segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A “LOUCURA” DO PROFETA

Verso para Memorizar: "Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos."  I Timóteo 6:10, NVI.

 

LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA: Números 22 a 24; Deuteronômio 1:30; 20:4; Mateus 15:14; I Coríntios 2:14; II Pedro 2:14 a 16; Apocalipse 3:17.

 

INTRODUÇÃO

 

Toda pessoa normal gosta de ter dinheiro e bens materiais. Isto é a coisa mais comum em qualquer ser humano. Todos gostam de viver confortavelmente, tendo uma boa casa para morar, um bom carro para atender aos negócios e necessidades da família, bons móveis e bons utensílios, uma renda que garanta o sustento da família e alguma reserva financeira para as emergências, um bom plano de saúde, e coisas semelhantes a estas. Não existe pecado nenhum em um cristão possui com normalidade todas essas coisas, desde que as conquiste honestamente, fruto de um laborioso, inteligente e dedicado trabalho profissional. No entanto, nem todas as pessoas sabem lidar com a posse de bens materiais. Existem pessoas, mesmo na igreja – ou especialmente na igreja – que sofrem alteração de comportamento quando entram na posse de bens materiais. Alguns se isolam dos demais, alienando-se de pessoas amigas. Outros, ficam muito egoístas, e roubam a Deus nos dízimos e nas ofertas, e roubam os governos, negando o pagamento de tributos e impostos. Outros, ainda, usam o dinheiro para exercer domínio sobre pessoas, de dentro e de fora da igreja, pisando nessas pessoas. Outros há que se tornam cobiçosos pela posse de maiores riquezas, comprando casas e mais casas, carros e mais carros, lojas e mais lojas, coisas que excedem sua capacidade pessoal de as administrar. Essas coisas materiais exercem tal domínio sobre essas pessoas, que seu pensar só consegue ser dirigido a isto. Esses bens – móveis, imóveis e automóveis – que deveriam ser uma bênção para o cristão, tornam-se em maldição, "espinhos" (Mateus 13) que sufocam a plantinha chamada salvação, não a deixando tornar-se árvore frondosa na vida desse cristão. Sua riqueza o sufoca, o aliena, o mata. Logo, "de que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?", perguntou Jesus.

 

Balaão era um profeta de Deus que viu na função profética uma oportunidade para ganhar dinheiro e bens materiais. Ele se assemelha a alguns pastores e líderes religiosos, defensores da "Teologia da Prosperidade", que veem na igreja e na função religiosa uma oportunidade para tirar para si mesmo vantagens pecuniárias, ganhando muito dinheiro, tornando-se rico. Balaão cobiçou as dádivas oferecidas pelo rei Balaque, de Moabe, e seguiu com ele para fazer o mal ao povo de Deus, mesmo sabendo que isto contrariava o propósito de Deus para Israel. Vejamos na lição desta semana como as coisas aconteceram lá pelos lados de Moabe.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 29 de novembro.

 

UM REI TEMEROSO E ILUDIDO

 

Leitura Bíblica: Gn 48:21; Êxodo 15:1; Números 22:1 a 6; Dt 1:30; 20:4.

 

Balaque, rei de Moabe, soube de tudo o que Israel fizera a Seom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, e temeu por sua terra e seu domínio. Ele "teve grande medo desse povo, porque era muito..." (Nm 22:3). Balaque sabia que morava em seu território um "vidente" que adorava ao mesmo Deus adorado pelos israelitas. Então ele mandou mensageiros a este vidente, oferecendo-lhe ricos e belos presentes, caso o vidente aceitasse amaldiçoar o povo de Israel. Balaque, sendo agoureiro e adorador de ídolos, acreditava em magia, artes mágicas e feitiçaria. E ele não distinguia o que era um profeta de IAVÉ e o que era um feiticeiro e mago. Para ele, tudo era a mesma coisa. Balaão , o vidente que morava em Moabe, ficou impressionado com os presentes que lhe foram oferecidos. Cobiçou os presentes e desejou possuí-los. Viu naquela oportunidade uma chance de ganhar bens materiais e ficar rico e famoso. Aquilo poderia ser o início de uma longa aliança com o rei Balaque, e uma fonte de recursos para o vidente. O que Balaque queria que Balaão, o vidente, fizesse? Ele queria que Balaão amaldiçoasse o povo de Deus e sua jornada para Canaã. Na verdade, Balaque era um aliado de Satanás, o qual usou Balaque para bloquear o propósito de Deus e o avanço do povo de Deus para seu objetivo final, a conquista de Canaã. Se Balaão aceitasse o pedido de Balaque, estaria unindo-se a Satanás, o adversário, para causar transtornos ao povo de Deus. Balaão, impressionado com as dádivas que lhe foram oferecidas, foi consultar ao Senhor sobre o assunto, mesmo sabendo que Deus não aprovaria o pedido do rei Balaque. O que deveria Balaão ter feito imediatamente? Recusado a proposta. Cortaria pela raiz o mal. Mas Balaão, cobiçoso como muitos cristãos adventistas (e não adventistas), arriscou-se no campo do inimigo de Deus. Pensou que Deus ficaria impressionado com aquelas coisas oferecidas. Deus não estava de acordo que Balaão dialogasse com Balaque sobre o assunto em pauta. Deus estava à frente do Seu povo naquela caminhada, a qual já se fizera longa demais, e não permitiria mais recuos ou impedimentos.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 30 de novembro.

 

BALAÃO

 

Leitura Bíblica: Números 22:7 a 21.

 

Quem era Balaão? 

 

Ellen White escreveu em seu maravilhoso livro "Patriarcas e Profetas", pág. 439:  "Balaão já havia sido um bom homem e profeta de Deus; mas havia caído em apostasia e se entregara à cobiça; todavia professava ainda ser servo do Altíssimo. Não ignorava a obra de Deus em prol de Israel; e quando os enviados [de Balaque] comunicaram sua mensagem, bem sabia que era seu dever recusar as recompensas de Balaque e despedir seus embaixadores. Mas se arriscou a contemporizar com a tentação."

