LIÇÃO 3
UNIDADE DO EVANGELHO
Verso para memorizar: "Completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude." Filipenses 2:2, NVI.
LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Gálatas 2:1 a 14; I Coríntios 1:10 a 13; Gênesis 17:1 a 21; João 8:31 a 36; Colossenses 3:11.
INTRODUÇÃO
A busca pela UNIDADE na DIVERSIDADE nunca é coisa fácil de ser alcançada. Muitos têm tentado, e poucos têm tido êxito nessa tentativa. Cada cabeça é um mundo. Cada pessoa é diferente da outra em todos os sentidos e aspectos. No entanto, a proposta de Cristo é que a UNIDADE aconteça na Igreja, a qual é composta de elementos bem distintos uns dos outros. O Apóstolo Paulo sugeriu como seria essa UNIDADE, ao escrver: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos." Efésios 4:4 a 6. Essa UNIDADE na DIVERSIDADE somente é possível quando cada membro da Igreja de Cristo se deixa guiar pelo Espírito Santo de Deus. Caso isto não ocorra, cada membro da Igreja vai querer se impor sobre os demais, não se submetendo ao Senhorio de Cristo, nem à direção do Espírito Santo.
LIÇÃO DE DOMINGO, 9 de outubro.
A IMPORTÂNCIA DA UNIDADE
Leitura bíblica do dia: I Coríntios 1:10 a 13. Gálatas 2:1 e 2.
Segundo a leitura de I Coríntios 1:10 a 13, havia na Igreja em Corinto muita divisão, devido à formação de facções dentro da igreja local. Havia grupos formados em torno de certas personalidades de destaque naquela igreja: Uma facção afirmava: "Eu sou de Paulo"; outra, dizia: "Eu sou de Apolo"; outra dizia: "Eu sou de Cefas [Pedro]"; e outro grupo dizia: "Eu sou de Cristo". E assim os grupos e facções iam sendo formados, cada grupo querendo exercer a primazia e o domínio sobre a congregação. O resultado? Uma igreja local espiritualmente fraca, cheia de disputas internas, repleta de problemas morais, sociais e espirituais. Essas múltiplas facções na Igreja em Corinto eram a causa de sérios problemas de desunião e falta de unidade entre eles. Cada grupo pensava somente em seus interesse e em como agradar a si mesmos. Nenhuma dessas facções era suficientemente humilde para submeter a questão ao senhorio do Espírito Santo. E os problemas se sucediam ali com frequência causando confusão, divisão, desunião entre os crentes.
Foi visando manter a UNIDADE de procedimentos na Igreja, que Paulo viajou até Jerusalém para se encontrar com as principais lideranças, tais como Pedro e Tiago, o irmão de Jesus, na época os líderes mais destacados da Igreja em Jerusalém. Paulo lhes expôs o que vinha fazendo entre os gentios, e como estes se convertiam a Cristo aos milhares, em todas as nações onde o Evangelho de Cristo era anunciado. Paulo não agiu assim procurando receber aplauso, mas porque ele entendia que era seu dever compartilhar com outros apóstolos, semelhanmtes a ele, o que Deus vinha fazendo entre os gentios. Sua atuação no Concílio de Jerusalém, no ano 49AD, foi muito destacada, conforme Atos 15. Paulo trabalhava pela UNIDADE de procedimentos na Igreja, e ficou contente com as decisões que o Concílio de Jerusalém tomou a respeito dos gentios que se convertiam a Cristo.
LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 10 de outubro.
CIRCUNCISÃO E OS FALSOS IRMÃOS
Leitura Bíblica do dia: Gênesis 17. Atos 15. Gálatas 2:3 a 5; 5:2 e 6.
Foi IAVÉ, o Deus da Aliança, que ordenou a prática da CIRCUNCISÃO para Abraão e todos os seus descendentes. Era uma MARCA, um SINAL de pertencimento. Era uma evidência externa de que essas pessoas estavam em aliança com o Deus Eterno. A questão mais importante não era a circuncisão em si mesma, mas a ALIANÇA de Deus com Abraão e sua descendência. Abraão e sua descendência deveria viver pela fé, na confiança de que o Deus da Aliança os protegeria e os conduziria à vitória final e à salvação. A mesma ALIANÇA DE PERTENCIMENTO foi feita entre IAVÉ e O POVO DE ISRAEL, quando este foi tirado do Egito por IAVÉ. A funbdamentação teológica da Aliança era: "EU SEREI O VOSSO DEUS E VÓS SEREIS O MEU POVO NA TERRA" (leia Êxodo 19).
