segunda-feira, 29 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 10 DA ESCOLA SABATINA



 

LIÇÃO  10

 

O HOMEM DE DEUS – A Obediência não é opcional

 

Verso para memorizar: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia [bíblica] foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo."  II Pedro 1:20-21.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Êxodo 32; I Reis 13:1 a 34; Daniel 5:13 a 17; Lucas 16:31; João 15:24; II Timóteo 4:3.

 

INTRODUÇÃO

 

A Lição desta semana focaliza o reino de Israel, setor Norte, governado pelo rei dissidente, Jeroboão I, um homem que apostatou da fé no Deus de Israel, e trabalhou no sentido de conduzir todo o reino para a apostasia coletiva. Deus envia a Jeroboão um jovem profeta, um "homem de Deus", e este profetiza contra o altar idolátrico que Jeroboão ergueu em Israel. Esse jovem profeta, um "homem de Deus", veio de Jerusalém, no Israel do Sul, com uma missão especial. Mas Deus o advertiu que jamais deveria comer e beber com as pessoas daquele lugar, e nem deveria voltar pelo mesmo caminho por onde viera. Era isto uma ordem divina. Desobedecer a esta ordem significaria perigo de vida para o profeta. Será que ele obedeceu a Deus? Se obedeceu, obedeceu ele a tudo o que o Senhor recomendara? Ou sua obediência foi apenas parcial?  Quais foram as consequências dos seus atos?   Vamos estudar essas questões.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 28 de novembro.

 

A POLÍTICA DA RELIGIÃO

 

Leitura Bíblica Dia: I Reis 12:25 a 33.

 

Saul, Davi e Salomão governaram sobre todo o reino de Israel. Roboão, filho de Salomão, também queria governar sobre todo o reino de Israel. No entanto, ele começou seu governo tomando uma decisão completamente equivocada.

 

Alguns líderes (anciãos) em Israel foram ao jovem rei Roboão e lhe pediram que aliviasse os pesados impostos que Salomão exigira do povo até ali. Roboão pediu-lhes um prazo para lhes dar a resposta. Então ele consultou homens idosos, conselheiros de seu pai, e estes lhe disseram que atendesse ao povo, e este o amaria e lhe serviria com prazer. Roboão, insatisfeito, consultou um grupo de jovens amigos, os quais eram de sua idade, e estes o aconselharam a tratar o povo de Israel com tirania, elevando os impostos e sendo muito rigoroso. Roboão convocou a liderança de Israel e lhes comunicou que os trataria com mais rigor do que o fizera seu pai. Revoltados, esses líderes israelitas mandaram chamar do Egito a Jeroboão, um antigo capataz de Salomão, e o fizeram reis das tribos mais ao norte. Dez tribos de Israel seguiram Jeroboão; somente duas tribos –Judá e Benjamim –ficaram ao lado de Roboão. E o reino de Israel foi dividido em dois reinos: (1) O Reino de Israel, ao norte, com capital em Samaria, governado por Jeroboão; e (2) o Reino de Judá, ao sul, governado por Roboão, filho de Salomão.

 

Jeroboão, querendo consolidar seu reino, decidiu erigir altares para culto em vários lugares do reino, além dos cultos nos lugares altos. Jeroboão adorava ídolos, incluindo entre eles o "Boi Ápis", do Egito. Quando Israel morou no Egito por cerca de quatrocentos e trinta anos, aprendeu a adorar ídolos, incluindo também o Boi Ápis. Quando eles, no Êxodo, deixaram o Egito sob o comando de Moisés e Arão, erigiram uma imagem do "bezerro de ouro", o qual nada mais era do que uma réplica do Boi Ápis egípcio, ao qual muitos israelitas aprenderam a cultuar. Agora, Jeroboão traz para o Israel do norte o culto ao Boi Ápis, ou culto ao bezerro de ouro.

 

O profeta que veio de Judá (do sul), veio com a missão de profetizar e clamar contra o altar que Jeroboão erigira. E ele clamou: "Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Israel, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso; e ossos humanos se queimarão sobre ti" I Reis 13:2. E, no mesmo instante, a palavra do Senhor se fez efetiva sobre aquele altar idólatra. "Deu, naquele dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou: Eis que o altar se fenderá, e se derramará a cinza que há sobre ele." (13:3). Isto aconteceu em Betel. O rei, transtornado com a palavra vinda de Deus, levantou a mão para ordenar a prisão e morte do profeta, do "homem de Deus"; mas seu braço ficou paralisado, e sua mão mirrou, secou, e o rei já não podia recolher seu braço. Então o rei suplicou ao "homem de Deus" que este orasse em seu favor. O "homem de Deus" orou em favor do rei, e seu braço voltou ao normal. Tudo isto ocorreu num dia de festa, com milhares de pessoas presenciando os fatos. Foi um testemunho público de que o Senhor rejeitara aquele altar, aquelas ofertas e a idolatria do povo de Israel. Mas o povo não se arrependeu de sua idolatria.

 

Com aquele altar idolátrico, o rei Jeroboão estava fazendo uso da religião para ganhar o apoio do povo de Israel. Ele não queria que o povo fosse até Jerusalém, no reino do sul, para adorar ao Senhor no templo. Ele usou sua força política para definir questões religiosas. Quis estabelecer a religião e o culto através da força do Estado, do poder civil. Ali ele conseguiu, mas não o culto ao Deus verdadeiro, e do modo correto. Era uma religião de Estado, exigida pelo rei.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 29 de novembro.

 

DEUS INTERVÉM

 

Leitura Bíblica do Dia: I Reis 13:1 a 6.

 

Deus agiu contra a religião promovida pelo Estado, que o rei Jeroboão estava estabelecendo em Israel. Aquela palavra de Deus, proferida contra o altar, revelava o desacordo e desagrado de Deus com aquele tipo de "religião oficial", estatal. Deve cada pessoa cultuar, adorar e servir a Deus como uma resposta do íntimo, da alma humana. Deve cada pessoa se aproximar de Deus como um ato de fé, de confiança pessoal em Deus, sem ser levado a isto pela força do poder do Estado, ou por outras pressões que tirem a liberdade e a espontaneidade dessa adoração. É cada pessoa, de si mesma, que tem de definir que Deus é o seu Deus. Quando entra nessa decisão o uso da força, da ameaça, da política, da subversão, da cooptação, então o culto que tal pessoa diz oferecer a Deus é uma religião falsa, não espontânea e não verdadeira.