 

Balaão não era Israelita. Possivelmente tinha-se tornado adorador de IAVÉ pelo testemunho dado, no passado, pelos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, em suas peregrinações por Canaã, quatrocentos anos antes do Êxodo. Pode ser que a família, ou algum antepassado remoto de Balaão, tenha sido adorador de IAVÉ, e passou esse costume aos seus familiares. O certo é que pouca coisa é dita sobre Balaão, na Bíblia. E o que sabemos é que ele era "vidente", profeta, e adorava o Deus de Israel. Portanto, Balaão era um monoteísta, vivendo em uma região repleta de politeístas. Um caso raro, e que chamava bastante a atenção das demais pessoas, todas elas politeístas. Balaque, rei de Moabe, achou que Balaão era um profeta com maiores poderes para amaldiçoar Israel, do que os magos e feiticeiros moabitas. Talvez ele tenha feito tal pedido aos magos e feiticeiros de Moabe, e estes, com medo do Senhor, o Deus de Israel, tendo em vista o que o Senhor fizera ao Egito e a Faraó, a Seom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, tenham recusado a empreitada, achando-se aquém da tarefa pedida. O fato é que Balaque viu em Balaão a pessoa certa para a nefasta empreitada. Talvez já corresse em Moabe a fama de que Balaão era adepto da "Teologia da Prosperidade", e recebia dinheiro para fazer suas consultas de vidente e profeta. O certo é que o rei Balaque não chegou até Balaão por acaso. Alguma informação ele recebeu sobre o "vidente".

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 01 de dezembro.

 

CONFRONTO SOBRENATURAL

 

Leitura Bíblica: Números 22:22 a 34. Sofonias 1:17; Mateus 15:14. Apocalipse 3:17.

 

Mesmo Deus o aconselhando a não seguir com os mensageiros de Balaque, ainda assim Balaão insistiu em sua desobediência e foi. "Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi; e o Anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário..." Nm 22:22. Preste atenção neste detalhe: Nunca chame Deus para brigar com você; chame Deus para brigar por você. Balaão, ao agir de forma contrária à vontade de Deus, estava comprando uma briga com o Deus de Israel. O "Anjo do Senhor" se pôs em frente à jumenta na qual Balaão estava montado, e esta se desviou do caminho, assustada. Balaão, que era vidente mas não conseguia ver naquele momento, pois estava em apostasia, ficou irado contra a jumenta e a surrou impiedosamente. Nessa luta de Balaão contra sua jumenta, ele não prestou atenção no fato de que a jumenta "falou" algo para ele. Disse a jumenta a Balaão: "Que te fiz eu, que me espancaste já três vezes?" (Nm 22:28). Sem pensar que estava falando com um animal, e não com uma pessoa, Balaão respondeu à jumenta: "Porque zombaste de mim; tivera eu uma espada na mão, e, agora, te mataria" (Nm 22:29). O fato sobrenatural era uma jumenta falar. Mas o fato inusitado foi Balaão ter respondido à jumenta, sem prestar atenção ao fato de que bichos não falam. Ali estava desenhado o Grande Conflito entre Deus e Satanás, entre o Bem e o Mal.

Muitas vezes o mesmo acontece conosco, adventistas do sétimo dia. Ficamos tão cegos em nosso procedimento, que não damos ouvidos às razões do Senhor, o qual, mediante o Espírito Santo, fala à nossa mente, nos indicando o caminho certo a seguir e a coisa certa a fazer. Mesmo conhecendo "a Lei e os Profetas"; mesmo sabendo a vontade de Deus, ainda assim agimos como que por instinto, sem fazer uso da razão, do entendimento iluminado, e pecamos contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos. Somos teimosos, irreverentes, apóstatas, e procedemos como se nada soubéssemos dos propósitos e vontade de Deus, expressos na Bíblia. Agimos como se fôssemos ignorantes, mas o fato é que sabemos o que é certo, mas peitamos a Deus, e fazemos a coisa errada, numa espécie de auto-afirmação diante de Deus. Queremos mostrar a Deus que não O tememos, nem pretendemos que Ele reine sobre nós (leia Romanos 1:18 a 32). Este é o pecado voluntário, pecado que escolhemos e decidimos pecar, desafiando a Lei e o Governo de IAVÉ. É o pecado mais perigoso, pois é pecado para a morte eterna. Quando você está tão determinado a pecar contra a vontade de Deus, você não dará ouvidos nem a um anjo do Céu, se o mesmo vier para convencer você a não pecar. É assombroso isto!

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 02 de dezembro.

 

"A MORTE DOS JUSTOS"

 

Leitura Bíblica: Números 23:5 a 10. Romanos 3:20 a 24. I Coríntios 15.

 

Balaão, em sua profecia sobre o futuro e sucesso de Israel, disse entre outras coisas: "Que eu morra a morte dos justos, e o meu fim seja como o dele [como o fim de Jacó/Israel]" Números 23:10. Mas não foi assim. Logo depois desse episódio, quando Deus transformou as maldições que Balaão proferiria contra Israel em bênção, Balaão aconselhou o rei Balaque a preparar uma festa ao deus (ídolo) Baal, e chamar homens e mulheres israelitas para participarem. Sob o conselho de Balaão, o festim (carnaval) foi preparado, tendo muita música, danças, bebidas alcoólicas, adoração a Baal, risos, pilhérias, palavrões, maldições contra Israel, louvor aos ídolos de Moabe, tudo visando atrair Israel para a apostasia, para a idolatria, para a bebedeira, para a promiscuidade sexual. E os israelitas se deixaram levar pela tentação, participando de coração e alma da festa moabita. Israel pecou contra Deus e Sua Lei Moral. Vamos estudar um pouco mais este assunto na lição da próxima semana. Estamos contando um pouco dos fatos aqui, pois Balaão, em sua profecia, expressou o desejo de morrer "a morte dos justos". Mas Balaão não era mais um "justo", mas um apóstata. Ele morreu a morte de um apóstata. Seu corpo foi encontrado entre os mortos na chacina que o Senhor realizou contra os rebeldes da festança em honra a Baal. Somente os "justificados pela fé no Senhor" é que morrem "a morte dos justos". Um apóstata, infiel e desobediente a Deus, não pode morrer "a morte dos justos", e ressuscitar na primeira ressurreição (Ap 20:6).

