segunda-feira, 25 de outubro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA



 

LIÇÃO 5

 

ABIGAIL:  SENHORA DAS CIRCUNSTÂNCIAS

 

Verso para Memorizar: "No coração do prudente repousa a sabedoria, mas o que há no interior dos insensatos vem a lume." Provérbios 14:33.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: I Samuel 25. Isaías 28:23 e 53:12.  Daniel 9:15 a 19. Mateus 15:10.  Romanos 8:34.

 

INTRODUÇÃO

 

A lição da Escola Sabatina desta semana focaliza a experiência de uma família em Israel, nos tempos em que Saul reinava, e que demonstra toda a estupidez de um esposo imprudente e insensato e o equilíbrio e a sensatez de uma esposa que age de maneira justa e honesta. Esta história está registrada na Bíblia não devido à insensatez e loucura de Nabal, mas exclusivamente devido à correção de procedimento de sua esposa, Abigail. É a atitude equilibrada, sensata e diplomática dessa mulher especial que levou o narrador bíblico a incluir sua história no cânon da Bíblia. Vamos, pois, à história!

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 24 de outubro.

 

ALGUÉM QUE OUÇA

 

Leitura Bíblica do Dia:  I Samuel 25:1 a 11. Isaías 28:23. Mateus 15:10. Tiago 1:19.

 

Alguém já disse que Deus criou os humanos com duas orelhas – ou dois ouvidos – e somente uma boca, para que as pessoas ouvissem mais seus semelhantes e falassem muito menos. Saber ouvir alguém, e ouvir com bons ouvidos, sem preconceitos, sem barreiras que impeçam a comunicação e o diálogo, é meio caminho andado para o entendimento entre duas ou mais pessoas.

 

Nabal, um rico fazendeiro e criador de ovelhas e cabras nas vizinhanças do monte Carmelo, em Israel, era uma pessoa mau humorada, de temperamento violento, agressivo, pessoa de difícil diálogo com outras pessoas. Era um homem muito rico e muito sovina. Amava mais sua riqueza do que qualquer outra coisa neste mundo. Sua ordem de prioridades na vida era: seu patrimônio, sua família e Deus. Nabal era casado com uma mulher de temperamento dócil, pessoa que fazia amizade de forma fácil, e que se relacionava bem com qualquer pessoa, quer fosse rico, quer fosse pobre. Abigail tratava seus servos e suas servas com muito respeito e atenção, sendo amada por eles todos. Ela era o extremo oposto do que era Nabal, seu esposo.

 

Davi e seus soldados estavam fugindo das injustas perseguições de Saul. Fugindo para longe do rei, e se refugiando bem no interior da nação, Davi se escondeu nas terras pertencentes a Nabal. Enquanto esteve ali, Davi e seus homens protegeram os rebanhos de Nabal, não permitindo que salteadores roubassem aquelas ovelhas e cabras. Tendo chegado um dia de festa em Israel, Davi desejou celebrar tal festa com seus soldados. Sendo homem honesto, não se apossou de nenhuma ovelha ou cabra de Nabal. Davi decidiu pedir a Nabal alguns animais para fazer com eles uma festa junto a seus soldados. Ele enviou a Nabal alguns de seus soldados, para solicitar deste rico proprietário algumas ovelhas. Nabal tratou os mensageiros de Davi com violência, estupidez e agressividade. Nabal chamou Davi de servo fugitivo, uma espécie de rebelado contra o rei. Nabal humilhou e desprezou a Davi. Agiu com soberba, orgulho e prepotência, achando-se o dono do mundo. Os soldados de Davi retornaram a ele e lhe contaram todas as coisas grosseiras que Nabal lhes dissera contra Davi. Este ficou transtornado de espírito e, furioso, reuniu grande parte de seus soldados para invadir a casa de Nabal, matá-lo e puni-lo por sua grosseria. Nabal era um homem que não sabia ouvir  as pessoas. Ele as interrompia antes, e lhes dirigia todo o azedume de sua ira. Nabal era homem de Belial, mau e perverso. O clima azedou entre Nabal e Davi, e a vingança deste seria fulminante.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 25 de outubro.

 

AÇÕES FALAM MAIS QUE PALAVRAS

 

Leitura Bíblica: I Samuel 25.  Mateus 17:21. 25:31 a 46. Tiago 2:14 a 17.

 

Um servo de Nabal viu a cena que ocorreu na casa e observou a maneira agressiva como Nabal tratara os mensageiros de Davi. Aquele servo era inteligente o suficiente para saber que Davi não deixaria sem resposta as agressões de Nabal. Então este servo foi à procura de sua senhora, Abigail, e lhe relatou tudo o que vira e ouvira. Abigail ouviu com atenção tudo o que o servo lhe contou. Que fez ela? Ficou lamentando o ocorrido? Caiu em choro convulsivo, de reclamação? Foi até seu esposo e o agrediu com duras palavras? Não, ela simplesmente fez o que achou que deveria fazer em situação como aquela. Ela agiu efetivamente, e fez as coisas acontecerem de forma positiva. Abigail era mulher pragmática, preferia agir de forma correta, e não ficar lamentando o mal que já acontecera.

 

Há um provérbio popular que afirma:

 

"AS PALAVRAS MOVEM, MAS OS EXEMPLOS ARRASTAM." 

 

Abigail preferiu fazer, antes que falar. Ela foi até seu depósito de comida, juntou tudo o que conseguiu ter pronto em casa, calculou quanto seria preciso para alimentar cerca de quatrocentos homens, mandou os servos colocarem tudo sobre alguns jumentos, pediu a algum ou alguns dos servos de maior confiança para a acompanharem, montou em um jumento e pegou a estrada, à procura de Davi. Ela sabia que Davi seria o futuro rei de Israel. Todos em Israel já sabiam isto, pois esta notícia correu de boca em boca, de que Samuel já ungira Davi para ser rei em Israel, e que Jônatas já havia aceitado esse fato. Abigail iria tratar Davi como se trata a um rei. Ela desceu a montanha e, no meio do caminho, encontrou Davi e seus soldados, os quais subiam a montanha, indo em direção à casa de Nabal, para executar vingança contra aquele malvado. Abigail, ao ver Davi, desceu do jumento e se curvou diante dele, em total respeito. Ela lhe falou palavras bondosas, sensatas, brandas, o que aplacou a ira de Davi e de seus soldados. Davi recebeu os alimentos que Abigail lhe trouxe, e a elogiou por sua sensatez, equilíbrio e honra. Naquela hora, Davi amou Abigail, e a viu como um exemplo de mulher que lhe seria uma excelente esposa. Mas, sendo ela casada, ele nada lhe falou; ele a respeitou e a tratou com muita deferência. Davi voltou para seu acampamento, agora abastecido de víveres para alguns dias; e Abigail voltou para sua casa, certa de que fizera a coisa que tinha sido necessário fazer para aquela ocasião. Nabal, sua família e sua propriedade estavam a salvo, tudo como resultado da ação dinâmica e positiva de uma esposa fiel, sábia e diplomática, que, em vez de ficar histérica, gritando o tempo todo, ou chorando sem mais parar, toma decisões sábias, oportunas, e reverte uma situação de perda, transformando-a numa oportunidade para a vitória.

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 26 de outubro.

 

TEMPO DE FALAR

 

Leitura Bíblica do Dia: Êxodo 32:32. I Samuel 25:23 a 31. Isaías 53:12. Daniel 9:15 a 19. Romanos 8:34.

 

Que coisas falou Abigail a Davi?

 

"Ah! Senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite que a tua serva fale contigo, e ouve as palavras da tua serva. Não se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste. Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o Senhor e a tua alma, foste pelo Senhor impedido de derramar sangue e de vingar-te pelas tuas próprias mãos. Como Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor. Este é o presente que a tua serva trouxe a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. Perdoa a transgressão da tua serva; pois, de fato, o Senhor te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do Senhor; e não se ache mal em ti por todos os teus dias." I Samuel 25:24 a 28. 