 

Jeroboão estava usando seu poder real para forçar o povo de Israel a ter uma religião definida e estabelecida pelo Estado civil. Era a religião do rei. Era a religião do Estado. Era a religião e o culto que o rei exigia que seus súditos seguissem. Além de ser uma religião cobrada, forçada, tratava-se de culto aos ídolos, isto é, aos demônios que esses ídolos representavam. Jeroboão queria que o povo de Israel deixasse de viajar até Jerusalém, onde se encontrava o único templo no mundo que foi erigido para culto a IAVÉ, para cultuar ao Deus de Israel. Ele quis "comprar" sacerdotes levitas para serem os oficiais desse culto estatal. Não conseguindo, ele nomeou pessoas de outras tribos para serem sacerdotes desse culto idolátrico. Era uma espécie de SINCRETISMO RELIGIOSO. Eles adoravam diante de um altar dedicado aos ídolos, mas misturavam com estes o nome de IAVÉ. Era um culto sincrético, confuso, misturado. O Deus de Israel, "Deus zeloso" por Seu santo nome e honra, jamais daria Seu aval a tal sincretismo, colocando-O no mesmo nível dos ídolos mudos. Jamais. Daí a intervenção de Deus sobre o altar e o culto que Jeroboão estava tentando implantar no Israel do norte. Deus o rejeitou por completo. Ou você cultua somente ao Senhor, o Deus único, e obedece à Sua Lei com integridade de alma; ou, então, você entra em processo de apostasia, cultuando deuses de feitio humano.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 30 de novembro.

 

O DOADOR DE DONS

 

Leitura Bíblica do Dia: II Reis 5:14 a 17; Daniel 5:13 a 17; Lucas 16:31; João 15:24; II Timóteo 4:3.

 

Disse Naamã, o general sírio, ao profeta Eliseu, depois de ser curado da lepra que o matava: "Eis que, agora, reconheço que, em toda a Terra, não há DEUS, senão em Israel..." II Reis 5:15. E o general quis pagar a bênção da cura com dinheiro e presentes para o profeta, o "homem de Deus", Eliseu. Eliseu recusou, sem discussão, os presentes.

 

O profeta Daniel diz ao rei Belsazar, que lhe queria cumular de presentes e dádivas, caso o profeta lhe explicasse a estranha escritura surgida, naquela noite fatídica, na parede do palácio real: "Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação." Daniel 5:17.

 

Tanto Eliseu como também Daniel foram profetas de Deus. Eles receberam de IAVÉ o dom de profetizar, de curar, de falar em nome do Senhor Deus. Receberam esse dom pela Graça divina. Nada pagaram por ele. Agora, escolhidos a agraciados com tal dom, realizavam a vontade e o propósito de Deus para eles e para outras pessoas, incluindo reis e rainhas. Muitos destes cabeças coroadas, senhores das riquezas deste mundo, quiseram pagar aos profetas de Deus por alguma graça recebida de Deus. Mas, com firmeza absoluta, esses abençoados e fieis profetas do Senhor recusaram qualquer pagamento por essas graças. Não aceitaram nem pagamento, nem prêmios, nem dádivas, como se fossem pagamentos disfarçados de "ofertas" ao Senhor. O DOM não era deles. Seria desonesto receber pagamento por um dom recebido de graça, pela Graça de Deus. Seria como você orar pela cura de alguém e cobrar uma "oferta" por esta oração. Isto seria um pagamento disfarçado, e o pecador, se curado, acharia que, para ser curado da próxima vez, teria de pagar uma taxa religiosa a Deus. Ele acharia que receberia a bênção de Deus se pagasse por ela. Isto não é Graça de Deus. Isto é comércio de e com coisas sagradas, com dádivas divinas. E muitos são os pastores, e igrejas, tanto católicas como também protestantes, que estão fazendo comércio ilícito com os dons da Graça. Muitos são os pastores que "vendem" curas, exorcismos, melhorias de vida, casamentos, soluções de problemas diversos a quem esteja disposto a pagar, disfarçado de "oferta", de "dádiva", de "gratidão", pela bênção recebida, mediante a oração daquele pastor, ou bispo, ou presbítero, ou ancião. Foi assim com a venda escandalosa de Indulgências papais, na Idade Média, pela Igreja Católica Romana, o que gerou a Reforma Protestante conduzida pelo monge Martinho Lutero, na Alemanha, em 1517. Isto está acontecendo hoje, de forma escancarada e vergonhosa, pela obra desses pastores e bispos que, fazendo uso dos meios de comunicação em massa, especialmente o rádio e a TV, passam o dia vendendo graças que dizem vir de Deus, tais como curas, exorcismo, melhoria de vida financeira, problemas conjugais, solução de conflitos, etc. Milhões de reais são recolhidos por esses pastores e suas igrejas a cada semana, no Brasil e no mundo. É o aberto e vergonhoso comércio das coisas sagradas, agora também pelos chamados pentecostais, carismáticos e neocarismáticos. É só pagar bem que leva a bênção para casa. Quem está disposto a pagar para ver?!

 

Deus ordenou ao "homem de Deus", que profetizou contra o altar idolátrico erigido por Jeroboão: "Não comerás pão, nem beberás água; e não voltarás pelo caminho por onde foste." I Reis 13:9. Ordens divinas devem ser cumpridas do modo como Deus as ordenou, sem mudanças. Deus ordena e o servo de Deus cumpre a ordem. Ponto final.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 01 de dezembro.

 

MENTIRAS TENTADORAS

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 2:16 e 17; 3:1 a 5; 4:1 a 16; I Reis 13:11 a 19.

 

Saul, rei de Israel, costumava receber ordens de Deus, para executar uma determinada missão, e a realizava pela metade (I Samuel 15). No entanto, quando confrontado se teria ele realizado o que Deus lhe ordenara, ele afirmava que fizera tudo como o Senhor mandara. Isto é uma tendência bem humana.

 

Esse "homem de Deus", de I Reis 13, um profeta que viera de Judá para profetizar contra o altar idolátrico erigido por Jeroboão em Israel do norte, fez de maneira correta a primeira parte do trabalho que Deus lhe ordenou fazer. Suas dificuldades começaram depois de ter feito a obra que Deus lhe confiara.

 

Quando o rei, publicamente, o convidou, agradecido pela cura recebida, para que ele fosse ao palácio comer alguma coisa e repousar da cansativa viagem, tudo patrocinado pelo rei, o "homem de Deus" respondeu também publicamente ao rei que estava comissionado por Deus a não comer pão nem beber água com as pessoas daquele lugar, e também não voltar para Judá pelo mesmo caminho por onde viera.

 

Por esse tempo, morava em Betel um profeta já bem idoso (13:11), o qual não estivera presente na festa da inauguração do altar de Jeroboão. Mas seus filhos estiveram presentes, e contaram ao pai tudo o que viram. Contaram, inclusive, que o "homem de Deus" dissera que estava proibido de voltara para Judá pelo mesmo caminho. O profeta velho mandou os filhos prepararem o jumento, e seguiu em busca do "homem de Deus", "achando-o sentado debaixo de um carvalho." Disse o velho profeta ao "homem de Deus": "Vem comigo a casa e come pão" (13:13-14). Então o "homem de Deus" lhe disse: "Não posso voltar contigo, nem entrarei contigo; não comerei pão, nem beberei água contigo neste lugar. Porque me foi dito pela palavra do Senhor: Ali não comerás pão, nem beberás água, nem voltarás pelo caminho pelo qual foste." (13:16-17). Sem se intimidar com o que Deus dissera ao "homem de Deus", e não levando em conta o que o Senhor falara, o velho profeta declara: "Eu também sou profeta como tu, e um anjo me falou, por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água. (Porém mentiu)." (13:18). Então o "homem de Deus", desconsiderando tudo o que Deus lhe dissera pessoalmente, e confiando na palavra de um "profeta" que ele nem conhecia, decidiu por si mesmo seguir o conselho daquele velho – e falso – profeta. "Então ele voltou, e comeu pão em sua casa, e bebeu água" (13:18). E, para fazer isto, ele retornou pelo mesmo caminho para Betel. Ele tomou sua decisão com base num testemunho humano que contradizia uma ordem divina. Isto é excessivamente perigoso. Ele pecou contra a palavra que Deus lhe proferira, e confiara em palavras humanas, mesmo que estas fossem proferidas por um "profeta".