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 03 e 04 de dezembro.

 

ESTRELA E CETRO

 

Leitura Bíblica: Números 24.  Mateus 2:1 e 2.

 

"Vê-lo-ei [o Rei Messias-Cristo, nascido de Judá], mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto [Balaão não morreu a "morte dos justos" e, por isso, não verá o Rei Jesus, de perto, pois, possivelmente, não subirá em glória com Jesus, o Messias-Cristo, para a Casa do Pai, quando da "Parousia"]. Uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro..." (Nm 24:17, interpolações e comentários nossos).

 

Balaão estava profetizando várias coisas importantes, tanto em relação a si mesmo, como em relação à vinda do Rei Messias-Cristo, Jesus de Nazaré. Diz a Bíblia Sagrada (Mateus 2:1-2) que quando Jesus nasceu, uma estrela guiou os sábios do Oriente, em sua viagem até Belém, para verem o Rei recém-nascido. Em relação ao "cetro", Balaão estava profetizando que o Messias-Cristo, que nasceria em Belém de Judá, seria um Rei. Jeremias confirma isto (Jeremias 23:5-6). Isaías declarou que o Messias seria o "Príncipe da Paz" (Isaías 9:6). Miquéias escreveu profeticamente: "E tu, Belém Efrata, pequena de mais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Miquéias 5:2. Quem reina é um rei. Pilatos, governador romano que interrogou Jesus de Nazaré, lhe perguntou: "És tu o rei dos judeus?" (João 18:33). Depois da resposta que Jesus lhe deu, Pilatos insistiu no assunto: "Logo, tu és rei?" (João 18:37). A resposta enfática de Jesus de Nazaré foi: "Eu para isto nasci, e para isto vim ao mundo..." (18:37). Balaão estava profetizando, mais de 1.400 anos antes que o fato ocorresse, que o Rei Messias-Cristo, o Ungido de Deus, viria para Israel, e nasceria na tribo de Judá, na família de Davi, na cidade de Belém Efrata. Balaão também profetizou: "Vê-lo-ei, mas não agora...", indicando que ele, Balaão, veria o Messias, mas O veria muitos anos depois, em sua ressurreição dos mortos. Disse ainda: "Contemplá-lo-ei, mas não de perto...", profetizando que ele, Balaão veria o Messias, mas não O veria "de perto", assim como os "justos pela fé" verão Jesus no dia da Parousia, isto é, quando Jesus vier em glória e majestade, na companhia de todos os Seus anjos (leia Mateus 16:27 e 25:31). Balaão não morreu a "morte dos justos", como ele desejava, mas morreu a morte de um homem em apostasia. E estes não verão Jesus "de perto", quando Ele vier em toda a Sua glória, como "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19:16).

 

Daí surge uma pergunta para você, meu irmão adventista de hoje: "Como você verá o Rei Jesus, no dia da Sua vinda?  Vê-lo-á de perto, e O seguirá rumo à Casa do Pai? Ou vê-lo-á "mas não de perto", pois não irá com Jesus para o Céu, a Casa do Pai, pois se desviou da fé e seguiu caminhos de apostasia? Como você verá o Rei Jesus nesse Dia da Parousia?  Pense bem nisto, e prepare-se como é preciso para subir junto com Jesus para a Casa do Pai (I Tessalonicenses 4:16-17).

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho



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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O PECADO DE MOISÉS E ARÃO

Verso para Memorizar: "Suba ao ponto mais alto do Pisga e olhe para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste. Veja a terra com os seus próprios olhos, pois você não atravessará o Jordão."  Deuteronômio 3:27, NVI.

 

LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA: Números 20 e 21; João 3:14 e 15; Tiago 4:4 a 15.

 

INTRODUÇÃO

 

Os pecados de um líder falam mais alto para seu povo do que os pecados do povo comum. Por quê? Porque o líder é uma referência para seus liderados. As ações de um líder são vistas por seus liderados como algo que ele faz e aprova os que assim procedem. Quando um líder desobedece a Deus e peca, diante de Deus e diante do povo que lidera, é como se estivesse dizendo ao povo: "Faça o que eu digo e faça o que eu faço." Muitos dos liderados reagem assim: "Se ele, que é líder, procede dessa maneira, por que eu não posso proceder de maneira igual". Semelhante aos erros e pecados de um líder é a conivência de pessoas que estão acima desse líder em hierarquia. Eles veem que o líder pecou, e isto está afetando para pior a vida dos liderados, e ainda assim continuam deixando tal líder na função, mesmo procedendo de forma pecaminosa, e conhecida por muitos. Erra quem se desvia da Lei de Deus e erra quem apoia o líder errado em seu erro (Romanos 1:31 e 32).

A Lição desta semana trata dos pecados cometidos pelos líderes de Israel, durante o Êxodo, Moisés e Arão. O que eles fizeram afetou a vida deles e de seus liderados. Vamos aos fatos bíblicos.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 22 de novembro.

 

QUANDO OS GIGANTES CAEM

 

Leitura Bíblica: Números 20:1 a 13.

 

"Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades. Ali morreu Miriã, e ali foi sepultada. Não havia água para o povo; então se ajuntaram contra Moisés e contra Arão. E o povo contendeu com Moisés..." Números 20:1 a 3, grifo nosso.