 

Foi um lindo discurso de improviso, cheio de palavras sábias, sensatas e bondosas. Abigail sabia que a perseguição que Saul movia contra Davi era injusta e inadequada. Ela estava segura de que o que estava fazendo era um ato de justiça, além de ser uma ação intercessória por toda a sua família. Ela falou na hora certa e do modo certo. E sua fala encontrou acolhida junto a Davi. E a vingança deste foi aplacada. Davi desistiu de se vingar de Nabal, devido à nobre e correta intercessão de Abigail.

 

A resposta de Davi a Abigail foi: "Bendita seja a tua prudência; e bendita sejas tu mesma, que hoje me impediste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse. Porque tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, que me impediu de que te fizesse mal, se tu não te apressaras e me vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal, até ao amanhecer, nem um sequer do sexo masculino." I Samuel 25:33 e 34.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 27 de outubro.

 

O QUE ABIGAIL SE RECUSOU A FAZER

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 25:25 a 38.

 

Abigail jamais agiu com falsidade. Diante de Davi, ela foi sincera e verdadeira. Não tentou justificar a grosseria de seu esposo. Não desculpou seus erros. Não aliviou a situação. Reconheceu publicamente que era casado com um homem louco, avarento, um verdadeiro filho de Belial. Abigail clamou a Davi por misericórdia. Abigail assumiu o erro de Nabal, como se fora ela a culpada. Ela fez o papel de um mediador, assim como, no passado de Israel, Moisés agira em favor de todo o povo que pecara contra o Senhor, no caso do bezerro de ouro (Êxodo 32). Ela agiu também como Daniel agiria mais tarde (leia Daniel 9), orando em favor do rebelde reino de Judá, o qual fora levado ao cativeiro em Babilônia, por causa de seus pecados contra Deus (II Crônicas 36:14 a 16). Abigail foi uma mediadora. Ela se colocou entre o vingador (Davi e seus soldados) e a pessoa que sofreria a vingança (Nabal e sua família). Ela assumiu a culpa, como se o erro de seu esposo fora o erro de toda uma família. Ela intercede em nome de toda a família, inclusive em favor de seu injusto esposo. Ela faz tudo isto sem esconder o fato de que seu marido havia cometido um grande erro. Aí fica o exemplo para esposos e esposas; para pais e filhos. Não deixe que uma espécie de amor-cego tome conta de você, não o deixando ver os erros que há em seus amigos e queridos familiares. Se eles erraram, confesse o erro deles, mesmo que tenha de interceder por eles. Não jogue o lixo para debaixo do tapete. Não finja que está tudo bem, quando as coisas não vão bem. Não seja hipócrita e mentiroso. O que é certo, é certo. O que é errado, é errado. E ponto final. Aceite isto como verdade, e trate o assunto à luz da verdade e da justiça. Deus o honrará e resolverá o problema, se o tratarmos com sabedoria e justiça. Abigail se recusou a considerar o erro como sendo algo sem importância. Ela se recusou a fechar os olhos para uma situação extrema que requeria ação e uma solução justa.

 

Quando Abigail chegou em casa, encontrou seu esposo completamente embriagado. Ele comera e bebera sem limites, comemorando os excelentes lucros que tivera. Abigail foi dormir, deixou o dia amanhecer, para contar a seu esposo tudo o que estivera para acontecer. Logo de manhã, vendo que seu esposo se refizera da bebedeira e estava sóbrio, ela lhe contou tudo, sem esconder nada. Falou-lhe do perigo que toda a família correra, pois Davi estava já se dirigindo para a casa deles, para matar Nabal e destruir sua família e sua propriedade. Ela também lhe contou como agira, levando alimento para Davi e sua tropa, e como intercedera por toda a sua família. Nabal ouviu em silêncio tudo o que sua esposa contou. Ele teve uma espécie de AVC, ficando paralisado, sem nada falar. Ele "ficou como pedra". Dez dias depois dessa conversa que Abigail teve com ele, Nabal veio a falecer. O Senhor Deus não o deixou viver a partir dali. O que Davi não fez, o Senhor o fez.

 

Faça como Abigail fez, e o Senhor recompensará você como a recompensou.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 28 e 29 de outubro.

 

DENTRO E FORA

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 25:39 a 44. Mateus 20:28.

 

Algum tempo depois de ter ficado viúva de Nabal, Abigail foi pedida em casamento por Davi. Ele viu em Abigail um caráter de natureza rara. Ele imaginou que ela lhe seria uma excelente esposa. E nós, que lemos toda a história relatada em I Samuel 25, também ficamos torcendo por Abigail, em sua união com Davi. Esperávamos que ela fosse posta em destaque em palácio. Mas não foi isto o que aconteceu. A leitura da Bíblia nos dá a impressão que Davi amou mais a Bate-Seba, mãe de Salomão, que as demais esposas que teve. Pelo relato bíblico, o mais destacado evento para Abigail foi mesmo seu corajoso ato de ser uma mediadora entre Nabal e Davi, conseguindo salvar toda a sua família. Por um só ato de justiça, seu nome está gravado para sempre nos anais da história do povo de Deus. E hoje, quando lemos sua história, admiramos seus feitos, e glorificamos a Deus por a haver protegido do mal e respondido seu clamor.

 

Hoje, como no passado, todas as mulheres cristãs são desafiadas a agirem de maneira sábia, justa e sensata. Grandes são os desafios que uma mulher cristã tem de enfrentar na sociedade contemporânea. Nem sempre uma mulher cristã se casa com o homem ideal. Mesmo dentro da Igreja há exemplos de maridos como Nabal, grosseiros e violentos, que tratam mal sua esposa e seus filhos. Há também esposas más e agressivas, que falam demais e nada resolvem, e que trazem sérios problemas para o esposo e para os filhos. Isto faz com que o lar se transforme em um campo de batalha, e a infelicidade chegue a algumas famílias ditas cristãs. Se há nessas famílias uma mulher e esposa como Abigail, diplomata, honesta, justa e prudente, as coisas irão se arranjar a contento, mesmo em meio de conflitos e injustiças. Que Deus ilumine todas as mulheres de nossa Igreja, fazendo delas mais do que vencedoras em Cristo Jesus. E que elas se permitam ser usadas pelo Espírito Santo de Deus, dando bom testemunho dentro e fora do lar, sendo reconhecida por todos, de dentro e de fora da Igreja, como mulher sábia, honesta, justa e bondosa, além de eficiente e produtiva. Uma mulher que faz as coisas acontecerem, e que não ficam somente lamentando e chorando o leite derramado. Mulheres que se dispõem a agir em favor do que é justo e verdadeiro, mesmo que tudo se lhes mostre adverso. Assim foi Abigail. Assim podem ser as mulheres adventistas.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 


terça-feira, 19 de outubro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 4 DA ESCOLA SABATINA



Este comentário teológico da Lição 4 da Escola Sabatina é uma cortesia do seu site missionário www.averdaderevelada.com.br , dirigido pelo pastor Otoniel de Carvalho. Use estes comentários em sua igreja local. Faça cópias e as entregue a professores que não têm acesso à Internet. Esta é também uma excelente obra missionária.

 

 

 

LIÇÃO 04

 

JÔNATAS:  NASCIDO PARA A GRANDEZA

 

Verso para memorizar: "Disse...Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição desses incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos." I Samuel 14:6.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: I Samuel 14:6 a 13 e 24 a 26; 18; 19; 31:1 a 7; II Samuel 1:5 a 12; II Reis 6:8 a 17.

 

INTRODUÇÃO

 

O estudo da lição da Escola Sabatina desta semana está centralizado na vida e obra de JÔNATAS, filho do rei Saul, de Israel.

 

Jônatas era um jovem de excelente caráter. Seu exemplo de vida sai das páginas da Bíblia para impressionar a vida de milhares de pessoas, tanto do passado como também do presente. Seu altruísmo se destaca em tudo o que ele fez. Sua sincera amizade com o jovem Davi, que ele sabia ser o futuro sucessor de seu pai, esteve acima de qualquer questionamento. Normalmente, por um direito de herança, Jônatas seria o sucessor de seu pai, Saul, no trono do reino de Israel. Mas Saul desagradou tanto a Deus, que o Senhor encerrou no próprio Saul sua linha sucessória, escolhendo para seu sucessor um jovem de fora da família do rei. Deus escolheu Davi, filho de Gesse, da tribo de Judá. Saul e Jônatas eram da tribo de Benjamim. Em vez de ficar enciumado e irado contra Davi, achando que este lhe "roubara" o direito de ser sucessor de seu pai, Jônatas ficou muito feliz ao saber que Davi sucederia seu pai no trono. Ele amou a Davi, várias vezes o livrou da fúria de Saul e da morte. Nada nem ninguém conseguiu abalar a amizade entre Jônatas e Davi. Temos muito o que aprender da vida e obra desse homem de Deus.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 17 de outubro.