 

Fica aí o alerta para os pastores mais jovens, os quais confiam excessivamente nos conselhos de pastores mais velhos, muitas vezes sem consultar antes a Palavra de Deus. Conselhos humanos, por mais abalizados que sejam, jamais substituem a Palavra de Deus, revelada nas Escrituras Sagradas. Isaías recomendou aos crentes: "À Lei e ao Testemunho! Se eles [os conselheiros] não falarem desta maneira, jamais verão a alva." Isaías 8:20. Conselhos são bons, desde que de acordo com a VERDADE REVELADA por Deus ao homem.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 02 e 03 de dezembro.

 

TENTAÇÕES GÊMEAS

 

Leitura Bíblica do Dia: I Reis 13:7 a 10 e 20 a 24.

 

O "homem de Deus" já havia sido tentado pelo rei Jeroboão a ir com este para sua casa, para banquetear-se e descansar um pouco. Ele recusou a tentação em público, e declarou a todos que não iria com o rei, para um banquete, pois Deus lhe ordenara expressamente que não comesse nem bebesse naquele lugar (Betel). Voltasse para casa rapidamente, tomando um caminho diferente daquele pelo qual ele chegar a Betel.

 

Agora, surge uma nova tentação (13:18). Um profeta velho, que morava em Betel, o qual lhe pareceu amigo, de fala branda, experiente, o convida para "comer pão e beber água" na casa dele. Ele repete para o profeta velho tudo o que Deus lhe dissera. Não expressa tanta convicção. Ele repete palavras. Mas o corpo estava cansado, pois a viagem até Betel fora longa; e a fome e a sede eram-lhe fortes, e ele, fisicamente, muito desejava um pouco de pão e um copo de água. Não vendo, aparentemente, nenhum perigo, pois agora era um colega de ministério quem o convidava, e estava afirmando que um "anjo" de Deus lhe falara à noite, sentiu-se animado a voltar a Betel com aquele novo "amigo" de ministério, e mais experiente nessas coisas do que ele. Ele foi ingênuo, autoconfiante. Ele não consultou ao Senhor sobre o assunto, pois o Senhor já lhe dissera o que tinha de fazer. Ele teve boas intenções, mas estava sendo rebelde e infiel à palavra que Deus lhe falara.

 

Deus aceitou a "boa intenção" estúpida do "homem de Deus", o qual desconsiderou um "assim diz o Senhor", e confiou na palavra de um desconhecido profeta de Betel? Não, de maneira nenhuma. "Estando eles à mesa, veio a palavra do Senhor ao profeta que o tinha feito voltar; e clamou ao homem de Deus, que viera de Judá, dizendo: "Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à palavra do Senhor e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara, antes voltaste e comeste pão e bebeste água no lugar que te dissera: Não comerás pão, nem beberás água, o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais." I Reis 13:20 a 22).  Deus não amenizou a sentença. Aquele "homem de Deus" deixara de obedecer ao Senhor. Ele agiu por boa intenção, mas uma boa intenção não substitui a VERDADE. E a VERDADE, para ele, era o que o Senhor lhe falara em primeiro lugar. Ele aceitara a missão de Deus. Ele cumprira a primeira parte da missão. Agora, abandona a palavra do Senhor, e segue a palavra de um desconhecido, o qual se apresenta a ele como profeta do Senhor, e o convence a desobedecer ao Senhor, usando de mentiras e embustes. Deus não aceita a boa intenção de alguém que sabe a verdade e não obedece a verdade.

 

Tudo aconteceu como o Senhor falou. Ao sair da casa do profeta idoso e se dirigir para Judá, agora montado em um jumento, o "homem de Deus" viu sua vida ainda jovem chegar ao fim. Surgiu na estrada um leão que o atacou e o matou. O leão não o devorou; apenas o matou. Também não atacou o jumento. Somente o "homem de Deus" foi morto, porque essa morte foi punitiva, e o Senhor providenciou para que ela acontecesse. Era a demonstração do desagrado do Senhor pela desobediência de um homem que recebera claras recomendações de Deus e se deixara enganar por alguém que ele nem conhecia.

 

A história da Queda de Adão e Eva guarda algumas semelhanças com esta. Adão e Eva haviam recebido de Deus claras recomendações para não se alimentarem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Caso comessem o fruto daquela árvore, certamente (ou seja, com certeza) morreriam. Eva contou à Serpente tentadora (Gênesis 3:1 e 2) tudo quanto Deus lhes dissera, mostrando que era conhecedora da VERDADE. Mas Eva, abrindo mão da VERDADE que conhecia, lançou-se em uma aventura desconhecida, seguindo um conselho de "alguém" que não era nem para estar falando com ela, pois serpente não fala. Eva abandonou toda a VERDADE para seguir uma mentira. Depois, Adão, motivado por Eva, e por visões ilusórias e imediatistas do assunto, também aceitou abrir mão da VERDADE para seguir uma mentira. Adão e Eva deixaram a segurança da VERDADE conhecida para seguir e confiar numa conversa fiada, sem fundamento, sem prova nenhuma.

 

Muitos, hoje, agem do mesmo jeito. Também nós, adventistas do sétimo dia, agimos assim muitas vezes. Deus nos revelou em Sua Palavra, as Escrituras Sagradas, em quem e em que devemos crer, e a quem devemos seguir e obedecer. No entanto, mesmo tendo essa revelação divina, um "assim diz o Senhor", abrimos mão da segurança e da certeza que a VERDADE REVELADA por Deus nos oferece, e nos sentimos livres para pensar e agir de maneira contrária a tudo o que Deus falou e revelou. Fazemo-nos de "deuses" a nós mesmos, subimos ao trono de nossa vida, e destronamos a Deus. Fazemo-nos de "senhor" de nosso destino, e desprezamos toda a revelação do Senhor. Agimos como se Deus não existisse, ou não governasse nossa vida. Agimos assim tanto os membros da igreja como também seus pastores, em todos os níveis. Cada um acha que pode decidir as coisas por si mesmo, tomando nas próprias mãos, sem seguir um "assim diz o Senhor". O que temos visto, em nossa vida pessoal e na vida de nossa igreja? Desastres espirituais, apostasia e morte espiritual – além de morte física. Muitas vezes agimos em boa intenção, ingenuamente, mas sabendo que o Senhor não nos guia por tal caminho, pois o Senhor já nos revelou Sua vontade em Sua Palavra. Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos converta de volta a Ele. Amém.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 9 DA ESCOLA SABATINA



LIÇÃO  9

 

RISPA – A INFLUÊNCIA DA FIDELIDADE

 

 

Verso para memorizar: "Ele o cobrirá com as Suas penas, e sob as Suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dEle será o seu escudo protetor." Salmos 91:4, NVI.