 

Nova crise se levantou no acampamento de Israel. Acampados no deserto de Zim, não tinha água para o povo beber. Logo os agitadores dentre o povo entraram em ação, e moveram a turba contra Moisés e Arão, pedindo água. O pedido era normal naquela situação. Mas a maneira como se dirigiram a Moisés, com agressões e tumulto, jogando o populacho contra seus líderes principais funcionava como pólvora num rastilho, a qual gerava imediata explosão popular. E foi o que aconteceu. Moisés já estava cansado de tudo aquilo. Apesar de ser manso, ele ficou bravo nessa hora. Antes, porém, ele recorreu ao Senhor, o Líder Maior do povo de Israel. Disse o Senhor a Moisés: "Toma o bordão, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, FALAI À ROCHA, e dará a sua água. Assim lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos seus animais." Números 20:7 e 8, grifo nosso. Então "Moisés e Arão reuniram o povo diante da rocha, e Moisés lhe disse: Ouvi, agora, rebeldes, porventura faremos [ele e Arão] sair água desta rocha para vós outros? Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os animais." Números 20:10 e 11, interpolação nossa.

 

Moisés e Arão não fizeram as coisas como Deus mandara fazer. No verso 8, o Senhor ordena a ambos: "Falai à rocha...", e não: "Batei na rocha...". Moisés e Arão deixaram de fazer a vontade de Deus diante do povo e fizeram as coisas ao seu modo, repetindo o pecado de Caim (leia Gênesis 4:1 a 7). Moisés e Arão deixaram de glorificar a Deus, dando ao Senhor toda honra e toda glória pelo milagre de tirar água da rocha (justificação pela fé), e tomaram essa honra e essa glória para si mesmos (justificação pelas próprias obras), dizendo ao povo: "Porventura FAREMOS [ele e Arão] sair água desta rocha para vós outros?" (Nm 20:10, interpolação e grifo nossos). Moisés e Arão se puseram diante do povo como se fossem mágicos fazendo coisas espantosas diante do povo. Depois queriam os aplausos pelos seus feitos. Deus não gostou do que viu e repreendeu a ambos, decretando que ambos morreriam no deserto, e não entrariam em Canaã. Ora, se eles se achavam livres para fazerem as coisas ao seu modo, contrariando uma ordem (lei) divina, por que o povo a quem eles lideravam teriam de fazer tudo como Deus ordenava? O povo se sentiria livre para pecar, à semelhança de seus dois maiores líderes. Além disso, Moisés e Arão fizeram o povo acreditar em uma mentira. Fizeram o povo acreditar que eles possuíam poderes especiais, poderes esses que os capacitavam a tirar água (líquido) de uma rocha (sólido). Nenhuma glória ficava para Deus por esse feito extraordinário. Moisés e Arão fizeram o papel de "deus" para o povo. Isto era uma blasfêmia contra o Senhor. Por isso Deus os puniu. E Deus punirá com a morte eterna todos os que se recusam a dar glória a Deus. A essência do Evangelho Eterno é: "Temei a Deus e dai-lhe glória...", Apocalipse 14:6 e 7. Tomar a honra e a glória para si mesmo é justificação pelas próprias obras, recusando crer na Obra do Senhor, por falta de fé. Fuja desta prática perigosa e mortal!

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 23 de novembro.

 

A MORTE DE ARÃO

 

Leitura Bíblica: Êxodo 32; Números 20:23 a 29.

 

Arão era um líder que cedia facilmente quando sob pressão. Era o tipo de líder que preferia ser "politicamente correto", deixando-se moldar às circunstâncias, mesmo que isto fosse contra a vontade expressa de Deus. No episódio relatado em Êxodo 32, quando Moisés subiu ao monte Sinai e foi encoberto por uma nuvem, ficando junto a Deus por quarenta dias, o povo, insuflado pelos agitadores, pressionou Arão para que este lhes fizesse um "bezerro de ouro", semelhante à imagem do "deus" Boi-Ápis que eles costumavam adorar no Egito. Arão não foi firme diante deles, pois temeu esses rebeldes e agitadores. Facilmente cedeu às pressões que eles fizeram, e preparou o bezerro de ouro, com o qual eles pecaram contra o Deus Eterno. O povo foi deixado livre para pecar devido à pusilanimidade e fraqueza de liderança de Arão, o pastor deles. Assim acontece hoje na Igreja Adventista: Quando o pastor é um líder fraco, sem pulso e sem a devida autoridade que o cargo lhe confere, deixa a congregação fazer o que bem quer, de forma indisciplinada. E o que se vê é a apostasia dominar a igreja local. Arão também foi fraco ao seguir a rebelião de sua irmã Miriã contra Moisés (Números 12). Agora, Moisés levou Arão a pecar facilmente contra o Senhor, ao bater na rocha, e não falar à rocha. Dava a impressão que Arão, como líder, estava sempre a reboque de alguém. Faltava nele coragem para dizer "não". Era uma espécie de "Maria-vai-com-as-outras", que segue a filosofia: "Eu não vou, vão me levando", muito comum em muitos pastores e anciãos de igreja hoje. Deus determinou que Arão subisse ao monte Hor, onde morreria e ali seria sepultado por Moisés. Seu filho Eleazar ocuparia seu lugar como Sumo Sacerdote em Israel.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 24 de novembro.

 

O PECADO DA INGRATIDÃO

 

Leitura Bíblica: Números 21:1 a 5.

 

"Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom [Esaú]; porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio [recusa, rejeita] deste pão vil." Números 21:4 e 5, interpolação nossa.