 

O ELEVADO OFÍCIO DA AMIZADE

 

Leitura Bíblica do Dia: Êxodo 33:11; I Samuel 18:1; Jó 16:20-21; Provérbios 17:17; Eclesiastes 4:10; Cantares de Salomão 5:16; João 15:13 a 15.

 

"Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão."  Provérbios 17:17.

 

"...Há amigo mais chegado que um irmão" Provérbios 18:24, última parte.

 

Uma honesta e verdadeira amizade deve estar acima de qualquer contestação. Qualquer pessoa que tem amigos sinceros e de confiança entende isto. Muitas vezes, há amigos mais confiáveis e auxiliadores do que os próprios irmãos carnais. E todo ser humano precisa de amigos deste nível elevado. Existem colegas e existem amigos. O colega é aquela pessoa cuja amizade é de um nível menos profundo. Um colega de classe, de trabalho, de comunidade. Mas o amigo é uma pessoa cujo nível de amizade é mais profundo, e em que depositamos mais confiança. Colegas podemos ter muitos; os amigos são poucos. Tanto é importante ter amigos, como é importante ser amigo de alguém. Precisamos passar sinceridade, honestidade e confiança para nossos amigos. Amigos não enganam. Amigos não traem a confiança. Amigos não ficam enciumados do sucesso e êxito do amigo. Amigo apóia, ajuda, colabora, repreende, ampara, motiva, respeita, põe para a frente o outro amigo. Quando essas coisas faltam, a amizade entra em colapso, e, muitas vezes, se transforma em inimizade, especialmente quando um amigo não confia mais em outro amigo.

 

Antes de nos querer como servos, numa relação burocrática e legalista, Deus nos quer como AMIGOS, numa relação sincera, simples e confiável. Jesus disse a Seus discípulos, alguns anos depois de os conhecer e Se relacionar com eles: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado AMIGOS, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer." João 15:15, grifo nosso. Em outras palavras, Jesus estava lhes dizendo: "Não tenho segredos ou mistérios a esconder de vocês. Tudo o que o Pai Me revelou, Eu revelei a vocês, pois vocês são Meus amigos." Jesus estava falando de uma relação de CONFIANÇA entre Ele e Seus discípulos. E a palavra CONFIANÇA é a que melhor traduz o sentido de FÉ.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 18 de outubro.

 

UMA GRANDE VITÓRIA

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 13:19 a 22; 14:6 a 13; II Reis 6:8 a 17.

 

O reino de Israel era governado por Saul. Jônatas, um de seus filhos, ajudava o rei nas batalhas, sendo um comandante de muita coragem, gozando do respeito de todos os soldados. Durante algum tempo, Israel ficou dependente dos filisteus, lhes pagando tributos. Os filisteus confiscaram praticamente todas as espadas de Israel. Até para "amolar a relha do seu arado, e a sua enxada, e o seu machado, e a sua foice", os israelitas tinham de ir a uma cidade dos filisteus e pedir ali permissão de o fazer. Assim estava o povo de Deus nesse tempo em que Saul governou em Israel.

 

Certo dia, Jônatas, cheio de coragem, chamou seu escudeiro para irem juntos até um certo acampamento dos soldados filisteus. Jônatas fez isso por conta própria, sem o informar ao rei Saul, seu pai. Deus usou Jônatas e seu escudeiro, e estes conquistaram excelente vitória sobre os filisteus, causando grande alvoroço e temor no acampamento militar dos inimigos. Vendo o alvoroço e a correria no acampamento inimigo, Saul perguntou quem havia saído de junto dele, para atacar os filisteus. Fizeram a busca, e descobriram que estavam faltando Jônatas e seu escudeiro. Então Saul, vendo o inimigo desorientado, comandou o ataque, e grande foi a vitória de Israel sobre os filisteus naquele dia. Jônatas foi o grande heroi do dia, e sua coragem e determinação foram decisivas para que alcançassem a vitória. Jônatas não ficou esperando as coisas acontecerem; ele as fez acontecer. Ele era destemido, cheio de confiança em Deus, pronto para lutar as batalhas do Senhor. Teria sido um bom rei para Israel. É certo que a vitória foi dada por Deus. Mas Deus fez uso de um homem destemido, Jônatas, para dar a vitória a Israel. Deus capacita e habilita aqueles que se dispõem a lutar as batalhas do Senhor, no grande conflito entre o Bem e o Mal.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 19 de outubro.

 

RELAÇÃO PAI-FILHO

 

Leitura Bíblica do Dia: Êxodo 20:12; I Samuel 14:24 a 46; 19:1 a 7.

 

"Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor te dá." Êxodo 20:12.

 

De volta da renhida batalha, estando faminto, cansado e sedento, Jônatas viu um favo de mel e, com uma vara, tocou o favo e o levou à boca. Todo o povo de Israel que com ele estava ficou assustado, e lhe contou que o rei havia jurado que ninguém deveria comer nada naquele dia, até ao por-do-sol.  Jônatas não esteve presente, e, portanto, não ouvira seu pai fazer tal juramento. Logo, ele não agiu em desrespeito a uma ordem do rei, seu pai; mas também não ficou nada feliz ao ser informado do voto precipitado que seu pai fizera. A resposta ousada e corajosa de Jônatas ao povo foi: "Meu pai turbou a terra...". Todo o povo de Israel ficou assustado com a reação de Jônatas. Quando Saul soube que alguém desobedecera a uma ordem sua, quebrando o voto que ele fizera, ficou irado; e, lançando sortes entre eles, descobriu-se que o culpado era seu filho Jônatas. Saul estava disposto a matar seu filho Jônatas para cumprir o voto que fizera. Porém todo o povo de Israel, que tinha saído à batalha, defendeu Jônatas, com o argumento de que ele agira assim por não saber que o rei tomara tal voto. E mais, como teria o rei coragem de matar uma pessoa que, com sua coragem e destemor, dera a Israel tão grande vitória na guerra contra os filisteus? O povo clamou pela vida de Jônatas, e o rei decidiu ouvir o povo. Jônatas não foi salvo somente por ser o filho do rei. Ele foi salvo pelo povo porque se pusera à frente na batalha, sem temor de perder a própria vida em luta contra os inimigos de Israel. Ele não ficara no acampamento, na sombra, explicando a todos que era o filho do rei e que, por isso, gozava de mordomias e privilégios. Jônatas deu um grande exemplo de ousadia, destemor e coragem. Foi o primeiro a ir ao encontro do inimigo, e Deus o recompensou com a vitória. O povo viu em Jônatas um heroi, e o salvou por ele ter agido de forma heroica.

 

Nem sempre as relações de Jônatas com seu pai Saul foram pacíficas. Ele não gostou de saber que seu pai tomara voto tão impróprio para um dia de dura batalha, onde o povo teria necessidade de se alimentar para ter forças para lutar. Mais tarde, no episódio que envolveu Davi, Jônatas e Saul entraram em colisão. Saul ficou sabendo que Jônatas avisara a Davi que o rei queria matá-lo, por ciúmes. Então Saul repreendeu duramente a seu filho Jônatas, dizendo palavras de baixo nível. Saul viu que Jônatas amava mais a Davi do que a seu próprio pai. A partir daí, as relações entre Saul e seu filho Jônatas não foram mais as mesmas. Mesmo assim, Jônatas não deixou de seguir seu pai aos campos de batalha. E quando morreu, morreu junto com seu pai.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 20 de outubro.

 

TOMANDO O SEGUNDO LUGAR

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 23:17; I Reis 1:5; Isaías 14:13 e 14; Marcos 10:35 a 37.

 

Disse Jônatas a Davi, quando este fugia da ira de Saul:

 

"Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, E EU SEREI CONTIGO O SEGUNDO, o que também Saul, meu pai, bem sabe." I Samuel 23:17, grifos nossos.

