldado filisteu de grande estatura, um verdadeiro gigante, chamado Golias, desafiando qualquer soldado de Israel. Ele queria uma luta homem a homem. O soldado que o vencesse, dominaria sobre os filisteus; se Golias vencesse, os filisteus dominariam sobre Israel. Saul e todos os seus soldados temiam lutar contra Golias. Davi, então, se ofereceu ao rei para lutar contra o gigante filisteu. Saul achou que isto não seria uma boa ideia; mas Davi insistiu, e o rei deu a permissão, embora sem acreditar em vitória. Davi, em suas vestes normais de pastor de ovelhas, tomou de uma funda, pôs nela uma pedra que recolheu do fundo de um riacho que por ali passava, e se dirigiu resoluto para lutar contra Golias. Girou sua funda com força e velocidade, e soltou a pedra, a qual, impulsionada pelo poder de Deus, cravou-se na testa de Golias, derrubando-o ao solo, atordoado. Davi se aproximou dele, tomou-lhe a espada gigante, e com ela cortou a cabeça do campeão dos filisteus. A guerra foi decidida por essa batalha, e Israel se tornou o vencedor.
Todo o Israel cantou o feito de Davi. Ele passou a ser amado e exaltado em toda a nação. As mulheres cantavam, enquanto lavavam roupa nas margens dos rios e riachos, dizendo que Saul havia abatido a milhares de inimigos em guerra, mas Davi abatera dezenas de milhares de inimigos. Elas punham Davi como mais vencedor que Saul. E o rei ficou com inveja e raiva dessas canções, e do próprio Davi. Esses cânticos inocentes das mulheres de Israel queimavam como brasa a mente e a alma de Saul. Ele começou a odiar a Davi, por isso, e buscou uma melhor maneira de se livrar dele, matando-o. Primeiro, Saul armou ciladas e emboscadas para matar Davi pela mão de povos inimigos. Saul o escalava como comandante de tropas, e o mandava em missões militares quase suicidas, esperando ver Davi morto. Mas Deus abençoava Davi, e este se saía vencedor em todos os confrontos militares. A inveja de Saul contra Davi ganhou tamanha proporção na mente e na alma de Saul, que este tomou como tarefa pessoal ir procurar Davi, onde ele estivesse, para matá-lo. Saul quase mata seu filho Jônatas, porque este elogiou Davi na presença de Saul. O restante do reinado de Saul foi gasto na inútil e improdutiva tarefa de encontrar e matar Davi. Mas Deus não permitiu que isto acontecesse. Até os sacerdotes, ungidos do Senhor, foram mortos por Saul, pelo fato de um dos sacerdotes dar comida e apoio a Davi. Saul ficou louco e desvairado de inveja. O ódio dele contra Davi envenenou sua alma perturbada e sem paz.
Você deseja que a inveja cause toda essa ruína em sua alma, levando você à loucura e ao desvario? Se não quer, fuja da inveja. Combata a inveja. Não permita que ela encontre abrigo em sua alma de crente em Jesus.
LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 03 e 04 de março.
A INVEJA CONTRA JESUS
Leitura Bíblica do Dia: Mateus 26 e 27; Marcos 14.
Os principais líderes do Sinédrio em Israel tinham inveja de Jesus. As multidões pareciam amar os ensinos de Jesus, e O seguiam aos milhares pela Judeia e pela Galileia. Até em Jerusalém, capital religiosa e política da nação, multidões seguiam Jesus por toda parte. Quando os sacerdotes, mestres da Lei, escribas e fariseus viam tanta gente O seguindo, ficavam enfurecidos, cheios de inveja, pois eles jamais foram amados e seguidos como Jesus estava sendo. A alma deles explodia de inveja e raiva. Sentiam que não seria mais possível esperar por muito tempo para se verem livres de Jesus. E a melhor maneira de fazerem isto seria matando-O. Mas eles queriam escolher a dedo a pessoa que faria essa obra má por eles.
Judas já lhes era bem conhecido. Judas era um nacionalista ferrenho, fanático, que desejava ver, o quanto antes, os romanos fora da Palestina, especialmente fora de Jerusalém. Judas tinha mente revolucionária, Seu messianismo era político. Judas tinha mentalidade de político revolucionário. Todos sabiam que Judas não era uma pessoa convertida em discípulo de Jesus à semelhança de Pedro, Tiago e João. Estes eram homens simples, ingênuos, sem a malícia dos políticos e dos revolucionários. Judas estava ali somente aguardando o momento para fazer de Jesus de Nazaré um revolucionário. Ele viu no poder que Jesus demonstrara um instrumento em favor da causa revolucionária, política. É possível que tenha sido Judas quem influenciara as multidões que quiseram, certo dia, proclamar Jesus o rei dos judeus (João 6).
Judas, vendo o tempo passar e nada de a revolução acontecer; e vendo que Jesus não dava sinais de que iria fazer a revolução contra os romanos; ele procurou os dirigentes do Sinédrio para lhes entregar Jesus, desde que eles pagassem um preço que Judas achasse justo. Tirar partido e lucro em tudo, era este o lema da vida de Judas. "E Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os principais sacerdotes, para lhes entregar Jesus. Eles, ouvindo-o, alegraram-se, e lhe prometeram dinheiro. Nesse meio tempo buscava ele [Judas] uma ocasião para O entregar" Marcos 14:10 e 11. "E pagaram-lhe trinta moedas de prata." Mateus 26:15. Tudo feito por inveja, ciúme e raiva.
Aqueles homens que dirigiam a religião em Israel viam Jesus como sendo um inimigo, a quem deviam eles fazer calar pela morte. E tinham pressa em seus maus intentos. A inveja os deixou cegos em relação a Jesus como sendo o Messias vindo de Deus, e em relação à obra de redenção-restauração que Jesus veio efetuar em Israel. Ele tropeçaram na Pedra de Tropeço. A inveja os deixou cegos.
O que a inveja tem feito em você? Que atitudes medíocres e mesquinhas você já tomou, possuído que estava pela inveja? Você já teve inveja de seu pai, de sua mãe, de seus irmãos, de seu pastor, de algum irmão ou irmã da igreja? Você já sentiu inveja de algum colega de trabalho? Já ficou morrendo de inveja porque um colega seu foi promovido? Ou porque um irmão na igreja foi eleito para uma função que você achava que deveria ser sua? Você já cometeu loucuras porque estava dominado pela inveja, e esta o deixou louco de raiva e ciúmes? Quando você sente que está tendo inveja de alguém, como você costuma reagir? Que providências você toma para não deixar que a inveja o domine? Você costuma falar deste assunto com alguém de sua amizade e confiança?
Fuja deste sentimento, pois o mesmo é destruidor e violento. Não fique cego de inveja, impedido de ver a Verdade presente em cada situação. Não permita que a inveja o cegue, e impeça que você seja justo com as pessoas ao seu redor.
Pastor Otoniel Tavares de Carvalho
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