 

O povo estava sendo muito ingrato com Moisés, e mais ainda com IAVÉ, o Deus que os tirara da escravidão no Egito. Até ali, ninguém havia morrido de fome, nem de sede. Deus provera para todos eles pão e água. Até água da rocha o Senhor tirara já por duas vezes; mandava diariamente o pão do céu para eles, o maná. Agora, de forma arrogante, soberba e vil, estavam murmurando contra o Senhor. Na verdade, aquela gente rude, orgulhosa e murmuradora só merecia morrer. E era isso o que Deus estava fazendo com eles, como anunciara antes (Números 14), pois eles não creram que o Senhor os faria entrar na terra de Canaã. Daquele dia da revolta em diante, quase todo dia surgia confusão e crise no acampamento de Israel. O povo de Israel, em sua maioria, se tornou um povo em rebelião contra Moisés e contra seu Deus. Um povo que deixava Satanás dominá-lo, pecando sempre contra o Senhor. Deus queria abençoá-los, mas eles pediam maldição. Deus enviava bênçãos, mas eles transformavam as bênçãos em maldições. Até o pão que o Senhor Deus lhes enviou foi considerado "vil" e detestável. O que mais podia o Senhor fazer por aquela congregação de rebeldes? Eles não se deixavam salvar. Não se alegravam com os feitos do Senhor. Não davam glória a Deus, nem celebravam os feitos do Senhor em favor deles. Quando abriam a boca para falar, saíam da boca deles somente críticas, palavras de acusação e de rejeição. Transformaram as bênçãos de Deus em maldições e morte.

 

Como estão procedendo os adventistas, todos nós, hoje? Será que não estamos também imitando os israelitas em nosso êxodo do mundo para a Canaã celestial? Existem contendas, murmurações, críticas desonestas, motins, contendas e agitadores em nosso meio? Será que não existem entre nós líderes que não sabem liderar, são indisciplinados e frágeis? Será que não existem entre nós líderes ditadores, que se acham donos da igreja, e tratam os irmãos com dureza e agressividade? Creio que a história dos pecados do êxodo se repetem na Igreja Adventista de hoje. Esses erros precisam ser analisados, discutidos entre nós, identificados e eliminados, antes do fim do tempo da Graça. Que Deus nos conceda, a todos nós, líderes e liderados, clareza mental e nobreza de espírito para fazermos a tempo todas as correções que precisam ser feitas.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, DIA 25 DE NOVEMBRO.

 

SERPENTES ABRASADORAS

 

Leitura Bíblica: Números 21:5 a 9.  João 3:14 e 15.

 

"Então o Senhor mandou entre o povo SERPENTES ABRASADORAS, que mordiam o povo. E morreram muitos do povo de Israel."  Números 21:6, grifo nosso.

 

Há um pensamento que diz: "Quem procura, acha."  Toda aquela murmuração dos israelitas rebeldes não seria deixada sem punição. Afinal, eles estavam murmurando contra o Senhor, o Deus que os tirara da escravidão e da fornalha ardente, e os estava levando a uma terra fértil e produtiva. Tudo o que lhes faltara no deserto, para a sobrevivência, o Senhor providenciara. Se eles estavam caminhando em círculos, e fariam isto por quarenta anos, a culpa era deles mesmos, pois se rebelaram contra seu Libertador. Agora, cada uma de suas rebeliões seria punida com a morte de alguns deles, até que toda a velha geração morresse no deserto. Até Moisés e Arão morreriam ali, por causa de sua desobediência a Deus. Nesse episódio, Deus enviou "serpentes" para os picar e matar. Serpentes venenosas, cuja picada doía intensamente e matava quem por eles era picado. A praga só parou pela intercessão de Moisés e pela Graça de Deus. O Senhor atendeu à intercessão de Moisés, e mais uma vez usou de misericórdia para com eles, fazendo cessar a praga. Se não o fizesse, todos eles morreriam ali mesmo. Hoje, também se não fosse a Graça divina, e a intercessão de Jesus, no Céu, e do Espírito Santo, na Terra, nenhum de nós, membros da igreja, escaparia. Louvado seja Deus por Sua Graça salvadora!

Quando esteve na Terra, Jesus fez uso deste episódio acima mencionado, para falar de Sua crucifixão. Ele declarou a Nicodemos: "E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nEle crê tenha a vida eterna." João 3:14-15. Nunca se esqueça: A SALVAÇÃO sempre vem do Senhor. Nunca vem de nós mesmos. É preciso crer em Jesus, o Único que pode nos salvar do veneno da "serpente", Satanás.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 26 e 27 de novembro.

 

PRIMEIRAS CONQUISTAS

Leitura Bíblica:  Números 21:10 a 35.

 

Depois de um período muito tumultuado, cheio de crises internas, apostasia e morte, chegou afinal um novo tempo de conquistas e vitórias contra inimigos externos. O texto de Números 21:21 a 35 narra as vitórias de Israel contra Seom, rei de Hesbom, e contra Ogue, rei de Basã, os quais reinavam sobre os amorreus. Deus foi à frente de Israel e lhe deu a vitória. Era vitória do Senhor e vitória de Israel, pois as vitórias de Deus são vitórias do Seu povo, por imputação, recebidas e aceitas pela fé. Foram estas as primeiras vitórias de Israel contra os inimigos que habitavam o território onde iriam morar. Israel alegrou-se com essas primeiras vitórias, e as rebeliões contra Deus e contra Moisés praticamente cessaram. Agora o povo de Israel estava vendo com os próprios olhos que o Senhor lutaria por eles e através deles, para que fossem conquistadas as terras de sua nova moradia. Isto não quer dizer que os problemas acabaram na congregação de Israel, mas diminuíram.

Hoje, também, a Igreja enfrenta muitos problemas, internos e externos. Existem inimigos da Igreja operando dentro e fora da Igreja. Se formos fieis ao Senhor, certamente Ele nos dará a vitória sobre todos os inimigos, pois esta guerra é do Senhor. Devemos crer que Deus pode nos dar a vitória. Nossa timidez, nosso medo, nossa falta de fé impedem que sejamos vitoriosos como o Senhor gostaria que fôssemos. Se o permitirmos, o Senhor nos levará de vitória em vitória, até à vitória final. Mas é preciso "perseverar na fé", cada dia, deixando-se guiar pelo Senhor Jesus Cristo, nosso Grande Comandante. Quando o povo de Deus está ocupado em batalhar as batalhas do Senhor, não sobra tempo para contendas, murmurações e provocações de uns contra os outros. Portanto, procuremos nos manter firmes na fé em Jesus, ocupados em fazer a coisa certa que deve ser feita a cada dia. A vitória sempre vem do Senhor!