 

Creio eu que Jônatas ouviu durante muito tempo as repreensões de seu pai, Saul, pelo fato de Jônatas continuar sendo amigo de Davi, a quem o rei considerava inimigo do reino. Posso imaginar Saul dizendo a Jônatas: "Você é um tolo! Não sabe você que se o filho de Gessé viver ele será o futuro rei de Israel, em seu lugar? E você, que deveria ser o rei, por direito de sucessão, vai se conformar em seu súdito dele, um segundo no reino, quando poderia ser o primeiro? Você não tem ambição alguma? E nosso nome de família, como é que fica?" E disse muito mais do que isto. Saul nunca se conformou com a passividade de Jônatas, ao este aceitar que Davi reinasse no lugar de seu pai. Acontece que Jônatas sabia que fora IAVÉ, o Deus de Israel, que escolhera Davi para ser o futuro rei, sucedendo Saul no trono de Israel. E Jônatas amava a Deus e amava Davi. Jônatas não queria brigar contra IAVÈ, pois ele sabia que a vontade de IAVÉ era a vontade definitiva e final. Jônatas agiu antes como um crente fiel a IAVÉ, mesmo que isto significasse ser afastado da linha sucessória. A morte de Jônatas, junto com seu pai Saul, foi até algo positivo aos olhos de Deus. Muita gente má em Israel, especialmente os seguidores de Saul, iriam hostilizar Jônatas ao vê-lo fora do trono, vendo Davi governando, e sendo ele o segundo no reino. Deus o poupou desses aborrecimentos futuros, permitindo que ele morresse antes da ascensão de Davi ao trono. Isto foi obra da Graça divina em favor de Jônatas. Toda a tentativa de Saul de indispor seu filho Jônatas contra Davi foi infrutífera, e teve o efeito contrário de solidificar ainda mais a amizade entre ambos. Quanto mais Saul repreendia seu filho Jônatas por essa amizade, maior era o apego de Jônatas a Davi, e vice-versa.

 

Em certa cidade onde fui pastor, havia um ancião de igreja que era muito apegado ao cargo de primeiro-ancião. Mas em certo final de ano, quando a comissão de nomeações se reuniu para escolher os oficiais da igreja para o ano seguinte, foram feitas algumas acusações contra o modo de agir daquele irmão, e ele não foi reeleito para primeiro-ancião. Ele ficou irado, e prometeu vingar-se de quem não votara nele. Nesse ínterim, eu cheguei para assumir o pastorado daquele importante distrito. Tudo já estava definido, pois eu cheguei em fevereiro, e as eleições para os oficiais foram realizadas no ano anterior, sob a liderança do pastor anterior a mim. Penalizado com a reação desse irmão, convenci os membros da comissão da segunda igreja do distrito a aceitá-lo como ancião daquela igreja. Ele pediria para lá sua carta de transferência e tudo se acalmaria. Com muita compreensão, e aceitando um pedido do seu novo pastor, os irmãos daquela segunda igreja aceitaram recebê-lo como ancião. Mas ele não seria o primeiro-ancião. Para primeiro-ancião foi escolhido um irmão simples, pedreiro de profissão. Aquele irmão, rejeitado na igreja central para primeiro-ancião, era mais rico e destacado profissionalmente. Então eu lhe dei a informação que ele fora aceito como ancião da segunda igreja do distrito. Ele olhou para mim, com cara de desdém, e fulminou: "Eu, ser segundo-ancião, numa segunda igreja, tendo um pedreiro como primeiro-ancião? Jamais, pastor, aceitarei isto." Então eu lhe respondi: "Irmão, se o senhor se recusa a ser o segundo-ancião daquela igreja, não está preparado para ser o primeiro-ancião de igreja nenhuma. Considere a proposta desfeita." E encerrei o assunto.

 

Quão diferente foi o espírito de Jônatas! Todos nós precisamos ler com maior atenção a sua história, e dela tirarmos profundas lições de humildade e nobreza de caráter.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 21 e 22 de outubro.

 

QUANDO A VIDA NÃO É JUSTA

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 39:10 a 20; I Samuel 31:1 a 7; II Samuel 1:5 a 12. Jó 1 e 2.

 

Nem sempre a vida é justa conosco. Nem sempre recebemos todo o bem que achamos que devemos receber. Vivemos em um mundo onde o pecado reina e injustiças são cometidas. Só temos de clamar ao Senhor: "Faça-se a tua vontade aqui na Terra, como a mesma é feita lá no Céu". Mas sabemos que as coisas não acontecem aqui na Terra como acontecem lá no Céu. Satanás é o príncipe deste mundo, e sua filosofia de vida predomina na Terra. Jesus disse profeticamente sobre nossos dias: "E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos." Mateus 24:12. E até na Igreja, a guardiã das excelências divinas, o AMOR está esfriando cada vez mais. E em muitas de nossas congregações o AMOR pouco se faz presente.

 

Muitos são os que procuram levar vida honesta, pura e santa, mas, neste mundo, nem sempre são recompensados com o bem que realizam. Vemos todos os dias pessoas injustas, corruptas e desonestas sendo elevadas a posições de destaque, dominando sobre milhares de pessoas, enquanto pessoas honestas e corretas nas ações são humilhadas ou deixadas em posições inferiores. Nas empresas, na política, no judiciário, e em muitas outras atividades o que vemos é o prevalecer da injustiça, da desonra, do despudor, da corrupção moral e social. As pessoas honestas, cumpridoras da lei, são tratadas como tolas, imbecis, ingênuos, pessoas que não sabem fazer uso da capacidade que têm para enriquecer mais rapidamente, ou para galgar elevadas posições sociais. Em nossa sociedade, o Mal é aclamado e exaltado, e o Bem é vilipendiado e rejeitado. Muitas pessoas chegam a ter vergonha de serem honestas, ao verem como a Justiça e o Bem são tratados. Não, a vida neste mundo não é nada justa. E não é justa ainda mais para os que querem ficar firmes na fé em Jesus. Pessoas roubam pessoas. Pessoas matam pessoas. Pessoas violentam moral e fisicamente pessoas. Pessoas fazem de pessoas patamar para subirem na vida. Pessoas odeiam pessoas. Pessoas isolam e subjugam – e até escravizam – pessoas. Ainda hoje, jovens puros e honestos como o foi José, no Egito, e Daniel, em Babilônia, são maltratados e perseguidos por sua lealdade e justiça, enquanto os ladrões, adúlteros, violentos e imorais são destacados e postos em posições de realce. Os juízes, que deveriam julgar conforme a lei, julgam conforme a fortuna da pessoa, e vendem sentenças em todos os tribunais. Os políticos, de todos os níveis, aceitam suborno para criar leis e projetos que beneficiem pessoas amigas, ou pessoas que lhes dão altas somas. Governos governam para os ricos e abastados, e deixam os pobres mais pobres. Até na Igreja os ricos são bajulados e aplaudidos, e seus pecados são julgados com menor severidade que os pecados dos pobres e humildes. É, a vida neste mundo não é nada justa.

 

A vida não foi justa com Jônatas. Ele sofreu muito em consequência dos pecados de seu pai. Ele não foi sucessor no reino, porque Deus encerrou a linha sucessória de Saul, dando o reino a Davi. Saul era o rei que o povo, em sua rebeldia contra Deus, escolhera para reinar sobre eles. Davi era o rei que o próprio Deus escolhera para governar Seu povo. Jônatas aceitou o "faça-se a tua vontade, e não a minha, ó Senhor"; e alegrou-se pelo fato de seu amigo Davi ter sido o escolhido para reinar em Israel. Ele aceitou ser o segundo, porque esta fora a vontade do Senhor para ele, devido às circunstâncias adversas que seu pai criara para Israel.

 

Muitas vezes, Deus permite que Seu servos e discípulos sejam humilhados, provados e testados até ao limite do possível. Muitos servos de Deus morrem em serviço, enquanto estão dando o melhor de si para a obra do Senhor. Humanamente, a vida parece não ser justa com tais pessoas. Mas o Senhor não deixará que a injustiça reine para sempre. O SENHOR, JUSTIÇA NOSSA, no devido tempo nos fará justiça, e nos levará para junto de Si, onde seremos felizes para sempre.