Com o passar dos anos, Israel, em sua maioria, apostatou da fé em IAVÉ, adorou ídolos como se fossem deus e transgrediram a santificação do Sábado do sétimo dia, quebrando a ALIANÇA feita com Deus no Sinai. Mais tarde, por causa de seus constantes atos de transgressão da Lei (II Crônicas 36:14 a 16), Israel foi levado ao cativeiro em Babilônia, e ali ficou por setenta anos (Jeremias 25:11). Quando voltaram do cativeiro babilônico, decidiram eliminar a idolatria e a transgressão do Sábado. Mas erigiram em torno da Lei (Torá) e em torno da Circuncisão nichos de idolatria. Pensaram na Lei (Torá) e na Circuncisão como um fim em si mesmas, e não como um meio, como uma pedagogia divina, para se chegar a um fim. Paulo declarou aos Gálatas que "a Lei nos serviu de aio [um meio, um processo, uma pedagogia] para nos conduzir [para conduzir Israel, povo em Aliança com Deus] a Cristo [à justificação e salvação em e por Jesus, o Messias], a fim de que fôssemos justificados pela fé." Gálatas 3:24, interpolações e comentários nossos.
Foi com essa ideia em mente, de ver a Lei (Torá) e a Circuncisão como um fim em si mesmas, que os mestres judaizantes deram sobre as muitas congregações cristãs formadas por Paulo na região frígio-gálata, visando fazer de cada cristão gentio um judeu em potencial. Eles exigiam dos cristãos gentios que se deixassem circuncidar e que seguissem toda a Lei (Torá). Isto seria um retorno à Antiga Aliança, num tempo em que a Nova Aliança já estava em andamento. Tratava-se de um retrocesso espiritual. Na Nova Aliança, a Circuncisão fora substituída pelo BATISMO nas águas, como sinal externo de pertencimento a Jesus; porém, antes de ser batizado, é preciso que o indivíduo demonstre FÉ EM JESUS. O Batismo vem após a fé, jamais ante desta. A justificação e salvação do homem, na Nova Aliança, não está no Batismo nas águas em si mesmo. Sua justificação e salvação estão em Jesus, o Messias-Cristo. O Batismo, resultado da fé, é um sinal externo, visível, de uma fé em Jesus que se tem no íntimo da alma. Nunca troque o sinal externo pela realidade invisível, a fé em Jesus. Deus, que lê a mente de cada um, sabe onde há batismo como fruto da fé, e onde há batismo sem fé. Pense nisto!
LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 11 de outubro.
UNIDADE NA DIVERSIDADE
Leitura bíblica do dia: Efésios 4:4 a 6; Gálatas 2:1 a 10.
A IGREJA, essa Comunidade de pessoas salvas pela Graça de Deus e justificadas pela fé em Jesus, o Messias-Cristo, é uma colcha-de-retalhos de diversidade étnica, social, financeira, cultural, emocional e espiritual. Pessoas de todas as culturas e de todos os níveis sociais e culturais se encontra na Igreja e se tornam irmãos em Cristo. Pessoas que são professores, na vida profissional, se tornam alunos de pessoas menos graduadas na Igreja. Pessoas que são donos de empresas, ou executivos de empresas, que lideram centenas e milhares de pessoas, tornam-se liderados por pessoas bem simples, mas que cresceram na fé e no conhecimento de Jesus. No fim, todos se tornam alunos e discípulos do grande Mestre, Jesus Cristo. Na Igreja se encontram pessoas ricas e pobres; pretos, brancos e amarelos; homens e mulheres; crianças, adolescentes, jovens e adultos; pessoas cultas e incultas; pessoas fisicamente sadias e pessoas fisicamente enfermas; pessoas mentalmente sadias e pessoas mentalmente enfermas. A Igreja é um grande hospital humano, onde enfermos de todos os tipos se colocam à disposição do Maior dos médicos para serem curados e salvos da morte eterna. A maior e mais perigosa doença deles se chama PECADO. E Jesus, o Grande Médico, é especialista em curar pessoas enfermas pelo Pecado (Mateus 11:28 a 30).