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho



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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sacerdotes e Levitas

Verso para Memorizar: "Disse ainda o Senhor a Arão: ...Eu sou a sua porção e a sua herança entre os israelitas."  Números 18:20, NVI.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Números 9, 18 e 19;  I Pedro 2:9; Apocalipse 14:6 a 12.

 

INTRODUÇÃO

 

A lição da Escola Sabatina desta semana focaliza a ação e comportamento das pessoas diretamente ligadas ao Santuário: os levitas e os sacerdotes. Ambos os grupos pertenciam à tribo de Levi, mas, desta, somente os descendentes diretos de Arão cuidariam do sacerdócio propriamente dito. Os demais, chamados de maneira geral de "levitas" cuidavam das coisas do Santuário, mas não se envolviam diretamente com o sacerdócio. Há na Igreja, hoje, os pastores ordenados ao ministério pastoral, e há os "oficiais" da igreja, os quais, voluntariamente, de forma não assalariada, cuidam de todo o programa da igreja local, levando adiante a obra de Deus. E graças a Deus pela existência desses obreiros voluntários na Igreja, pois são eles que fazem as coisas acontecer no dia-a-dia da igreja local.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 15 de novembro de 2009.

 

DIVISÃO DE TRABALHO

 

Leitura Bíblica: Êxodo 19:5-6; Números 18:1 a 7; I Pedro 2:9; Apocalipse 14:6 a 12.

 

"Agora, se Me obedecerem fielmente e guardarem a Minha Aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja Minha, vocês serão para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Estas são as palavras que você [Moisés] dirá aos israelitas." Êxodo 19:5-6, NVI.

 

O Apóstolo Pedro repete estes termos da Antiga Aliança para a Igreja, a Comunidade do Povo de Deus na Nova Aliança, a Igreja (I Pedro 2:9). O povo de Deus deve ser uma continuidade, pois os propósitos divinos para a Terra e para a humanidade são sempre os mesmos. Daí o "Evangelho" (a boa notícia) a ser anunciado é chamado de "Evangelho Eterno" (Ap 14:6 a 12), quer dizer, o mesmo Evangelho em todos os tempos e lugares, de Adão até o fim do tempo da Graça. E quem pregar "um outro evangelho", disse Paulo em Gálatas 1:9, "seja anátema", seja isto uma maldição, não uma bênção.

 

"Disse o Senhor a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade relativamente aos vosso sacerdócio. Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam, quando tu e teus filhos contigo estiverdes perante a Tenda do Testemunho. Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a Tenda; porém não se aproximarão dos utensílios do Santuário, nem do altar, para que não morram, nem eles, nem vós. Ajuntar-se-ão a ti e farão todo o serviço da Tenda da Congregação; o estranho [não israelita, nem da tribo de Levi], porém, não se chegará a vós outros." Números 18:1 a 4.

 

Ficou bem delineado por Deus qual seria a função de Arão e seus filhos, o Sacerdócio; e qual era a função dos demais levitas, não da família de Arão: serviços auxiliares, não diretamente ligado ao altar, aos sacrifícios, à ministração diante de Deus no Santuário.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 16 de novembro.

 

OS DONS DO SERVIÇO DIVINO

 

Leitura Bíblica: Números 18:1 a 7.

 

"Mas tu [Arão] e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é vosso serviço; Eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva [graça]; porém o estranho que se aproximar morrerá." Números 18:7, interpolação nossa.

 

"Eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva", disse o Senhor a Arão e a seus filhos. Neste caso, podemos entender que o ofício sacerdotal em Israel era um presente de Deus a Arão e ao próprio Israel. Não era uma profissão que se exerce para ganhar dinheiro e ficar rico. Era, antes, uma GRAÇA, um favor divino. Era uma CONCESSÃO divina, não uma conquista humana. Arão não se fez sacerdote a si mesmo; Deus o fez sacerdote de Seu povo. Isto é GRAÇA, favor divino, uma dádiva concedida a quem não tem méritos para recebê-la. Cada pastor adventista precisa ler bem este texto. Cada pastor adventista deve estar consciente que ele é PASTOR pela Graça divina. Ele precisa deixar que Deus o faça pastor; que Deus o capacite como pastor; que Deus o habilite como pastor; que ele aprenda a viver na presença divina como um pastor dependente de Deus. Cada pastor adventista deve deixar que Deus seja Deus para sua vida. O mesmo se pode dizer dos anciãos de igreja, pois cada "ancião" é um pastor auxiliar, que ajuda o pastor titular a cuidar da Igreja de Deus. O pastor não deve viver para si mesmo. O pastor da Igreja não deve estar preocupado em ter muito dinheiro e muitos bens materiais. O pastor de igreja não deve fazer do seu rebanho uma fonte de renda para viver nababescamente, como se fosse um marajá indiano, vivendo no luxo e na riqueza, enquanto seu rebanho vive na miséria.

Olhando para o pastorado de muitas igrejas hoje, fica-nos a impressão de que muitos desses pastores já perderam completamente a ideia do que significa ser um pastor a quem Deus fez pastor de Sua Igreja. Vive cercado de riquezas, luxo, soberba e abundância. São arrogantes, dominadores, e governam seus rebanhos com mão de ferro, como se fossem ditadores. Dão lavagem cerebral em suas ovelhas, não as deixando livres para tomarem decisões próprias, pois eles decidem tudo por eles. Decidem o que é certo e o que é errado seguir; decidem o que é bom e o que é mau; decidem o que é justo e o que é injusto. Enquanto escrevo este comentário, leio na Internet notícias sobre alguns desses pastores ricos e dominadores sobre seus rebanhos: um deles está sendo processado no Brasil e nos Estados Unidos da América por fuga de divisas, ter fortunas aplicadas em paraísos fiscais, sem pagar tributo pelo dinheiro movimentado; outro comprou para si um avião de luxo, um jatinho particular, no valor de cerca de oito milhões de reais; enquanto isso, boa parte dos membros de seu rebanho não têm o dinheiro da passagem para irem ao templo cultuar; outro está findando uma pena que recebeu nos EUA, devido a entrar no país com dólares não declarados, dentro da Bíblia. E por aí vão os escândalos, conhecidos, de muitos desses pastores que perderam para sempre a ideia de que o ministério pastoral é uma dádiva da Graça divina, e não um meio de enriquecimento material. Fica aqui o testemunho. Que nossos pastores tenham muito cuidado para não imitar tais exemplos negativos, nem invejar a riqueza mal adquirida que eles têm.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 17 de novembro.