 

LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA: Deuteronômio 30:19; II Samuel 3:6 a 11; 21:1 a 9;  Marcos 13:13.

 

INTRODUÇÃO

 

A lição da Escola Sabatina desta semana vai ao fundo dos bastidores bíblicos, e de lá traz à luz dos holofotes uma personagem que quase ninguém imaginaria que, um dia, sua vida seria motivo de um estudo na lição da Escola Sabatina: RISPA, uma das concubinas de Saul. Três personagens se destacam nesta lição:  Isbosete, filho de Saul; Abner, comandante do exército de Israel no tempo em que Saul reinou; e Rispa, uma concubina de Saul. Vamos estudar a lição, e verificar como esses personagens agiram, e quais foram as consequências dos seus atos, para o bem e para o mal.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 21 de novembro.

 

A CONCUBINA DO REI SAUL

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 25:5 e 6; Juízes 8:30 e 31; II Samuel 3:6 a 11; II Samuel 5:13 a 16; II Reis 11:2 e 3.

 

O concubinato era comum e legalizado em Israel, como também em muitas outras nações e reinos do Oriente. Abraão, Saul, Davi, Salomão e muitos outros personagens bíblicos as possuíram. A concubina era uma espécie de esposa secundária, mas tinha uma relação legalizada com o homem a quem se unira, e seus filhos também eram considerados herdeiros dos bens de seu pai. Geralmente, os filhos das concubinas não eram vistos com bons olhos pelos filhos das esposas. E isto era motivo para muitos atritos e conflitos familiares, produzindo até guerras (leia Juízes 8:30 e 31) entre os filhos das mulheres principais e os filhos das concubinas.

 

Segundo o texto de II Samuel 3:6 a 11, Saul tinha uma concubina chamada RISPA. O texto bíblico declara: "Teve Saul uma concubina cujo nome era Rispa, filha de Aia..." (II Sm 3:7). Essa concubina tornou-se motivo de disputa e conflito entre Isbosete, filho de Saul, que se autoproclamara rei de Israel, em lugar de seu pai; e o general Abner, chefe do exército de Saul. Foi tão forte a disputa, que Abner, revoltado, decidiu bandear-se para o lado de Davi, o até então rei de Judá, mas ainda não de todo o Israel. Abner foi acusado por Isbosete de haver mantido relações sexuais com Rispa, a qual fora concubina de Saul. Isbosete viu nesta ação de Abner – se é que realmente ele procedeu assim – um desejo de se apossar da parte do reino de Israel que ainda não seguia a Davi. Estava em jogo e discussão uma questão de poder, de mando. Não sabemos se Abner realmente teve relações sexuais com Rispa. Mas se tivesse tido, Rispa já era viúva de Saul, e não mais sua esposa. Estava livre para ser de outro homem. O que preocupava Isbosete era a questão do poder, do comando do reino. Quem casa com uma viúva do rei deve pretender todo o reino. Isbosete tinha medo de Abner.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 22 de novembro.

 

A MENÇÃO DO SEU NOME

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 3:6 a 11; 16:21 e 22; 20:3; I Reis 2:21 e 22.

 

RISPA talvez nada fizera de errado, pois, se se juntara a Abner, o fizera como viúva de Saul. Logo, ela não transgredira a lei em Israel. Porém seu nome é trazido a lume, à luz, por causa da disputa por poder entre Isbosete, filho de Saul, e Abner, comandante do exército. Se não fosse essa disputa por poder e mando em Israel, talvez o nome de Rispa jamais fosse mencionado no cânon bíblico, pois, além de ser mulher, era apenas uma concubina do rei, e não uma das esposas principais. Rispa não fala nada. Rispa não se envolve pessoalmente na briga. Ela entra na história de forma passiva, e se torna, sem o querer, motivo de discussão e conflito entre dois homens.

 

Isbosete, filho de Saul, sabia que Deus já escolhera a Davi para ser o sucessor de seu pai Saul no trono de Israel. Jônatas, seu irmão, já reconhecera isto e aceitara ter a Davi como rei, sendo ele o segundo no reino. Mas Isbosete não aceitara esse propósito de Deus. Isbosete decidiu lutar contra Deus e contra Davi, autoproclamando-se rei em Israel, pelo menos sobre uma parte de Israel. Abner, mesmo sabendo que aquele reinado de Isbosete não prosperaria, permaneceu fiel à casa de Saul, batalhando em favor de Isbosete, para que este se firmasse como rei. Abner havia lutado ao lado de Saul por quarenta anos, sendo totalmente fiel ao rei. Agora, já por sete anos estivera sendo fiel à casa de Saul, guerreando ao lado de Isbosete, filho de Saul. Quando Isbosete, enciumado, e desconfiando da lealdade de Abner à casa de Saul, acusa o general de se apossar de uma ex-concubina do rei, tendo relações sexuais com ela, o general se revolta contra Isbosete, e lhe declara que o abandonará, e se bandeará para o lado de Davi, o rei de Judá, levando consigo as tropas que comanda, deixando Isbosete sozinho e desamparado, o que significava o fim do seu frágil reinado sobre uma parte de Israel. E assim Abner vai até ao rei Davi, e faz com este uma aliança. A partir de então, Abner deixa de guerrear contra as tropas de Judá. Foi nessa ocasião que Joabe, o violento general que comandava as tropas de Davi matou Abner, em momento de paz, vingando-se da morte de seu irmão Asael, a quem Abner matara em campo de batalha.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 23 de novembro.

 

OLHO POR OLHO, OU UMA SOLUÇÃO CONVENIENTE?

 

Leitura Bíblica do Dia: Josué 9; II Samuel 21:1 a 6. Ezequiel 18:1 a 4.

 

O texto de Josué 9 narra um fato ocorrido quando Israel entrou em Canaã pra tomar posse daquela região. Os gibeonitas eram cananeus. Eles tiveram medo de serem destruídos por Israel, assim como fora destruída a cidade de Jericó. Que fizeram eles? Alguns gibeonitas, enviados por seu rei, vieram até Josué, vestidos em trajes rotos, trazendo cantis vazios e pão bolorento, para dar a ideia de que moravam muito longe dali, e não representavam uma ameaça para Israel. Sem consultar ao Senhor, Josué decidiu fazer uma aliança de proteção aos gibeonitas, prometendo que Israel não os atacaria, nem destruiria seu reino. Depois de firmada a aliança entre Israel e Gibeão, Josué descobriu que fora enganado, e que os gibeonitas eram cananeus, moravam ali perto, e seu reino também deveria ser destruído. Mas a aliança de amizade e mútua proteção já estava firmada diante de Deus, e não mais poderia ser anulada. Os gibeonitas não foram destruídos, mas feitos servos dos israelitas.

 

Anos mais tarde, quando Saul reinava sobre Israel, ele mandou atacar os gibeonitas, e muitos deste povo foram mortos pelos exércitos de Israel, o que era uma violação da aliança de não agressão feita no passado entre Israel e Gibeão, nos tempos de Josué. Saul pecara contra uma aliança feita diante do Senhor.