Com essa diversidade tão ampla, não é de se estranhar que ocorram choques de opiniões e interesses entre os membros da Igreja. Assim como ocorrem esses conflitos interpessoais no seio de uma família qualquer, formada por quatro ou cinco pessoas, mais ainda ocorre na Igreja, um família bem maior, com maior diversidade de temperamentos, culturas e interesses. Mesmo assim, Jesus Se propôs a trabalhar, mediante a obra do Consolador e Advogado, o Espírito Santo, para que a UNIDADE fosse alcançada na diversidade. E somente Deus consegue essa UNIDADE, mesmo assim em meio a muita luta interna. No fim de tudo, Jesus vai levar para o Céu, a Casa do Pai, todos os que, submetidos à obra unificadora e pacificadora do Espírito Santo, se deixaram conduzir para dentro dessa UNIDADE, formando um só rebanho global, tendo a JESUS como Pastor, Cabeça e Mestre. Os demais, que preferiram continuar sendo facciosos e divisionistas, serão deixados de fora do REINO DO CÉU. A escolha é livre, de cada membro da Igreja. Onde você deseja passar a Eternidade?
LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 12 de outubro.
CONFRONTO EM ANTIOQUIA
Leitura bíblica do dia: Atos 10:28; Gálatas 2:11 a 13.
Paulo e Pedro, apóstolos de Jesus, tinham personalidade muito forte. E quando um ou outro notava que algum procedimento de alguém não estava contribuindo para a edificação da Igreja, mas para o separatismo e divisionismo, eles se posicionavam abertamente contra isto.
Pedro viveu uma experiência nova em Cesareia (leia Atos 10). Morava ali um centurião romano chamado Cornélio, o qual se converteu a Cristo. Ele queria que todos os de sua casa e também seus vizinhos fossem evangelizados. Então o Espírito Santo lhe deu uma visão e indicou Pedro como sendo o homem que iria pregar em sua casa. Cornélio soube que Pedro estava em Jope, uma cidade próxima, e mandou chamá-lo. Pedro, por seu turno, teve uma visão dada pelo Espírito Santo, na qual ele viu um lençol sendo baixado do céu à terra, e no lençol se achavam muitos animais imundos, segundo a prescrição de Levítico 11, alimento que os judeus não comiam. Pedro recebeu uma ordem para os comer, mas ele se recusou a comê-los. Por três vezes a mesma visão se repetiu. Por fim chegaram à casa de Pedro os mensageiros de Cornélio, os quais vieram convidar Pedro para evangelizar todos os gentios que o aguardavam ali. O Espírito Santo disse a Pedro que ele fosse com os mensageiros; e ele foi. Pedro estava ainda cheio de preconceitos étnicos e religiosos. Ele ainda não se sentia à vontade para entrar na casa de um gentio, pessoa não circuncidada, nem guardadora da Torá. Mesmo a contragosto, Pedro entrou na casa de Cornélio. E o que aconteceu ali provocou em Pedro uma mudança de visão sobre o asssunto. Todos os gentios na casa de Cornélio, e o próprio Cornélio, se converteram em discípulos de Jesus. Antes que Pedro os batizasse em águas, veio sobre eles o poder do Espírito Santo, e as mesmas manifestações espirituais acontecidas aos cristãos judeus no dia do Pentecoste, relatados em Atos 2, aconteceram com esses gentios convertidos na casa de Cornélio. Pedro entendeu que a "comida imunda" que lhe foi mostrada na visão do lençol se tratava dos gentios, a quem os judeus consideravam "imundos", por não serem circuncidados e por cultuarem em adoração a ídolos.