 

O SUSTENTO DO SANTUÁRIO

 

Leitura Bíblica: Números 18:8 a 20.

 

"Disse mais o Senhor a Arão: Eis que Eu te dei o que foi separado das minhas ofertas, com todas as coisas consagradas dos filhos de Israel; dei-as por direito perpétuo, como porção a ti e a teus filhos. Isto terás das coisas santíssimas, não dadas ao fogo [não queimadas]: todas as suas ofertas, com todas as suas ofertas de manjares, e com todas as suas ofertas pelo pecado, e com todas as suas ofertas pela culpa, que me apresentarem, serão coisas santíssimas para ti e para teus filhos. ...Também isto será teu: as ofertas das suas dádivas com todas as ofertas movidas dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, dei-as por direito perpétuo: todo o que estiver limpo em tua casa comerá. ...Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel." Nm 18:8, 9, 11 e 20. Leia o texto completo (Nm 18:8 a 20).

Os sacerdotes deveriam viver das coisas sagradas que os israelitas traziam ao Santuário. Todas as ofertas que eram levadas ao Santuário em Israel, tinha uma parte que era para o sustento dos sacerdotes que ali oficiavam em favor do povo. Ele deveriam viver dessas provisões. Se o povo trouxesse poucas ofertas, os sacerdotes teriam pouco; se eles trouxessem muitas ofertas, os sacerdotes teriam muito. Eles não poderiam ter outro ganho para se manter, fora do que recebiam no Santuário. Viviam para o ministério e do ministério. Esta era a bênção divina para eles. É certo que, em tempos de apostasia coletiva em Israel, isto não foi seguido pelos sacerdotes. Hoje, também, quando vivemos em tempos de apostasia coletiva, a maioria dos pastores das igrejas não seguem as instruções divinas, especialmente se esses pastores se tornam o dono dos dízimos e das ofertas que recebem, ficando com a totalidade disto.

O Apóstolo Paulo corroborou esse tipo de manutenção do sacerdócio e do ministério, quando afirmou: "Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho." I Coríntios 9:13 e 14. Portanto, nada há de ética e moralmente errado um pastor ganhar salário do templo pelo serviço que presta ao templo. Sua manutenção pessoal e de sua família devem vir do templo, pois ele vive para o templo, para a pregação da Palavra e visitação do rebanho do Senhor. Todo pastor, ou sacerdote católico, deve receber salário justo e honesto pelo trabalho que realiza para sua Igreja. Isto é coisa normal e bíblica. O que não pode é um pastor se tornar dono de tudo o que o templo recebe, e, ele mesmo, tomar posse desses dízimos e ofertas como se fora patrimônio pessoal. Também é errado usar tal dinheiro sagrado para finalidades não próprias, especialmente visando comprar patrimônio pessoal, ou investir o dinheiro na compra de empresas que não são usadas para louvar a Deus, o grande doador de toda bênção. Mesmo que o pastor responsável pelas finanças de sua igreja use o dinheiro sagrado contra a vontade divina, a culpa disso não cairá sobre os membros da igreja, ou ofertantes/dizimistas, mas sobre o pastor desonesto e corrupto. Ele será julgado por Deus e considerado culpado. Quem deu sua oferta e seu dízimo honestos e fieis nada sofrerá da parte de Deus pela infidelidade e desonestidade do pastor apóstata e infiel. Este pagará por sua culpa perante Deus. Agora, se a Igreja que este pastor dirige sabe que ele é desonesto e corrupto, e que desvia para fins ilícitos o dinheiro que recebe nos templos, e não o disciplina, nem o rejeita como pastor, quando tem oportunidade e meios legais de o fazer, esta igreja se torna também culpada, pois sabia do erro e do mal que seu pastor vinha cometendo e não o afastou a tempo. O pastor ou pastores que tinham ascendência sobre o pastor desonesto, sabiam de sua desonestidade, mas o deixaram continuar na função, trazendo desonra para o ministério pastoral, também serão considerados culpados perante Deus, pois sabiam do erro do colega e não o tiraram da função, deixando-o impune para continuar em sua desonestidade.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 18 de novembro.

 

O PLANO DO DÍZIMO

 

Leitura Bíblica: Números 18:21 a 32.

 

"Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da Tenda da Congregação [o Santuário]. ...Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por vossa herança, deles apresentareis uma oferta ao Senhor: O DÍZIMO DOS DÍZIMOS."  Números 18:21 e 26, interpolação e grifos nossos.

 

No plano de OFERTAS e DÍZIMOS, conforme o texto bíblico acima, todas as ofertas e todos os dízimos dos filhos de Israel eram levados ao Santuário/templo. Parte dessas ofertas, tudo o que não fosse queimado em fogo e oferecido sobre o altar do sacrifício, ficava para Arão e seus filhos, e para os levitas. Os levitas recebiam os DÍZIMOS (uma décima parte) dos israelitas, para sua manutenção. Porém eles também deveriam pagar o DÍZIMO dos dízimos que recebiam. E esse "DÍZIMO DOS DÍZIMOS" era entregue a Arão, para seu sustento e de sua família. Somente aos levitas era requerido dar o "dízimo dos dízimos".