 

Saul morrera, e Davi assumira o trono de Israel. Mas a culpa de sangue de Saul ainda pesava sobre Israel, e as bênçãos de Deus estavam sendo retiradas de Israel. Veio a Israel uma fome que durou três anos, possivelmente provocada pela ausência de chuva. O céu reteve as águas, e não choveu por três anos seguidos. Davi ficou chocado com isso, e decidiu consultar ao Senhor sobre o assunto. E a resposta do Senhor veio sem demora. Deus falou a Davi que Israel, como não, violara uma aliança feita no passado, pois Saul atacara e matara os gibeonitas. Havia culpa de sangue, e essa culpa precisava ser reparada mediante pagamento, vidas por vidas (II Samuel 21:1 a 6). Davi perguntou aos gibeonitas: "Que quereis que eu vos faça [para expiar e reparar a culpa, ou dívida, de sangue contraída por Saul]?" (II Samuel 21:3, com interpolações nossas. E a resposta dos gibeonitas veio em termos da Lei de Talião: Olho por olho e dente por dente. Eles disseram a Davi: "Quanto ao homem que nos destruiu [o rei Saul] e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor [ou diante do Senhor, pois a aliança que eles fizeram antes com Israel fora ratificada perante o Senhor, o Deus de Israel], em Gibeá de Saul, o eleito [ungido] do Senhor. Disse o rei [Davi]: Eu os darei." II Samuel 21:4-6, com interpolações nossas. A exigências dos gibeonitas era legal, estando de acordo com a aliança feita. Davi reconheceu a legalidade da cobrança deles, e os atendeu. Mas, que filhos de Saul Davi buscou para entregar aos gibeonitas, para que fossem mortos? Ele "tomou os dois filhos de RISPA, filha de Aia, que tinha tido de Saul, a saber, Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos de Merabe, filha de Saul, que  tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita." II Samuel 21:7 e 8.

 

Novamente surge o nome de RISPA, agora em nova situação conflituosa, sem que ela o quisesse. Antes, surge o nome de Rispa por causa de uma contenda por poder e comando, entre Isbosete, filho de Saul, e Abner, general que comandava o exército. Agora, surge o nome de Rispa também em situação de perda para ela, pior do que no primeiro caso. Os dois filhos que ela tivera com Saul teriam de ser entregues aos gibeonitas, como pagamento de uma dívida de sangue contraída por seu pai, quando este reinava em Israel. E assim, sem o querer, Rispa sofre a perda de seus dois filhos por causa do pecado do pai deles diante do Senhor. Assim era a lei da culpa de sangue naqueles tempos. Boa ou má, era o que a lei determinava, e Davi aplicou a lei vigente. E a estiagem cessou, depois que os sete filhos de Saul foram mortos em sacrifico de expiação da culpa do pai.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 24 de novembro.

 

FIDELIDADE É UM ESTILO DE VIDA

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 21:1 a 10.

 

"Então Rispa, filha de Aia, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles, de dia, nem os animais do campo, de noite. Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aia, a concubina de Saul." II Samuel 21:10-11.

 

Rispa quase que enlouqueceu com a perda de seus filhos de forma tão trágica. Ela, que vivera em função deles enquanto viviam, passou a viver em função deles enquanto mortos. Ela foi fiel a eles sempre. Viveu em função deles. Nada mais tinha sentido em sua vida, pois perdera a razão maior de seu viver, os filhos. Ela se colocou junto aos restos mortais de seus filhos, estendendo esses restos mortais sobre uma pedra, e espantava as aves de rapina durante o dia, e outras feras rapinantes durante a noite, até que começasse a chover outra vez em Israel. Deus dissera a Davi que a chuva não estava caindo em Israel, já por três anos, porque havia culpa de sangue sobre a nação. E essa culpa tinha de ser reparada, expiada, para que as bênçãos de Deus voltassem a fluir sobre Israel. E assim aconteceu. Depois que a culpa de sangue foi expiada, com a morte dos sete filhos de Saul, voltou a chover em Israel. E Rispa teve de se consolar sobre a morte de seus filhos.

 

Quando você perde tudo aquilo que mais dava sentido à sua vida, como você reage, e a que – ou a quem – você se apega? Quando o chão sob seus pés parecem desaparecer, tamanha foi sua perda, como você age nessas horas decisivas de sua vida? Lembre-se deste verso: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e o mais Ele fará." Salmos 37:5.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 25 e 26 de novembro.

 

CONSTRUINDO UMA NAÇÃO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 21:1 a 14.

 

Tudo isto aconteceu no início do reinado de Davi sobre Israel. Saul havia procedido, em muitos assuntos, contra IAVÉ, o Deus de Israel. E os pecados do rei, quando investido em sua função real, eram também pecados da nação que ele governava. O rei governava por representação. Os atos do rei eram atos de todo o reino. Se esses atos fossem bons, influenciariam para o bem todo o reino. Se seus atos fossem maus, influenciariam para o mal todo o reino. Leia II Crônicas 36:14 a 16; Daniel 9. Quando Davi entregou aqueles sete filhos de Saul aos gibeonitas, para serem imolados como expiação pela culpa de sangue de seu pai, Davi não estava sendo bom ou mal; ele simplesmente estava fazendo o que a lei e a justiça da época exigiam. O crime fora cometido pelo rei vigente, e seu crime lançou sobre todo o reino de Israel culpa de sangue, pois fora violada uma aliança legal feita entre Israel e outra nação, Gibeão, aliança esta que fora firmada perante IAVÉ. O nome e a honra do Deus de Israel estava em jogo. A Justiça do Deus de Israel estava sendo contestada. Então Davi cumpre a lei e pratica a justiça. E a maldição é retirada de sobre a nação. Não era uma questão de sentimentalismo, mas de justiça real, concreta. Davi estava somente corrigindo erros do passado da nação, erros estes cometidos pelo rei que o antecedera no trono, e cuja responsabilidade era de toda a nação, pois fora esta mesma nação que, coletivamente, pedira ao Senhor um rei para os governar visivelmente.

 

Não devemos nos esquecer de que Davi estava começando o segundo reinado em Israel. Muita coisa havia por fazer. O reino de Israel ainda precisava ser confirmado diante de todos os outros reinos ao redor. Israel estava cercado de povos inimigos, sempre prontos e dispostos por atacá-lo. Havia muitos problemas internos e muitos problemas externos a serem solucionados. Havia toda uma nação –Israel –a ser pacificada. Alguns da casa de Saul insistiam em não reconhecer a Davi como rei de todo o Israel. Então, Davi tinha trabalho de sobra a fazer como rei. E nem tudo ele iria fazer nos próximos quarenta anos que teria pela frente.

 

"Então foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gielade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram a Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus Se tornou favorável para coma terra." II Samuel 21:12 a 14, grifos nossos.

 

Davi teve, primeiro, de encerrar o governo anterior, inclusive pagando suas horríveis dívidas de sangue. Somente depois disto é que ele se sentiu livre para dar início ao seu reinado propriamente dito.