 

Pedro escreveu profeticamente: "Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça." II Pedro 3:13.  Esperemos, pois, sem desistir, esse dia grandioso, quando a JUSTIÇA triunfará na Terra.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA



LIÇÃO 04

 

JÔNATAS:  NASCIDO PARA A GRANDEZA

 

Verso para memorizar: "Disse...Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição desses incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos." I Samuel 14:6.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: I Samuel 14:6 a 13 e 24 a 26; 18; 19; 31:1 a 7; II Samuel 1:5 a 12; II Reis 6:8 a 17.

 

INTRODUÇÃO

 

O estudo da lição da Escola Sabatina desta semana está centralizado na vida e obra de JÔNATAS, filho do rei Saul, de Israel.

 

Jônatas era um jovem de excelente caráter. Seu exemplo de vida sai das páginas da Bíblia para impressionar a vida de milhares de pessoas, tanto do passado como também do presente. Seu altruísmo se destaca em tudo o que ele fez. Sua sincera amizade com o jovem Davi, que ele sabia ser o futuro sucessor de seu pai, esteve acima de qualquer questionamento. Normalmente, por um direito de herança, Jônatas seria o sucessor de seu pai, Saul, no trono do reino de Israel. Mas Saul desagradou tanto a Deus, que o Senhor encerrou no próprio Saul sua linha sucessória, escolhendo para seu sucessor um jovem de fora da família do rei. Deus escolheu Davi, filho de Gesse, da tribo de Judá. Saul e Jônatas eram da tribo de Benjamim. Em vez de ficar enciumado e irado contra Davi, achando que este lhe "roubara" o direito de ser sucessor de seu pai, Jônatas ficou muito feliz ao saber que Davi sucederia seu pai no trono. Ele amou a Davi, várias vezes o livrou da fúria de Saul e da morte. Nada nem ninguém conseguiu abalar a amizade entre Jônatas e Davi. Temos muito o que aprender da vida e obra desse homem de Deus.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 17 de outubro.

 

O ELEVADO OFÍCIO DA AMIZADE

 

Leitura Bíblica do Dia: Êxodo 33:11; I Samuel 18:1; Jó 16:20-21; Provérbios 17:17; Eclesiastes 4:10; Cantares de Salomão 5:16; João 15:13 a 15.

 

"Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão."  Provérbios 17:17.

 

"...Há amigo mais chegado que um irmão" Provérbios 18:24, última parte.

 

Uma honesta e verdadeira amizade deve estar acima de qualquer contestação. Qualquer pessoa que tem amigos sinceros e de confiança entende isto. Muitas vezes, há amigos mais confiáveis e auxiliadores do que os próprios irmãos carnais. E todo ser humano precisa de amigos deste nível elevado. Existem colegas e existem amigos. O colega é aquela pessoa cuja amizade é de um nível menos profundo. Um colega de classe, de trabalho, de comunidade. Mas o amigo é uma pessoa cujo nível de amizade é mais profundo, e em que depositamos mais confiança. Colegas podemos ter muitos; os amigos são poucos. Tanto é importante ter amigos, como é importante ser amigo de alguém. Precisamos passar sinceridade, honestidade e confiança para nossos amigos. Amigos não enganam. Amigos não traem a confiança. Amigos não ficam enciumados do sucesso e êxito do amigo. Amigo apóia, ajuda, colabora, repreende, ampara, motiva, respeita, põe para a frente o outro amigo. Quando essas coisas faltam, a amizade entra em colapso, e, muitas vezes, se transforma em inimizade, especialmente quando um amigo não confia mais em outro amigo.

 

Antes de nos querer como servos, numa relação burocrática e legalista, Deus nos quer como AMIGOS, numa relação sincera, simples e confiável. Jesus disse a Seus discípulos, alguns anos depois de os conhecer e Se relacionar com eles: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado AMIGOS, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer." João 15:15, grifo nosso. Em outras palavras, Jesus estava lhes dizendo: "Não tenho segredos ou mistérios a esconder de vocês. Tudo o que o Pai Me revelou, Eu revelei a vocês, pois vocês são Meus amigos." Jesus estava falando de uma relação de CONFIANÇA entre Ele e Seus discípulos. E a palavra CONFIANÇA é a que melhor traduz o sentido de FÉ.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 18 de outubro.

 

UMA GRANDE VITÓRIA

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 13:19 a 22; 14:6 a 13; II Reis 6:8 a 17.

 

O reino de Israel era governado por Saul. Jônatas, um de seus filhos, ajudava o rei nas batalhas, sendo um comandante de muita coragem, gozando do respeito de todos os soldados. Durante algum tempo, Israel ficou dependente dos filisteus, lhes pagando tributos. Os filisteus confiscaram praticamente todas as espadas de Israel. Até para "amolar a relha do seu arado, e a sua enxada, e o seu machado, e a sua foice", os israelitas tinham de ir a uma cidade dos filisteus e pedir ali permissão de o fazer. Assim estava o povo de Deus nesse tempo em que Saul governou em Israel.

 

Certo dia, Jônatas, cheio de coragem, chamou seu escudeiro para irem juntos até um certo acampamento dos soldados filisteus. Jônatas fez isso por conta própria, sem o informar ao rei Saul, seu pai. Deus usou Jônatas e seu escudeiro, e estes conquistaram excelente vitória sobre os filisteus, causando grande alvoroço e temor no acampamento militar dos inimigos. Vendo o alvoroço e a correria no acampamento inimigo, Saul perguntou quem havia saído de junto dele, para atacar os filisteus. Fizeram a busca, e descobriram que estavam faltando Jônatas e seu escudeiro. Então Saul, vendo o inimigo desorientado, comandou o ataque, e grande foi a vitória de Israel sobre os filisteus naquele dia. Jônatas foi o grande heroi do dia, e sua coragem e determinação foram decisivas para que alcançassem a vitória. Jônatas não ficou esperando as coisas acontecerem; ele as fez acontecer. Ele era destemido, cheio de confiança em Deus, pronto para lutar as batalhas do Senhor. Teria sido um bom rei para Israel. É certo que a vitória foi dada por Deus. Mas Deus fez uso de um homem destemido, Jônatas, para dar a vitória a Israel. Deus capacita e habilita aqueles que se dispõem a lutar as batalhas do Senhor, no grande conflito entre o Bem e o Mal.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 19 de outubro.

RELAÇÃO PAI-FILHO

 

Leitura Bíblica do Dia: Êxodo 20:12; I Samuel 14:24 a 46; 19:1 a 7.

 

"Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor te dá." Êxodo 20:12.

 

De volta da renhida batalha, estando faminto, cansado e sedento, Jônatas viu um favo de mel e, com uma vara, tocou o favo e o levou à boca. Todo o povo de Israel que com ele estava ficou assustado, e lhe contou que o rei havia jurado que ninguém deveria comer nada naquele dia, até ao por-do-sol.  Jônatas não esteve presente, e, portanto, não ouvira seu pai fazer tal juramento. Logo, ele não agiu em desrespeito a uma ordem do rei, seu pai; mas também não ficou nada feliz ao ser informado do voto precipitado que seu pai fizera. A resposta ousada e corajosa de Jônatas ao povo foi: "Meu pai turbou a terra...". Todo o povo de Israel ficou assustado com a reação de Jônatas. Quando Saul soube que alguém desobedecera a uma ordem sua, quebrando o voto que ele fizera, ficou irado; e, lançando sortes entre eles, descobriu-se que o culpado era seu filho Jônatas. Saul estava disposto a matar seu filho Jônatas para cumprir o voto que fizera. Porém todo o povo de Israel, que tinha saído à batalha, defendeu Jônatas, com o argumento de que ele agira assim por não saber que o rei tomara tal voto. E mais, como teria o rei coragem de matar uma pessoa que, com sua coragem e destemor, dera a Israel tão grande vitória na guerra contra os filisteus? O povo clamou pela vida de Jônatas, e o rei decidiu ouvir o povo. Jônatas não foi salvo somente por ser o filho do rei. Ele foi salvo pelo povo porque se pusera à frente na batalha, sem temor de perder a própria vida em luta contra os inimigos de Israel. Ele não ficara no acampamento, na sombra, explicando a todos que era o filho do rei e que, por isso, gozava de mordomias e privilégios. Jônatas deu um grande exemplo de ousadia, destemor e coragem. Foi o primeiro a ir ao encontro do inimigo, e Deus o recompensou com a vitória. O povo viu em Jônatas um heroi, e o salvou por ele ter agido de forma heroica.