Pedro deu um lindo testemunho sobre esses fatos, no Concílio de Jerusalém, no ano 49AD (leia Atos 15). Imaginava-se que Pedro estivesse curado do preconceito e da xenofobia. Mas o patrulhamento religioso que os mestres judeus –mesmo os que se diziam convertidos em discípulos de Cristo, depois do Pentecoste –exerciam sobre os cristãos judeus era assustador. Eles ficavam observando atentamente para ver se algum judeu-cristão tinha a ousadia de agir como se não fosse judeu, severo guardador da Torá e observador do rito da Circuncisão.
Pedro foi para Antioquia, e ali se encontrou com Paulo, o grande evangelizador dos gentios. Enquanto estavam presentes no local somente os cristãos gentílicos, Pedro ficou à vontade com eles, inclusive comeu junto com eles à mesma mesa. Mas tudo mudou quando chegaram de Jerusalém alguns judeus-cristãos. Pedro dissimulou, afastou-se dos cristãos gentílicos e ficou à parte com os judeus-cristãos. Paulo notou essa mudança de comportamento de Pedro, e o repreendeu publicamente, à vista de todos, para que outras pessoas não agissem como Pedro estava agindo. Disse-lhe Paulo: "Se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?" Gálatas 2;14. Foi uma dura repreensão. É possível que Pedro tenha tentado se justificar, mas nada ficou registrado sobre isto. Pedro sabia que Paulo estava certo. A Igreja não precisava de pessoas dissimuladas, falsas, hipócritas, duas caras. A Igreja estava precisando de crentes que buscassem a UNIDADE na DIVERSIDADE, e não a dissensão e o divisionismo, por causa de raça, cultura ou posição financeira.
Hoje, ainda se espera a mesma coisa dos cristãos adventistas, tanto dos líderes como também de seus liderados. Os líderes devem ser um bom exemplo para seus liderados. Nessa busca pela UNIDADE na DIVERSIDADE.
LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 13 e 14 de outubro.
A PREOCUPAÇÃO DE PAULO
Leitura bíblica do dia: Gálatas 2:11 a 14; 3:28; Colossenses 3:11.
"Quando, porém, vi que NÃO PROCEDIAM CORRETAMENTE SEGUNDO A VERDADE DO EVANGELHO, disse a Cefas [Pedro]: 'Se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?"' Gálatas 2:14, grifos nossos.
Em sua I Carta a Timóteo, Paulo escreveu, orientando-o: "Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é A IGREJA DO DEUS VIVO, COLUNA E BALUARTE DA VERDADE" I Timóteo 3:14 e 15, com grifos nossos.
Por que Pedro "não procedia corretamente segundo a verdade do Evangelho"? Porque ele não estava seguindo as instruções de Jesus Cristo, o Senhor da Igreja. Jesus nunca foi divisionista nem faccioso. Nem a Judas, que Ele sabia que seria o traidor, Jesus isolou do grupo dos Doze. Tratou-o com amor, buscando a salvação dele. Mas Judas, por si mesmo, decidiu tomar outro rumo na vida, posicionando-se contra Jesus.
A IGREJA, que é "COLUNA E BALUARTE DA VERDADE", ou seja, que é o instrumento apontado por Deus para ser o sustentáculo da VERDADE nesse mundo, não pode agir como se não conhecesse a Verdade. Pastores, anciãos e líderes em geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia não contam com o apoio e a bênção de Jesus quando mentem, trapaceiam, enganam e negam a Verdade a seus irmãos em Cristo, dentro ou fora do ministério pastoral. É função de cada pastor, de cada ancião, de cada líder e de cada liderado de nossa Igreja falar sempre a verdade, defender a verdade, pregar a verdade, amar a verdade, honrar a verdade. Apocalipse 14 declara sobre os "cento e quarenta e quatro mil" final, o REMANESCENTE FIEL da última geração de cristãos, antes que Jesus venha: "NÃO SE ACHOU MENTIRA NA SUA BOCA..." Ap 14:5. E na sua boca, caro pastor e líder adventista? E na sua boca, caro irmão adventista? O que predomina em sua boca? A VERDADE plena e total? Ou a mentira diabólica, ou a dissimulação vergonhosa e satânica? Pense muito nisso, antes de falar alguma coisa a um irmão em Cristo, seu companheiro de jornada para o Céu!
Pastor Otoniel Tavares de Carvalho
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