Hoje, em nossa igreja, ouço pregadores de Mordomia Cristã ensinando que a Bíblia manda dar o "dízimo dos dízimos" como se fosse um "pacto" ao Senhor. A Bíblia não ensina assim. Esse "dízimo dos dízimos" era dado pelos levitas, que viviam dos dízimos recebidos de todos os israelitas. Quanto ao povo em geral, a congregação dos filhos de Israel, davam seu dízimo e suas ofertas, conforme a legislação que vigorava em Israel. Muitos outros pregadores de Mordomia ensinam que esse "Pacto" que os membros da Igreja Adventista devem dar pode ser variável em porcentagem, mas eles aconselham que seja de 5 ou 10% de toda a renda. Se o membro da Igreja Adventista der 10% de toda sua renda como pacto, isto significa que ele estará dando um SEGUNDO DÍZIMO, ou seja, 20% de tudo quanto ganha. Este segundo 10% não é o "dízimo dos dízimos" referido na Bíblia, mas dez vezes mais do que aquele. Se a família dá R$ 200,00 de dízimo todo mês (10% de sua renda), seu "dízimo do dízimo" será 10% do dízimo que deu, isto é, R$ 20,00, e não 10% de sua renda (R$ 200,00), como muitos instrutores de Mordomia falam. É verdade que cada membro da Igreja Adventista é livre para dar a oferta que quiser dar ao Senhor, conforme suas rendas e de acordo com sua fé. Ele não está obrigado a dar um determinado valor fixo de oferta. O Senhor Deus determina na Bíblia, como valor fixo a ser dado ao Santuário/Templo, somente o DÍZIMO, o que consiste de uma DÉCIMA PARTE de tudo o que vem às mãos do doador. "Dízimo dos dízimos" não tem a proporcionalidade do dízimo, isto é, 10% de toda a renda, mas 1% apenas de toda a renda. E esse "dízimo dos dízimos" era estatuto obrigatório somente aos "levitas", e não a todo o Israel, conforme Números 18:21 a 32. Pode um membro da Igreja Adventista dar um SEGUNDO DÍZIMO para sua igreja?  Pode! Ele está livre para dar tudo o que quiser. Mas deve fazer isto de forma livre, espontânea e sem pressão de pastor nenhum, nem cobrança de qualquer tipo. Mas não pode o dirigente dizer-lhe que ele está dando o "dízimo dos dízimos", pois ele não recebe nada dos "dízimos" dados ao templo pelos outros membros. E quem nada recebe, nada tem a dar. O que nós pedimos aqui é coerência e respeito pela verdade bíblica. Nenhum pregador, pastor, departamental ou dirigente da Igreja Adventista tem o direito de ensinar à Igreja algo que não é bíblico, pois nós seguimos o princípio de "Sola Scriptura" (isto é, somente a Escritura como única regra de fé e doutrina) e de "Tota Scriptura" (isto é, que toda a Escritura é inspirada por Deus e precisa ser aceita como Palavra de Deus). Ensinar algo ao povo que não se conforma com o que a Bíblia afirma é fraude religiosa e falta de ética e respeito ao povo. Não podemos nos deixar levar por essas coisas, pois o dinheiro não é mais importante do que a Verdade Bíblica, mesmo que se trate de dinheiro para obra sagrada. Pensem nisso sempre que forem ensinar Mordomia Cristã.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 19 e 20 de novembro.

 

A NOVILHA VERMELHA

 

Leitura Bíblica: Números 19:1 a 10.

 

"...Dize aos filhos de Israel que vos tragam uma novilha vermelha, perfeita, sem defeito, que não tenha ainda levado jugo. ...Eleazar, o sacerdote [filho de Arão], tomará do sangue com o dedo e dele aspergirá para a frente da Tenda da Congregação sete vezes. À vista dele será queimada a novilha; o couro, a carne, o sangue e o excremento, tudo se queimará. ...É OFERTA PELO PECADO." Números 19:2, 4, 5 e 9, com interpolações e grifos nossos.

 

Essa NOVILHA seria entregue ao Santuário como OFERTA PELO PECADO de toda a Congregação dos filhos de Israel. Deveria ser uma "novilha vermelha", simbolizando possivelmente o sangue de Cristo que seria, mais tarde, derramado pelo pecado do mundo inteiro. Tudo no animal seria queimado, e suas cinzas deveriam ser jogadas fora do arraial. Esta era uma provisão temporária para o problema do pecado coletivo do povo de Israel. Quanto aos pecados individuais e as ofertas que os reparavam liturgicamente, leia Levítico 4. Essa OFERTA PELO PECADO do povo tinha um caráter universal, global. Não definia que pessoa pecou em especial. Todos nós, humanos, somos pecadores, e a Bíblia confirma isto em Romanos 3:10 e 23. O PECADO é elemento universal. "Todos pecaram...", diz a Bíblia. Logo, todos estão condenados pela Lei Moral de Deus, os Dez Mandamentos. Se não tivesse havido PROVISÃO divina para o problema do Pecado, mediante o Viver e Morrer-ressuscitar de Jesus de Nazaré, o "Verbo" de Deus, o qual "se fez carne e habitou entre nós" (João 1:1 a 3 e 14), "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29), nenhum humana teria esperança de ressurreição e vida eterna. Todos pereceriam para sempre. Portanto, aquela "NOVILHA VERMELHA" que era oferecida em Israel como "OFERTA PELO PECADO" de toda a Congregação dos filhos de Israel, tinha alcance universal, coletivo, e atendia às necessidades legais e espirituais de todos os israelitas indistintamente. Também o Sacrifício Expiatório, vicário, do Filho de Deus, Jesus, o Messias-Cristo, tem alcance universal, global, e contempla de forma graciosa, dadivosa, a toda uma humanidade que pecou e continua em pecado, incluindo os chamados "crentes", que reconheceram seu pecado e, pela fé, escolheram e aceitaram a Jesus de Nazaré como seu Único e Suficiente Salvador do pecado. Uma solução global para um problema global, numa época que se fala tanto em globalização. Quem nEle crê será salvo, conforme Marcos 16:15 e 16. Somente JESUS CRISTO pode resolver teu problema com o Pecado. Ninguém mais. Portanto, corre para Jesus, em humildade e fé, e aceita-O como teu Salvador e Senhor. E SERÁS SALVO!

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho



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