 

Todos nós pecamos contra Deus, contra nós mesmos e contra nosso próximo. E chega uma hora em que sentimos que precisamos fazer uma auditagem em nossa vida, pois as coisas não andam tão bem como deveriam andar. Sentimos que as bênçãos de Deus não estão fluindo para nossa vida como deveriam fluir. É nesse instante que devemos nos questionar: "O que estou eu fazendo? Como meu procedimento em relação a Deus, a mim mesmo e a meus semelhantes está cooperando para esse período de estiagem espiritual e material em minha vida? Sou eu culpado por isso? Que erros contra leis e normas conhecidas tenho cometido? Se conheço a Verdade, por que não vivo segundo essa Verdade que conheço? Por que trabalho tanto e não prospero? Por que parece que tudo o que ganho cai em um saquitel furado, e meu dinheiro não rende o suficiente? Onde estou sendo infiel e transgressor diante de Deus?

 

Faça a você mesmo tais perguntas. Talvez você encontre em você mesmo as razões para que as bênçãos do Senhor não estejam fluindo para sua vida. Talvez seja necessário que você tenha de sacrificar alguns elementos a que você tanto se apega, abrindo mão deles e os rejeitando. Tente fazer isto com sabedoria, equilíbrio e muita honestidade, diante de Deus e diante de você mesmo.  Que Deus te ilumine e te dê coragem de mudar tudo o que precisa ser renunciado e mudado.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 8 DA ESCOLA SABATINA



 

 

LIÇÃO 8

 

JOABE:  O FRACO VALENTE DE DAVI

 

Verso para memorizar: "Todo caminho do homem é reto a seus próprios olhos; mas o Senhor sonda os corações." Provérbios 21:2.

 

LEITURAS DA SEMANA: II Samuel 2:17 a 23; 3:23 a 27; 11:15 a 25; 20:7 a 11; I Reis 1.

 

INTRODUÇÃO

 

O nome "JOABE" vem do hebraico e significa "Jeová é pai".

 

Se por um lado Joabe foi um grande guerreiro a serviço de Davi e de Israel, por outro lado, Joabe se tornou uma grande dor de cabeça para Davi. Há pessoa que quando se acham com muito poder nas mãos seu caráter se transforma. Joabe tornou-se arrogante, prepotente, achando-se acima do bem e do mal. O fato de ter sido um general vitorioso, comandante-geral do exército de Israel, um guerreiro destemido e vencedor, tudo isto levou Joabe a se achar dono da verdade, capaz de definir quem deveria morrer, e quem deveria continuar vivo. Joabe também tinha sob seu domínio as atitudes sujas e imorais de Davi, o rei de Israel. Joabe sabia coisas demais sobre os erros de Davi. No pecado de Davi contra Bate-Seba e contra Urias, Joabe foi quem acobertou o erro de Davi, pondo Urias em lugar perigoso da batalha, para que ele morresse, como Davi ordenara. Davi, sendo o rei de Israel, passou a temer as atitudes arrogantes de Joabe. No episódio envolvendo Joabe e Abner, dois grandes comandantes militares, Joabe revelou toda a violência de sua alma. Joabe matou Abner de maneira cruel e covarde, para vingar a morte de seu irmão em luta aberta. Vamos estudar a lição e tirar nossas conclusões.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 14 de novembro.

 

QUESTÕES FAMILIARES

 

Leitura Bíblica do Dia: I Crônicas 2:13 a 17. II Samuel 2:17 a 23; 3:23 a 27.

 

Zeruia, irmã de Davi, teve três filhos: Abisai, Joabe e Asael (I Crônicas 2:13 a 17). Logo, eles eram sobrinhos de Davi, o qual se tornou rei de Israel. E Davi constituiu a Joabe como, seu sobrinho, como comandante-chefe do exército de Israel. E seus outros sobrinhos, Abisai e Asael se tornaram "valentes de Davi", homens corajosos, destemidos no campo de batalha, e que estavam dispostos a morrer em defesa de Davi, seu tio, e rei de Israel. Portanto, as questões envolvendo Davi e esses três sobrinhos militares eram questões familiares. Abner era filho de Ner, um tio de Saul. Logo, Abner era primo de Saul (I Samuel 14:50). Quando se tornou rei, Saul fez de seu primo Abner o comandante-chefe do exército de Israel. Essas escolhas se baseavam em confiança mútua, e em laços de família.

 

Quando Saul morreu, e Davi assumiu o trono, continuou havendo guerra entre os seguidores de Saul e os seguidores de Davi. Durante sete anos, Davi reinou somente sobre as tribos de Judá e Benjamim. As demais tribos continuaram seguindo a casa de Saul, na pessoa de seus descendentes. E Abner continuou fiel a Saul, lutando contra os exércitos de Davi. Foi numa dessas batalhas, já quando a casa de Saul estava em seu final, que aconteceu um batalha entre o exércitos de Saul, comandado por Abner, e o exército de Davi, comandado por Joabe. Asael, irmão de Joabe, era excelente corredor. Ele, então, decidiu correr atrás de Abner, para o matar. Vendo-o Abner, pediu-lhe que se desviasse, pois ele estava muito próximo de sua lança, e estava sem armadura de soldado. Asael se recusou a se afastar, e, em defesa da própria vida (legítima defesa), Abner matou Asael, o que provocou grande ira em Joabe e Abisai, irmãos de Asael. Eles juraram que se vingariam de Abner. Vendo Abner que a tendência de todo o Israel era seguir a Davi como rei, ele foi até Davi e fez com este uma aliança, prometendo que, a partir de então, não haveria mais guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi. Davi aceitou esta aliança, e fez as pazes com Abner e com a casa de Saul. Então Davi passou a reinar sobre todo o Israel. Quando Joabe soube que o rei Davi fizera aliança com Abner e com a casa de Saul, ficou irado; e ainda mais irado ficou quando soube que Davi recebera Abner em palácio, e lhe dera um banquete e fizera com ele aliança. Joabe, irado, decidiu matar Abner, em vingança da morte de seu irmão Asael. Davi despedira em paz a Abner e este se foi para sua casa. Joabe entrou em palácio cheio de ira, e repreendeu a Davi com veemência, não respeitando o fato de que ele, Davi, era o rei de Israel, e não deveria ser repreendido daquele jeito. Então Joabe saiu dali ainda furioso, e mandou alguém ao encalço de Abner, convidando-o a retornar ao palácio, com a mentira de que o rei tinha algo em especial para lhe falar. Abner confiou no que lhe disseram e retornou até Davi. Mas antes que ele chegasse a Davi, Joabe o interceptou, chamou-o a um lugar à parte, e o assassinou traiçoeiramente, fora do campo de batalha. Abner matara Asael em campo de batalha. Joabe matou Abner em tempo de paz, de forma traiçoeira. Davi chorou a morte de Abner, e jurou que, em um futuro governo, Joabe não mais seria o comandante do exército de Israel. E assim aconteceu.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 15 de novembro.

 

O CUSTO DO PECADO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 11:15 a 25. II Samuel 18:5 a 15.

 

Davi, no passado, usara Joabe como instrumento de iniqüidade. Davi mandou Joabe punir Urias. Isto mostra que Joabe sabia muita coisa suja de Davi, e cooperou com este para abafar seu pecado. Davi, até certo ponto, temia Joabe. Ele tinha medo que seu sobrinho Joabe abrisse a boca e tornasse público o pecado do rei. Sabedor de coisas tão obscuras sobre seu rei, Joabe se sentiu por cima, achou que tinha o rei em suas mãos e, dessa maneira, poderia fazer o que bem quisesse, e o rei ficaria calado, pois ele dominava o segredo sujo do rei. Um protegeria o outro. Esse era parte do preço que Davi teria de pagar pelo erro que cometera. Note você que Joabe assassinou Abner bem antes de Davi cometer adultério contra Bate-Seba e matar Urias. Davi ficou refém de seus próprios pecados.

 

Quanto custa seu pecado escondido. Aquele pecado que você cometeu em oculto, e vive a escondê-lo de sua esposa, ou esposo; de seus filhos, ou de seus pais. A quanto lhe tem levado a farsa de parecer um crente honesto, fiel, puro? Que preço você já pagou, em dividendos morais e espirituais, pelas constantes mentiras e desculpas que você tem dado, no esforço continuado de esconder seus pecados ocultos de todos, mas não de Deus? Até quando você vai manter essa farsa? Até quando você vai preferir pagar esse elevado preço da mentira e da falsidade? De que você tem medo? O que mais o assusta? Que consequências haverá se seu(s) pecado(s) oculto (s) for (em) revelado (s)? O que lhe custa mais: manter seu pecado – ou sua vida de pecado – oculto, sem revelação, sem confissão, sem pedido de perdão; ou confessar a Deus e às pessoas ofendidas o seu pecado oculto, e se livrar de uma vez por todas dessa culpa que o está destruindo e matando aos poucos? O que vai lhe destruir mais cedo: a ocultação do pecado; ou a revelação do pecado oculto? É uma séria decisão que você vai ter de tomar na vida. Estou orando desde já por você em relação a isto. Escolha o que for melhor para sua alma e seu destino eterno! Leia os salmos penitenciais 32 e 51, escritos por Davi, mencionando como se sentiu com seus pecados ocultos.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 16 de novembro.

 

JOABE,  O POLÍTICO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 13. II Samuel 14.

 

Amnom era o filho mais velho de Davi. Absalão era o segundo na linha sucessória. Amnom tinha um péssimo caráter. Ele se apaixonou pela irmã de seu irmão Absalão, filha de seu pai, mas não filha de sua mãe, e tramou uma maneira de tê-la junto a si, no intuito de manter relações sexuais com ela, fora do casamento. Tamar era irmã de Amnom, por parte de pai somente. Ele fingiu-se enfermo e declarou que gostaria de ter sua sobrinha Tamar cuidando dele. A jovenzinha veio, pensando que estaria fazendo um excelente favor ao tio. Amnom se aproveitou da presença da sobrinha e a estuprou, repudiando-a em seguida. Um crime hediondo, em qualquer sociedade humana, em qualquer época. Tudo isso estava acontecendo no seio da família real, a família de Davi. Tamar saiu dali arrasada. Então ela clamou por justiça: "Tomou cinza sobre a cabeça, rasgou a túnica talar de mangas compridas que trazia, pôs as mãos sobre a cabeça e se foi, andando e clamando." II Samuel 13:19. Absalão a encontrou nesse estado desesperador, perguntou-lhe se ela estivera com Amnom, e lhe pediu que se calasse, pois ele vingaria a honra dela. Isto significava que Absalão iria matar seu irmão Amnom. Dois motivos tinha Absalão  ao decidir isto: (1) Vingar sua irmã Tamar; (2) livrar-se de seu irmão mais velho, Amnom, o primeiro na linha sucessória ao trono de Israel. E assim o fez. Absalão matou Amnom, vingou sua irmã, e ficou sendo o primeiro da linha sucessória ao trono de Israel. Davi soube de tudo isso e lamentou muito o que ocorrera, mas não agiu com maior firmeza nessas questões. Absalão fugiu da presença de Davi, e, durante três anos, viveu em Gesur, um reino amigo de Israel.

 

"Percebendo, pois, Joabe, filho de Zeruia, que o coração do rei [Davi] começava a inclinar-se para Absalão, mandou trazer de Tecoa uma mulher sábia, e lhe disse: Finge que estás profundamente triste, põe vestidos de luto, não te unjas com óleo, e sê como mulher que há já muitos dias está de luto por algum morto. Apresenta-te ao rei e fala-lhe tais e tais palavras. E Joabe lhe pôs as palavras na boca." II Samuel 14:1 a 3. Joabe estava fazendo uma "ponte" entre o rei Davi e seu filho Absalão. Joabe queria que Davi perdoasse Absalão, e o aceitasse de volta a Jerusalém. Joabe, de maneira inteligente, e também sabendo que já não gozava de fácil acesso a Davi, tramou com uma certa mulher estrangeira uma dramatização, a fim de conquistar o coração do rei para receber Absalão de volta. E o esquema deu certo, embora Davi tenha visto na dramatização o dedo de Joabe, o que a mulher confirmou. Davi chamou Joabe a palácio, e disse-lhe, em conclusão: "Atendi ao teu pedido; vai, pois, e traze o jovem Absalão." II Samuel 14:21. Mas Davi estabeleceu uma condição para Absalão voltar: "Torne para sua casa e não veja a minha face. Tornou, pois, Absalão para sua casa, e não viu a face do rei." (v. 24).

 

O perdão que você dá a alguém tem de ser completo. Davi não perdoou a Absalão de forma completa. Ele permitiu o retorno do filho, mas o proibiu de comparecer à presença do pai. Continuou a existir uma barreira entre pai e filho. Foi um perdão pela metade. E isto não costuma dar certo. Ou você perdoa alguém, ou não perdoa. Perdão pela metade não faz a obra de restauração que o perdão se propõe fazer. Absalão não podia falar com o rei, seu pai. Eles não voltaram a dialogar. Isto criou em Absalão, um jovem de caráter fraco, e tendente ao exibicionismo público, uma motivação a mais para se rebelar contra o rei, pois desejava muito o trono. Absalão começou a conquistar o coração do povo, fazendo-lhes promessas políticas de apoio, justiça, amizade, compreensão de suas necessidades. Absalão, parecendo um político brasileiro de hoje, conseguiu conquistar a amizade, a atenção e o apoio de muita gente em Israel. De tal maneira, que muitos já amavam mais a Absalão do que a Davi, e estavam dispostos a contestar e enfrentar o rei ao lado de Absalão. E isto ocorreu certamente.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 17 de novembro.

 

VIVENDO PELA ESPADA

 

Leitura Bíblica do Dia:  II Samuel 20:1 a 10.