 

Nem sempre as relações de Jônatas com seu pai Saul foram pacíficas. Ele não gostou de saber que seu pai tomara voto tão impróprio para um dia de dura batalha, onde o povo teria necessidade de se alimentar para ter forças para lutar. Mais tarde, no episódio que envolveu Davi, Jônatas e Saul entraram em colisão. Saul ficou sabendo que Jônatas avisara a Davi que o rei queria matá-lo, por ciúmes. Então Saul repreendeu duramente a seu filho Jônatas, dizendo palavras de baixo nível. Saul viu que Jônatas amava mais a Davi do que a seu próprio pai. A partir daí, as relações entre Saul e seu filho Jônatas não foram mais as mesmas. Mesmo assim, Jônatas não deixou de seguir seu pai aos campos de batalha. E quando morreu, morreu junto com seu pai.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 20 de outubro.

 

TOMANDO O SEGUNDO LUGAR

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 23:17; I Reis 1:5; Isaías 14:13 e 14; Marcos 10:35 a 37.

 

Disse Jônatas a Davi, quando este fugia da ira de Saul:

 

"Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, E EU SEREI CONTIGO O SEGUNDO, o que também Saul, meu pai, bem sabe." I Samuel 23:17, grifos nossos.

 

Creio eu que Jônatas ouviu durante muito tempo as repreensões de seu pai, Saul, pelo fato de Jônatas continuar sendo amigo de Davi, a quem o rei considerava inimigo do reino. Posso imaginar Saul dizendo a Jônatas: "Você é um tolo! Não sabe você que se o filho de Gessé viver ele será o futuro rei de Israel, em seu lugar? E você, que deveria ser o rei, por direito de sucessão, vai se conformar em seu súdito dele, um segundo no reino, quando poderia ser o primeiro? Você não tem ambição alguma? E nosso nome de família, como é que fica?" E disse muito mais do que isto. Saul nunca se conformou com a passividade de Jônatas, ao este aceitar que Davi reinasse no lugar de seu pai. Acontece que Jônatas sabia que fora IAVÉ, o Deus de Israel, que escolhera Davi para ser o futuro rei, sucedendo Saul no trono de Israel. E Jônatas amava a Deus e amava Davi. Jônatas não queria brigar contra IAVÈ, pois ele sabia que a vontade de IAVÉ era a vontade definitiva e final. Jônatas agiu antes como um crente fiel a IAVÉ, mesmo que isto significasse ser afastado da linha sucessória. A morte de Jônatas, junto com seu pai Saul, foi até algo positivo aos olhos de Deus. Muita gente má em Israel, especialmente os seguidores de Saul, iriam hostilizar Jônatas ao vê-lo fora do trono, vendo Davi governando, e sendo ele o segundo no reino. Deus o poupou desses aborrecimentos futuros, permitindo que ele morresse antes da ascensão de Davi ao trono. Isto foi obra da Graça divina em favor de Jônatas. Toda a tentativa de Saul de indispor seu filho Jônatas contra Davi foi infrutífera, e teve o efeito contrário de solidificar ainda mais a amizade entre ambos. Quanto mais Saul repreendia seu filho Jônatas por essa amizade, maior era o apego de Jônatas a Davi, e vice-versa.

 

Em certa cidade onde fui pastor, havia um ancião de igreja que era muito apegado ao cargo de primeiro-ancião. Mas em certo final de ano, quando a comissão de nomeações se reuniu para escolher os oficiais da igreja para o ano seguinte, foram feitas algumas acusações contra o modo de agir daquele irmão, e ele não foi reeleito para primeiro-ancião. Ele ficou irado, e prometeu vingar-se de quem não votara nele. Nesse ínterim, eu cheguei para assumir o pastorado daquele importante distrito. Tudo já estava definido, pois eu cheguei em fevereiro, e as eleições para os oficiais foram realizadas no ano anterior, sob a liderança do pastor anterior a mim. Penalizado com a reação desse irmão, convenci os membros da comissão da segunda igreja do distrito a aceitá-lo como ancião daquela igreja. Ele pediria para lá sua carta de transferência e tudo se acalmaria. Com muita compreensão, e aceitando um pedido do seu novo pastor, os irmãos daquela segunda igreja aceitaram recebê-lo como ancião. Mas ele não seria o primeiro-ancião. Para primeiro-ancião foi escolhido um irmão simples, pedreiro de profissão. Aquele irmão, rejeitado na igreja central para primeiro-ancião, era mais rico e destacado profissionalmente. Então eu lhe dei a informação que ele fora aceito como ancião da segunda igreja do distrito. Ele olhou para mim, com cara de desdém, e fulminou: "Eu, ser segundo-ancião, numa segunda igreja, tendo um pedreiro como primeiro-ancião? Jamais, pastor, aceitarei isto." Então eu lhe respondi: "Irmão, se o senhor se recusa a ser o segundo-ancião daquela igreja, não está preparado para ser o primeiro-ancião de igreja nenhuma. Considere a proposta desfeita." E encerrei o assunto.

 

Quão diferente foi o espírito de Jônatas! Todos nós precisamos ler com maior atenção a sua história, e dela tirarmos profundas lições de humildade e nobreza de caráter.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 21 e 22 de outubro.

 

QUANDO A VIDA NÃO É JUSTA

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 39:10 a 20; I Samuel 31:1 a 7; II Samuel 1:5 a 12. Jó 1 e 2.

 

Nem sempre a vida é justa conosco. Nem sempre recebemos todo o bem que achamos que devemos receber. Vivemos em um mundo onde o pecado reina e injustiças são cometidas. Só temos de clamar ao Senhor: "Faça-se a tua vontade aqui na Terra, como a mesma é feita lá no Céu". Mas sabemos que as coisas não acontecem aqui na Terra como acontecem lá no Céu. Satanás é o príncipe deste mundo, e sua filosofia de vida predomina na Terra. Jesus disse profeticamente sobre nossos dias: "E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos." Mateus 24:12. E até na Igreja, a guardiã das excelências divinas, o AMOR está esfriando cada vez mais. E em muitas de nossas congregações o AMOR pouco se faz presente.

 

Muitos são os que procuram levar vida honesta, pura e santa, mas, neste mundo, nem sempre são recompensados com o bem que realizam. Vemos todos os dias pessoas injustas, corruptas e desonestas sendo elevadas a posições de destaque, dominando sobre milhares de pessoas, enquanto pessoas honestas e corretas nas ações são humilhadas ou deixadas em posições inferiores. Nas empresas, na política, no judiciário, e em muitas outras atividades o que vemos é o prevalecer da injustiça, da desonra, do despudor, da corrupção moral e social. As pessoas honestas, cumpridoras da lei, são tratadas como tolas, imbecis, ingênuos, pessoas que não sabem fazer uso da capacidade que têm para enriquecer mais rapidamente, ou para galgar elevadas posições sociais. Em nossa sociedade, o Mal é aclamado e exaltado, e o Bem é vilipendiado e rejeitado. Muitas pessoas chegam a ter vergonha de serem honestas, ao verem como a Justiça e o Bem são tratados. Não, a vida neste mundo não é nada justa. E não é justa ainda mais para os que querem ficar firmes na fé em Jesus. Pessoas roubam pessoas. Pessoas matam pessoas. Pessoas violentam moral e fisicamente pessoas. Pessoas fazem de pessoas patamar para subirem na vida. Pessoas odeiam pessoas. Pessoas isolam e subjugam – e até escravizam – pessoas. Ainda hoje, jovens puros e honestos como o foi José, no Egito, e Daniel, em Babilônia, são maltratados e perseguidos por sua lealdade e justiça, enquanto os ladrões, adúlteros, violentos e imorais são destacados e postos em posições de realce. Os juízes, que deveriam julgar conforme a lei, julgam conforme a fortuna da pessoa, e vendem sentenças em todos os tribunais. Os políticos, de todos os níveis, aceitam suborno para criar leis e projetos que beneficiem pessoas amigas, ou pessoas que lhes dão altas somas. Governos governam para os ricos e abastados, e deixam os pobres mais pobres. Até na Igreja os ricos são bajulados e aplaudidos, e seus pecados são julgados com menor severidade que os pecados dos pobres e humildes. É, a vida neste mundo não é nada justa.

 

A vida não foi justa com Jônatas. Ele sofreu muito em consequência dos pecados de seu pai. Ele não foi sucessor no reino, porque Deus encerrou a linha sucessória de Saul, dando o reino a Davi. Saul era o rei que o povo, em sua rebeldia contra Deus, escolhera para reinar sobre eles. Davi era o rei que o próprio Deus escolhera para governar Seu povo. Jônatas aceitou o "faça-se a tua vontade, e não a minha, ó Senhor"; e alegrou-se pelo fato de seu amigo Davi ter sido o escolhido para reinar em Israel. Ele aceitou ser o segundo, porque esta fora a vontade do Senhor para ele, devido às circunstâncias adversas que seu pai criara para Israel.

 

Muitas vezes, Deus permite que Seu servos e discípulos sejam humilhados, provados e testados até ao limite do possível. Muitos servos de Deus morrem em serviço, enquanto estão dando o melhor de si para a obra do Senhor. Humanamente, a vida parece não ser justa com tais pessoas. Mas o Senhor não deixará que a injustiça reine para sempre. O SENHOR, JUSTIÇA NOSSA, no devido tempo nos fará justiça, e nos levará para junto de Si, onde seremos felizes para sempre.

 

Pedro escreveu profeticamente: "Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça." II Pedro 3:13.  Esperemos, pois, sem desistir, esse dia grandioso, quando a JUSTIÇA triunfará na Terra.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA



 

LIÇÃO 3

 

ANA -  APRENDENDO A SER ALGUÉM

 

Verso para Memorizar: "Então orou Ana e disse: O meu coração se regozija no Senhor; a minha força está exaltada no Senhor; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. Não há santo como o Senhor, porque não há outro além de Ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus." I Samuel 2:1 e 2.

 

TEXTOS BÍBLICOS PARA LEITURA SEMANAL: I Samuel 1; 2:1 a 11 e 21; Jó 2:12 e 13; Mateus 6:19 e 20; Lucas 12:16 a 21.

 

INTRODUÇÃO

 

A história de Ana está registrada na Bíblia para testemunhar a todos os leitores das Escrituras a maneira como o Senhor cuida de Seus servos leais e dedicados.

 

Ana sofria de complexo de inferioridade, pois se imaginava como uma pessoa não amada por Deus. Ela era estéril, não conseguia dar à luz filhos. E segundo a cultura daquele tempo, uma mulher que não dava à luz filhos era considerada como "árvore seca", uma planta que não dava fruto, pessoa amaldiçoada por Deus. E essa visão do problema trazia para a mulher um terrível sentimento de inferioridade diante das mulheres que traziam filhos em seus braços. Por mais que Elcana, seu esposo bígamo, lhe fizesse juras de amor, ainda assim Ana não se sentia "normal", nem completa. E seu sofrimento era multiplicado ao saber que a outra esposa de seu marido, Penina, dera à luz filhos exatamente do mesmo homem a quem ela não conseguia dar filhos.

 

A lição desta semana conta esta história bíblica, e conta também como Deus fez fértil o outrora ventre seco e estéril de Ana, fazendo-a dar à luz filhos a Elcana.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 10 de outubro.

 

QUAL É O MEU VALOR

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 16:1 e 2; 30:1; I Samuel 1:1 a 16.

 

Como você avalia seu valor pessoal? A que ou a quem você se compara? Qual ou quem é sua referência para você estabelecer que valor tem? Saber qual é o seu valor é importante para você? Ou não? Você valoriza as pessoas por aquilo que as pessoas têm, tais como bens móveis, imóveis e automóveis? Ou você valoriza as pessoas por aquilo que elas são de verdade? Você mede as pessoas pela régua de Deus ou pela régua dos homens? E como você se mede? Como você se avalia? Que base de referência você usou ao se avaliar assim?

 

Ana sofria muito ao se medir pelas mulheres que tinham filhos. Ela não conseguia engravidar, e isto, aos seus olhos, era uma humilhação. Por causa desse problema, Ana se avaliava inferior às mulheres que eram férteis. Trazia ela na alma um sério complexo de inferioridade, de menor valor humano e social. Nem o declarado amor de seu marido a fazia sentir-se melhor. Sua autoestima era muito baixa. Dá a impressão que Ana vivia em depressão e ansiedade. E foi com estes sentimentos na alma que ela, naquele ano, foi à festa anual de sua nação, em Silo, na região de Efraim. Enquanto seu marido e sua outra esposa, Penina, comiam, bebiam e se alegravam naqueles dias festivos, Ana correu para a Tenda da Congregação, em Silo, onde estava a Arca da Aliança, e ali se refugiou para orar a Deus, clamando por cura de sua esterilidade. A intensidade de sua dor de alma se expressou em um constante mexer de lábios ao orar, falando a Deus em oração. O sacerdote Eli a observou assim, e imaginou que ela estivesse embriagada, mesmo sendo ainda cedo. Eli quase a expulsou do lugar sagrado. Mas Ana lhe replicou: "Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor. Não tenhas, pois, a tua serva, como filha de Belial [filha do demônio]; porque pelo excesso da minha ansiedade  e da minha aflição é que tenho falado até agora." I Samuel 1:16. Então o sacerdote Eli lhe respondeu: "Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste." (I Sm 1:17).

 

Ana voltou para casa consolada no Senhor, com as palavras do sacerdote Eli. E o Senhor usou de misericórdia para com Ana, concedendo-lhe o que ela pedira em oração: um filho homem.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 11 de outubro.

 

COM AMIGOS COMO ESSES...

 

Leitura Bíblica do Dia: Deuteronômio 9:18; 31:29; I Samuel 1:6 e 7; Jó 2:12 e 13.

 

A poligamia se tornara comum entre os servos de Deus nos tempos do Antigo Testamento. Cada reino e comunidade tribal tinha suas leis próprias que permitiam a poligamia. Jacó teve quatro esposas. Abraão teve duas. E assim por diante. Não eram amantes, mas esposas legalmente reconhecidas, geralmente vivendo sob um mesmo teto, ou dentro da mesma tribo, cada uma delas em sua barraca própria. Este não era o ideal de Deus para os homens, mas era a realidade que ocorria. Era um daqueles problemas semelhantes ao divórcio: não era o ideal, mas, por causa do coração humano pecador, acontecia com regularidade, e foi regulamentado por leis humanas por todo o Oriente. Israel passou a adotar um costume oriental, comum às demais nações, e o assunto foi regulamentado entre eles. Davi, Salomão e outros reis em Israel tiveram muitas esposas em seus haréns. Somente a partir da afirmação do Cristianismo, através da Igreja, é que essa prática foi sendo abandonada e, finalmente, rejeitada. Paulo aconselha quanto à escolha de Bispos e Diáconos: "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho..." I Timóteo 3:2 e 3, grifos nossos. A Igreja de Jesus Cristo rejeita tanto o celibato quanto a poligamia. O celibato pode até ser adotado, mas como escolha pessoal, por alguma razão mais elevada, tal como dedicação exclusiva ao serviço de Deus. Mas não deve jamais ser imposto aos cristãos, como uma norma eclesiástica.