 

Davi constituiu a Amasa novo comandante-chefe do exército de Israel, em lugar de Joabe, estando este ainda vivo. E Joabe soube que fora descartado pelo rei. Tudo isto aconteceu depois da revolta e morte de Absalão. Nesse episódio negro, Joabe ficou do lado de Davi, contra Absalão, e não ficou comovido com a morte deste. Ele até chegou a repreender Davi, pelo fato de um rei estar chorando demais a morte de um filho rebelde e traidor, o qual, na primeira oportunidade que tivesse, teria matado o pai para se apossar do trono de Israel. Disse Joabe a Davi, ao ver o rei chorando copiosamente: "Hoje, envergonhaste a face de todos os teus servos que livraram hoje a tua vida e a vida dos teus filhos e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres e de tuas concubinas. Amando tu os que te aborrecem, e aborrecendo os que te amam. Porque, hoje, dás a entender que nada valem para contigo príncipes e servos. Porque entendo, agora, que se Absalão vivesse e todos nós, hoje, fôssemos mortos, então estarias contente. Levanta-te, pois, agora, e fala ao coração dos teus servos..." II Samuel 19:5 a 7. E o rei obedeceu ao pedido de Joabe, e voltou a apresentar-se em público. Mas Davi tomou uma decisão perigosa em relação às questões militares e políticas. Aborrecido com o excesso de autoridade de Joabe, e com as constantes pressões que este lhe fazia, quase dominando sobre o rei, Davi escolheu publicamente a Amasa para ser o novo comandante-chefe dos exércitos de Israel, em lugar de Joabe (19:13). Joabe logo sentiu o golpe, e reagiu como costumava reagir até então: matou seu sucessor de forma traiçoeira. Davi ordenou a Amasa que convocasse as tropas de Israel, para perseguirem e matarem Seba, um inimigo público de Davi, seguidor de Saul, e que amaldiçoara Davi quando este fugia humilhado de seu filho Absalão. Este Seba convocou a casa de Saul para uma nova guerra contra a casa de Davi. Amasa demorou nessa convocação. Então Davi pediu a Abisai, irmão de Joabe, que cuidasse deste assunto, e sufocasse a rebelião de Seba. E Abisai fez isto, junto com seu irmão Joabe. Quando Joabe se encontrou com Amasa, que fora escolhido para o suceder na chefia do exército de Israel, tomou-o à parte, beijou-o na face, e o assassinou friamente, assim como, antes, assassinara a Abner. Era assim que Joabe se livrava de seus concorrentes. A linguagem que ele sabia falar era a da violência, do assassinato. Ele já não mais sabia fazer diferença entre o certo e o errado. Perdeu completamente a noção de ética e justiça. Seu negócio era matar qualquer um que lhe fizesse sombra. Joabe seguia a filosofia que declara que "os fins justificam os meios". Ele foi um homem que viveu para matar.

 

Mesmo na Igreja, hoje, há cristãos cujo temperamento violento, trazido do passado, ainda não foi submetido ao controle e domínio do Espírito Santo. Muitos cristãos usam da violência em suas relações comerciais, familiares e até eclesiásticas. E até muitos pastores da Igreja, em diversos níveis e funções, também agem assim. Muitos matam todos os que lhe fazem sombra e ameaçam tomar sua função. Muitos são os que humilham, perseguem, maltratam e destroem a vida de seus irmãos, mediantes posturas e atitudes violentas em relação a seus irmãos em Cristo. E a Igreja sofre muito com essa violência disfarçada de religiosidade autoafirmativa. Joabe não pode ser o referencial mais apropriado para a vida de um bom e fiel cristão.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 18 e 19 de novembro.

 

A ÚLTIMA PARADA DE JOABE

 

Leitura Bíblica do Dia: I reis 1.

 

Com a morte de Absalão, outra vez veio à discussão quem seria o sucessor de Davi no trono de Israel. Davi já estava velho e cansado, e não declarara publicamente quem seria seu sucessor. Aproveitando-se disto, Adonias, "filho de Hagite", uma das muitas esposas de Davi, "se exaltou e disse: Eu reinarei. Providenciou carros, cavaleiros e cinqüenta homens que corressem adiante dele. Jamais seu pai o contrariou..." I Reis 1:5 e 6. Seu pai, Davi, não se opôs. Calou-se. E Adonias, aproveitando esse vazio de autoridade, montou seu esquema pessoal para se apossar do reino de Israel, e ali reinar em lugar de seu pai, Davi. Davi não moveu guerra contra Adonias. Cansado, velho e acamado, Davi já não mais se sentia disposto a guerrear contra o filho, nem a fugir de Jerusalém. Ele simplesmente cruzou os braços, e nada fez, deixando a revolta de Adonias prosperar.  E quem tomou partido por Adonias? O sacerdote Abiatar, muito amigo de Davi; e Joabe, o poderoso e perigoso comandante do exército. O povo viu Abiatar e Joabe, dois companheiros de Davi, seguindo a Adonias, e entendeu que realmente Adonias seria o novo rei de Israel. Tudo dava a entender ao povo que assim seria. Mas nenhuma mensagem, de aprovação ou de repreensão, fora dada pelo rei Davi, já vivendo seus últimos dias de vida. Joabe se pôs à cabeça da revolta. Isto era muito perigoso, pois Davi, mesmo velho e acamado, ainda era o rei, e todos deviam ser obedientes e fieis a ele. Agir de forma diferente representava trair o rei e o reino. Todos tinham de esperar as decisões vindas de Davi. Joabe e Abiatar não esperaram. Agiram de forma independente, sem ouvir a Davi. O que aconteceu, então?

 

Salomão foi declarado o sucessor legal de Davi. Nesse caso, Adonias foi declarado um inimigo do reino, e deveria ser punido como traidor e rebelado. E assim aconteceu. Adonias foi morto um pouco depois disso, e sua revolta foi sufocada. Joabe foi morto por ordem de Salomão. E o novo rei expulsou Abiatar do sacerdócio, tornando-o exilado em Anatote, uma cidade habitada pelos levitas. Joabe foi morto à espada. Ele fez, mais uma vez, a escolha errada, e morreu em consequência dessa escolha. Assim terminou a vida de um homem que viveu para matar. Um homem que perdeu a noção dos limites, da ética e da moral. Um homem que teve tanto poder em Israel, que já não mais soube fazer diferença entre o bem e o mal; entre o certo e o errado; entre a justiça e a injustiça. Um homem que perdeu seus referenciais, seus próprios limites, mesmo servindo ao exército do povo de Deus.

 

Fica um alerta aos que, hoje, militam na "obra de Deus", pastores, anciãos, diáconos, e obreiros em geral. Trabalhar profissionalmente na "obra de Deus" não é garantia de que tal pessoa está agindo segundo a vontade e os propósitos de Deus. Os exemplos, do passado e do presente, estão aí, e todos nós podemos aprender com eles. Nenhum obreiro está acima do bem e do mal, e está livre para fazer tudo o que quer e pensa. Há limites éticos, morais e espirituais que jamais devem ser ultrapassados e violados. E, mais cedo ou mais tarde, quem se acha no direito de violar esses valores e ultrapassar esses limites, se defrontará com a Justiça de Deus, não de forma vindicativa, como em Romanos 1:16 e 17; mas de forma punitiva, como em Eclesiastes 12:13 e 14; Romanos 14:12; II Coríntios 5:10 e Apocalipse 22:12. Pense nisso, amigo "obreiro", quando tomar suas decisões, em nome da "obra de Deus". Que Deus o ajude a fazer a coisa certa, segundo a Justiça e a Verdade. Amém.

 

 

 

Pr. Otoniel Tavares de Carvalho