 

Elcana, esposo de Ana, escolhera ser polígamo. Embora fosse prática permitida em Israel, nem todos os homens a adotavam, pois sabiam que era elemento gerador de conflitos familiares. Muitos a evitavam, preferindo a poligamia. Alguns a adotavam até por questão de estatos social, para passar para o público a imagem de que era pessoa socialmente importante, capaz de sustentar mais de uma esposa com seus respectivos filhos. Elcana casou-se com Ana e com Penina. O texto não diz com quem ele se casou primeiro. Mas se seguirmos a ordem em que os nomes das esposas são colocados, Ana foi a primeira. O fato de Ana ser estéril pode ter sido o elemento que motivou Elcana a buscar uma outra esposa que lhe desse filhos, especialmente filho homem. Elcana parecia demonstrar que tinha muito amor por Ana, mais do que por Penina. O ciúme de Penina, e sua atitude imatura de humilhar Ana, pelo fato de ela ser estéril, revela ter sido ela uma pessoa de caráter fraco, pessoa sem amor e sem misericórdia, insegura em relação ao amor do esposo por ela, mesmo sendo ela a esposa que lhe dera filhos. Ela decidiu tornar a vida de Ana um inferno. Ela via que Elcana tinha mais amor por Ana, e isto a fazia morder-se de ciúmes. Todo esse conflito familiar teria sido evitado se Elcana tivesse optado pela monogamia.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 12 de outubro.

 

DERRAMANDO O CORAÇÃO

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 1:9 a 16. Salmos 69:24. 79:6. Isaías 42:25.

 

Deus mandou a Israel, por meio do profeta Jeremias, a seguinte mensagem:

 

"Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração." Jeremias 29:13.

 

Ana se pôs diante do Senhor, na Tenda Sagrada, com inteireza de alma. Ela "derramava" a sua alma perante o Senhor. Era um clamor que vinha de dentro. Sua dor, sua angústia, sua ansiedade, seu sofrimento, tudo isto foi posto diante do Senhor com coração puro e sincero. Era uma dor aguda e intensa aquela sofrida por Ana, e somente ela sabia o quanto lhe doía a alma. Não apenas lágrimas Ana derramou perante seu Deus. Ela se lançou toda nos braços do Altíssimo. Ela cria no Senhor como cria o salmista: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações." Salmos 46:1.  Ana sabia que a coisa que a angustiava e a fazia sofrer estava fora da capacidade humana de resolver. Somente Deus, o Deus Criador, poderia solucionar seu problema de esterilidade. E ela se pôs ali, na Casa do Senhor, em prantos, clamor e oração a Deus, em busca de uma resposta positiva para sua súplica. Ela não somente orava; ela se derramava diante do Senhor. Entregou-se toda nas mãos de Deus, e esperou tudo do Senhor. E a bênção lhe aconteceu. Deus usou a boca do sacerdote e profeta Eli, para lhe transmitir a segura mensagem de que sua oração seria respondida, e ela daria à luz um filho. Deus ouviu o seu clamor de alma.

 

Hoje também, o povo de Deus pode confiar na provisão divina. Mas a oração dos crentes não deve ser formal, vazia e sem real interesse pela bênção. Também devem os crentes de hoje se "derramar" diante do Senhor em oração, comprometendo-se em aceitar todo o propósito do Senhor para suas vidas. Submissão plena e total a Deus. Fé sincera, que leva o crente a viver na dependência de Deus. Entrega sem reservas nas mãos do Altíssimo. Comprometimento com Deus e com Sua Palavra revelada, a Bíblia Sagrada. Estar disposto a aceitar com humildade e pureza de coração qualquer que seja a resposta do Senhor às suas orações. "Orai sem cessar!", ensinou Paulo (I Tessalonicenses 5:17).

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 13 de outubro.

 

CANTANDO LOUVORES

 

Leitura Bíblica do Dia: Êxodo 15:20 e 21. I Samuel 2:1 a 11. Salmos 126:5 e 6.

 

"Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes." Salmos 126:5-6.

 

Nasceu o filho de Ana. O filho de suas lágrimas, dos seus anseios, dos seus desejos. Ela lhe deu o nome de SAMUEL, que significa "ouvido por Deus".  Ana decidiu entregar Samuel a Deus. Ela achava o nascimento de seu filho a fez contrair uma dívida para com o Senhor Deus. Ana estava certa que seu filho nascera como resposta direta de Deus a seu clamor, naquele dia especial, lá na Tenda do Senhor. Então ela entendeu que não podia ficar com aquele filho somente para ela. Ele lhe fora dado como um presente de Deus, e Ana decidiu devolvê-lo ao Senhor. Esperou somente o menino desmamar, e o levou a Siló, ao sacerdote Eli. Ana entregou Samuel aos cuidados de Eli. Era para Eli cuidar dele como deveria cuidar das coisas santas de Deus. Samuel seria preparado para ser sacerdote diante do Senhor, um pastor em Israel e para Israel.

 

Ana, agora, se "derramou" em alegria e cântico de louvor ao Senhor.

 

"O meu coração se regozija no Senhor; a minha força está exaltada no Senhor; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. Não há santo como o Senhor, porque não há outro além de Ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus. Não multipliqueis palavras de orgulho, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o Senhor é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos [humanos] na balança [isto é: Deus julga todas as ações humanas – Eclesiastes 12:13-14]. ...O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono da glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo. Ele guarda os pés dos seus santos, porém os perversos emudecem nas trevas da morte; porque o homem não prevalece pela força." I Samuel 2:1 a 9, com interpolações e comentários nossos.

 

Muitos são os cristãos que clamam ao Senhor por bênçãos; e quando as recebem, não se voltam ao Senhor para Lhe agradecer tais bênçãos. Ana agiu corretamente: recebeu a bênção, e agradeceu ao Senhor a bênção recebida.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 14 e 15 de outubro.

 

O PLANO DE INVESTIMENTO DE DEUS

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 2:18 a 21. Mateus 6:19 e 20. Lucas 12:16 a 21.

 

Com quem você está deixando seus filhos? A quem você está confiando seus filhos? Que tipo de investimento você está fazendo em seu filho ou filha? O que está sendo ensinado a seus filhos? Como você os cria? Que ideias e ideais você transmite a seus filhos? Que exemplo de vida você dá a seus filhos? Que legado você vai deixar para seus filhos?

 

Ana amava muito a Samuel. No entanto, seu amor por Samuel não era egoísta. Ela amava tanto a Deus, que lhe dera o filho, que abriu mão da companhia do filho, entregando-o ao Senhor. Ainda pequeno, Samuel foi morar na Tenda Sagrada. O profeta e sacerdote Eli, a partir daquele momento, seria seu professor e pai adotivo. Nada mais é falado de Elcana e de Penina. Pouco se fala deles por aí. Mas de Ana e de Samuel, a história deles é contada em prosa e verso, quer entre os judeus, quer entre os cristãos. Ana deixou para todos nós, pais e filhos, este sagrado legado. Ana nos deixou uma bonita e grandiosa lição de confiança e amor a Deus. Ana sabia que o melhor lugar do mundo para seu filho era a Casa do Senhor. Ali, ele estaria seguro e seria bem educado e preparado para a vida.

 

Onde seus filhos são colocados para estudar? Que legado espiritual você e eu estamos deixando para nossos filhos? Fica para todos nós o exemplo de Ana.

 

Muitas vezes, por amor ao dinheiro e aos bens materiais – móveis, imóveis e automóveis – damos a nossos filhos as riquezas e bens deste mundo: roupas caras, de marcas famosas; carros luxuosos, casas confortáveis, sapatos caros e de grife, e os levamos a caros restaurantes, onde eles se tornam glutões e intemperantes. Escolhemos por nossos filhos em colégios caros, onde estudam os ricos da sociedade, por causa do estatos dessas escolas. Queremos mostrar aos nossos amigos e vizinhos, e à sociedade onde vivemos que somos tão ricos quanto eles, e tão sofisticados quanto eles. Queremos mostrar que podemos competir com eles. Mas todas essas coisas são compradas com dinheiro. E quando chegar aquele momento em que o dinheiro não resolve? Como reagirão nossos filhos ricos e mimados, despreparados para a vida? E que tipo de religião e experiência de fé em Deus estamos lhes ensinando? E quando chegar a hora de nossos filhos partirem deste mundo para o túmulo? De que adianta toda a riqueza financeira nossa? Que tipo de caráter estamos construindo em nossos filhos? Você já pensou nessas coisas? Ou acha que o dinheiro resolve tudo?

 

Ana nos ensinou a grande lição da grandeza moral. Ela sabia onde e com quem seu filho deveria estar. E Samuel se tornou o mais eficiente e consagrado de todos os juízes que julgaram em Israel. E seu filho? E Sua filha? O que será deles neste mundo?

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho