segunda-feira, 19 de outubro de 2009

TROMBETAS, SANGUE, NUVEM E FOGO

 

 

Verso para Memorizar: "Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado."  I Coríntios 5:7, NVI.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Êxodo 12:1 a 29; Números 9 e 10; Mateus 26:36 a 43; Lucas 22:15, 19 e 20; I Coríntios 5:7-9.

 

A PÁSCOA foi estabelecida por Deus no dia da saída de Israel do cativeiro no Egito (Êxodo 12). Tornou-se a maior festa religiosa em Israel. A idéia por trás da palavra PÁSCOA é PASSAGEM. Na língua inglesa, a palavra hebraica páscoa é "Passover", isto é, "passe adiante", numa tradução ao pé da letra. Podemos atribuir à ideia por trás da palavra alguns significados homiléticos: (1) "Passe adiante", em referência ao anjo vingador, que foi enviado ao Egito para matar todo filho primogênito, na décima praga enviada por Deus. Toda casa onde fora aplicado o sangue do cordeiro na porta, o anjo deixava em paz, e passava adiante. (2) "Passe adiante", ou "Avance!", foi a ordem de Deus a Moisés e aos israelitas; eles deveriam por a bagagem nas costas, comer o cordeiro pascal, e iniciar a caminhada rumo à liberdade. (3) "Passe adiante", "avance!", foi a ordem de Deus a Moisés, durante a provação junto ao Mar Vermelho, quando os israelitas viram os carros de Faraó e tiveram medo. O povo pressionou Moisés; este clamou a Deus; e o Senhor disse a todos eles: "Avancem!" ("Diga ao povo que marche!"). (4) Todo o Israel teria de fazer a PASSAGEM da Antiga Aliança para a Nova Aliança, com a chegada a Israel do Messias-Cristo ("o Ungido") enviado por Deus para libertar e salvar o povo do Concerto. Esta passagem deveria ser feita mediante a fé em Jesus Cristo, aceitando-O como sendo o Novo Moisés, que iria fazer com eles essa passagem do velho e caduco Concerto, para o Novo Concerto, feito no sangue do Messias. (5) Todos os que aceitam Jesus, pela fé, como Salvador e Senhor, devem ser batizados em água, publicamente, revelando a todos que nasceram de novo, pois passaram da velha vida de oposição e rejeição a Deus, para a nova condição de discípulos e servos de Jesus Cristo. Jesus disse isto a Nicodemos: "Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino do Ceu." João 3:3. E Paulo escreveu: "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, eis que se fizeram novas." II Coríntios 5:17. (6) A IGREJA, como Comunidade dos Salvos da Nova Aliança, é uma comunidade em movimento de retirada, um movimento de passagem por este mundo, um novo Êxodo, liderado por um novo Moisés, Jesus Cristo, o qual nos conduz através desse cansativo deserto de dor e pecado, e nos leva para a Nova Canaã, a Nova Jerusalém. Quem garante nossa PASSAGEM, em todos os casos, é o SANGUE DO CORDEIRO. Jesus transformou a Páscoa em uma Santa Ceia, para os cristãos. O Pão sem fermento representa a vida de Jesus, uma vida sem pecado. O Vinho, suco de uva integral, não fermentado, representava o sangue de Jesus, derramado na Cruz, para remissão e pagamento de nossos pecados e culpas (leia Mateus 26:26 a 30; I Coríntios 11:17 a 29). Jesus é a nossa Páscoa, nossa Passagem para a liberdade e para a vida eterna. Celebremos, pois, em contínuo louvor, a Jesus Cristo, nosso Libertador, Guia e Rei, o qual nos dará um final feliz.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, 18 de outubro.

 

"EM MEMÓRIA DE MIM"

 

Leitura Bíblica: Êxodo 12; Números 9:1 a 5; Mateus 26:26 a 30; I Coríntios 11:17 a 29.

 

A Páscoa era essencialmente uma festa judaica. Deus ordenou a Moisés:

 

"Celebrem os filhos de Israel a Páscoa a seu tempo. No dia quatorze deste mês (o  primeiro mês do ano judaico), ao crepúsculo da tarde, a seu tempo a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo todos os seus ritos a celebrareis." Números 9:4 e 5.

 

A Páscoa era a maior e mais destacada festa do calendário religioso em Israel. A Páscoa era celebrada uma só vez ao ano, e durava sete dias de comemoração, pois começava no dia 14 do primeiro mês e seguia acontecendo até ao dia 21 do mesmo mês. Durante esse período, era proibido a todo israelita fazer uso de pão fermentado em suas residências. Era também chamada a festa dos pães asmos, sem fermento. Fermento estava associado ao pecado. Era tempo de consagração, celebração e santificação. Era um feriado nacional. O dia 14 seria um Sábado Cerimonial, litúrgico, de celebração anual. Diferente do Sábado semanal, o sétimo dia de cada semana, também dia santo. Este sábado cerimonial, litúrgico, era uma data fixa, mas o dia da semana variava. Era o dia 14 do primeiro mês, e esta data poderia cair em qualquer dia da semana, assim como o nosso dia 7 de setembro, dia em que celebramos a data da Independência do Brasil. Eles comemoravam anualmente a data de sua independência, sua libertação do jugo egípcio. O Sábado do sétimo dia, que se repete a cada fim de semana, o sétimo dia, celebra um ato cósmico, universal, realizado por Deus: a Criação da Terra e da raça humana. Independe de celebração étnica ou nacional. Celebra Deus e Sua ação criadora no Universo, uma ação cósmica. É dirigido, como dia de celebração e comemoração, a toda a raça humana em geral. Eis algumas diferenças do "sábado" anual, litúrgico, que celebrava o que Deus fez a Israel como nação; para o Sábado semanal, o qual celebra um ato de Deus para toda a Terra e para toda a raça humana, independente de questões étnicas, sociais, políticas ou nacionais.

 

Quando Jesus convidou Seus Doze Apóstolos para celebrarem a Festa da Páscoa, estava Ele honrando a Lei dada a Israel. Jesus era um israelita. Os Doze Apóstolos era todos israelitas. Jesus cumpriu a Lei e celebrou a Páscoa nos moldes judaicos. No entanto, Jesus aproveitou a Festa da Páscoa, para fazer diante deles a PASSAGEM do antigo para o novo. A partir daquele dia, eles celebrariam a Páscoa não mais matando um cordeiro e comendo a carne deste. Jesus transformou a Páscoa da Antiga Aliança na Santa Ceia, na Nova Aliança. Esta celebração da Santa Ceia, disse Jesus, deveria ser composta de dois atos bem definidos e específicos: (1) A Cerimônia do Lava-pés; (2) a Ceia do Senhor, propriamente dita, na qual fariam uso de (a) Pão, sem fermento; e (b) Vinho de uva, também não fermentado, não alcoólico. A ideia por trás da Santa Ceia era a mesma ideia por trás da Páscoa: Passagem. Passar deste mundo para a eternidade, caminhando sempre pela fé (confiança e dependência) em Jesus. A caminhada da libertação, da salvação, da vitória sobre tudo o que o pecado faz e representa. "Sai dela, povo meu!", eis o brado do Apocalipse (Ap 18:4). A Páscoa era celebrada uma só vez por ano, em Israel. Jesus não estabeleceu nos Evangelhos uma data (dia e mês do ano corrente) fixa para a celebração da Ceia do Senhor. Algumas igrejas a celebram uma vez por mês; outras igrejas a celebram trimestralmente; e outras, semestralmente. Quando sua igreja local celebrar a Ceia do Senhor, não fique de fora da celebração. Junte-se a seus irmãos na fé, e comemore com eles a Ceia do Senhor. Faça uma revisão da vida espiritual; faça os ajustes espirituais e correção de rumo de vida que sejam necessários. Apresente-se diante do Senhor depois de clamar pelo perdão de seus pecados e pureza de vida. Jesus Cristo está esperando por você para celebrarem juntos a Ceia do Senhor. Não fique de fora desta celebração.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 19 de outubro.

 

A PRESENÇA GUIADORA

 

Leitura Bíblica: Números 9:15 a 23.

 

"No dia em que foi erigido o tabernáculo, a nuvem o cobriu, a saber, a Tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o Tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã. Assim era de contínuo [diariamente]: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo. Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se punham e marcha; e no lugar onde a nuvem parava, aí os filhos de Israel se acampavam."  Números 9:15 a 17.

 

Israel era um povo guiado diária e diuturnamente por IAVÉ. Cada israelita, ali no acampamento no deserto, sabia que a presença de Deus entre eles era uma constante. Mediante o erguer-se ou o pousar da nuvem, Israel sabia o que deveria fazer. Caminhar ou parar de caminhar, tudo era feito sob a supervisão divina. Deus estava no comando da ação. Nenhuma outra nação da Terra teve este privilégio; somente o Israel que viveu o tempo do Êxodo do Egito para Canaã. De dia, o sol escaldante do deserto era amenizado pela sombra benfazeja da nuvem protetora e guiadora; à noite, a coluna de fogo servia de luz e provedor de calor para que eles não morressem pelo frio da região.

Quando Jesus subiu de volta para o Céu, Ele enviou para a Igreja, como presença contínua e benfazeja, o Consolador, o Espírito Santo. Cada crente fiel a Jesus sabe que o Consolador divino está com ele, e sabe que pode contar com a presença e obra do Espírito Santo para viver o Evangelho e cumprir a missão evangelizadora na Terra. Paulo escreveu sobre este assunto: "E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle." Romanos 8:9, última parte.  E ensina mais o Apóstolo aos gentios: "O próprio Espírito testifica [testemunha] com o nosso espírito [mente espiritual] que somos filhos de Deus." Romanos 8:16, interpolação nossa. E diz mais Paulo: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar [clamar, pedir, dialogar com Deus em espírito] como convém; mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos [com sons, palavras, um modo de comunicação entre os membros da Trindade Celeste] inexprimíveis." Romanos 8:26, interpolação e comentários nossos. O Espírito Santo de Deus é a Luz que guia o povo de Deus, hoje, através do perigoso "deserto" deste mundo, cheio de perigos, tentações e armadilhas satânicas. E como o Espírito Santo nos guia hoje? (1) Convencendo-nos a confiarmos totalmente em Jesus (João 5:39 e 40; João 16:13-14), aceitando-O como o Novo Moisés que vai atravessar conosco esse "deserto"; (2) inspirando-nos a estudar diariamente a Bíblia Sagrada, pois a Bíblia revela ao crente os planos, vontade e propósitos de Deus, pois os escritores dos livros da Bíblia foram movidos e inspirados pelo Espírito Santo, no passado, para escreverem o texto sagrado (leia II Pedro 1:19 a 21; Romanos 15:4); (3) Motivando-nos, treinando-nos e nos habilitando para o cumprimento da Missão evangelizadora no mundo (leia Atos 1:8); (4) Convencendo as pessoas do mundo inteiro sobre questões existenciais e de vital importância para o destino eterno de cada pessoas: "Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (João 16:8; leia também os versos 9 a 12). (5) Intercedendo pelos crentes, transformando a linguagem deles, fraca e defeituosa, quando oram, na linguagem compreendida pela Divindade. Portanto, caros irmãos em Cristo, "não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" Efésios 4:30.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 20 de outubro.

 

AS TROMBETAS DE PRATA

 

Leitura Bíblica: Números 10:1 a 10.

 

A corneta serve para dar ordem de comando a um grupo de pessoas. Quem serviu ou serve às forças armadas de um país; ou quem serve a um batalhão militar da polícia, entende muito bem os diversos e variados toques da corneta, ou trombeta.

Quando eu era adolescente, e estava concluindo o antigo Curso Ginasial, em Garanhuns (PE), toquei corneta na banda marcial do Ginásio Industrial onde eu estudava. Isto me dava muito alegria, especialmente quando chegava o Dia Sete de Setembro, e nós desfilávamos garbosamente vestidos pelas ruas principais da cidade, passando diante do palanque onde se encontravam as principais autoridades civis, militares e eclesiásticas. No ano seguinte, o moço que comandava a banda marcial se afastou da função, e o diretor do colégio me nomeou como corneteiro oficial da banda, aquele que iria comandar a banda marcial por todo o desfile. Gastamos muitos dias treinando os principais toques de comando. Todos na banda marcial precisavam entender cada um dos toques de comando, para poder executá-lo com segurança. Não podia haver erro. Aquela banda marcial iria guiar todos os alunos do colégio durante o desfile. Lembro-me que, naquele ano em que comandei a banda marcial, desfilamos em Garanhuns pela manhã, e, à tarde, fomos com a banda para Caetés, cidade onde nasceu o Presidente Lula, para comandar o desfile ali, puxando todas as escolas municipais e estaduais. Foi um dia cansativo, mas todos retornaram da viagem muito contentes pela lição de civilidade e patriotismo que deram.

Em Israel, durante a caminhada do Êxodo, todos os comandos deveriam ser dados por trombetas. Cada toque tinha um significado diferente. O povo deveria ser treinado a ouvir os toques e distinguir o significado de cada um deles. Eles caminhavam rumo a Canaã como se fosse um exército em marcha, rumo a um propósito definido. E assim o era.

 

"Disse mais o Senhor a Moisés: Faze duas trombetas de prata; de obra batida as farás; servir-te-ão para convocares a congregação e para a partida dos arraiais. Quando tocarem, toda a congregação se ajuntará a ti à porta da Tenda da Congregação [o Santuário]. Mas quando tocar uma só, a ti se ajuntarão os príncipes, os cabeças dos milhares de Israel. Quando as tocardes a rebate, partirão os arraiais que se acham acampados do lado oriental. Mas quando a segunda vez as tocardes a rebate, então partirão os arraiais que se acham acampados do lado sul; a rebate as tocarão para as suas partidas. Mas se se houver de ajuntar a congregação, tocá-la-eis, mas não a rebate. Os filhos de Arão, sacerdotes, tocarão as trombetas..."  Números 10:1 a 8.

 

Tudo ali era feito com ordem. Havia ordem e sequência para tudo. Se não o houvesse, aquele acampamento gigantesco, com quase dois milhões de pessoas, viraria um caos, uma bagunça. E Deus sabia que seria assim. Daí as instruções para que as atividades diárias se processassem ordenadamente, sem tumulto, sem desordem, sem bagunça. O mesmo deve ser na igreja local. Tudo deve ser feito ordenadamente, sem tumulto, sem bagunça.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 21 de outubro.

 

"E NOS SERVIRÁS DE GUIA"

 

Leitura Bíblica: Números 10:29 a 32.  Mateus 26:36 a 43.

 

Hobabe era um habitante do deserto de Mídia. Ele conhecia aquele terreno como a palma de sua própria mão. Era ele um pastor de ovelhas, acostumado a andar com seus rebanhos horas a fio à procura de água no deserto. Hobabe era cunhado de Moisés, filho de um criador de ovelhas chamado Reuel, o qual recebeu Moisés em suas tendas, quando este fugiu de Faraó, rei do Egito, ao ser descoberto seu crime contra um egípcio. Reuel, também conhecido como Jetro (leia Êxodo 18). Ele deu a Moisés sua filha mais velha, para que Moisés com ela se casasse.

Hobabe rejeito de pronto o convite de Moisés para caminharem juntos pelo deserto, rumo a Canaã. Hobabe não queria viver aquela agitação de conviver diariamente com tanta gente, ele que estava acostumado à solidão do deserto, cercado somente de ovelhas. Também ele não queria compromisso na obra de Deus. Hobabe representa, na Igreja, aqueles que estão sempre saindo pela tangente, fugindo da missão que Deus lhes confiou. São aqueles que não querem se comprometer com a Igreja e com a Obra divina na Terra. Querem ser cristãos livres e soltos, sem amarras de funções e compromissos eclesiásticos, livres para procederem sem vigilância e sem acompanhamento de ninguém. São os famosos cristãos autônomos, que não se submetem à liderança de nenhum servo de Deus, quer seja pastor, quer seja ancião de igreja. Agem por conta própria e não prestam contas a ninguém. Essas pessoas soltas, sem compromisso na Igreja, são um perigo para si mesmas e para a própria igreja local, onde eles às vezes assistem.

Moisés apelou para Hobabe: "Ora, não nos deixes, porque tu sabes que devemos acampar-nos no deserto; e nos servirás de guia. Se vieres conosco, far-te-emos o mesmo bem que o Senhor a nós nos fizer." Números 10:31 e 32.  O silêncio do restante do texto em relação a Hobabe dá a entender que ele aceitou o pedido de Moisés e seguiu junto ao povo de Israel, para lhe servir de guia pelo deserto.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRA, dias 22 e 23 de outubro.

 

INDO PARA O LAR

 

Leitura Bíblica: Números 10:11 a 36.

 

O paraibano José Américo de Almeida foi ministro de Getúlio Vargas. Devido aos seus afazeres no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, José Américo demorou um longo tempo para voltar à Paraíba, sua terra natal. Finalmente chegou o dia feliz em que ele iria retornar à sua querida terrinha. Ao chegar a João Pessoa, capital da Paraíba, em discurso sentimental, entre outras coisas importantes ele disse: "Voltei... E ninguém se perde no caminho da volta!"

 

Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó havia descido para morar no Egito fazia já mais de quatrocentos anos. Desceram para ali numa comunidade de cerca de setenta e cinco pessoas. Viveram no Egito as delícias da administração de José, seu irmão, filho, tio, etc. Agora José estava morando no Egito, e era o Governador de todo aquele grande reino. Tudo o que José ordenava o povo fazia. Os egípcios, a começar do rei, Faraó, amavam José, pois ele fora o salvador da Pátria, em tempos de vacas magras, literalmente falando, e simbolicamente falando. Mas esses dias de delícias, de ser irmão do chefe, passaram rapidamente. José morreu. Outros faraós vieram e governaram o Egito, e José tornou-se apenas um nome que ia-se perdendo na poeira do tempo. Vieram, então, os anos de chumbo para os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó/Israel. Agora, quatrocentos anos depois, eles eram uma imensa multidão de quase dois milhões de pessoas. As costas dos homens eram marcadas pela ação do sol escaldante, pelas marcas do chicote dos capatazes violentos, e pelo andar encurvado pelos anos seguidos de serviços pesados, carregando barro, fazendo tijolos, carregando imensas pedras para as construções das pirâmides, glória dos faraós, penúria dos israelitas escravizados. Tudo era difícil para eles. E mais difícil ainda ficou quando aquele homem, Moisés, saído não se sabia exatamente donde, volta para o Egito, quarenta anos depois de viver principescamente em palácio real, vivendo como se fora filho de Faraó, e tendo fugido de uma hora para outra, perdendo-se no deserto longínquo. Aquele Moisés, e seu irmão Arão, foram falar com Faraó, pensando que o rei seria tolo para deixar livres seus produtivos escravos israelitas. Agora que Moisés falara com Faraó, as coisas ficaram piores e mais difíceis, e o chicote dos capatazes se fazia ouvir e sentir mais continuadamente, vergateando as costas nuas daqueles israelitas infelizes e sofredores. Finalmente, Moisés venceu, dobrando a pertinácia e dureza de coração de Faraó. Agora parecia que as coisas mudariam para melhor. Nove pragas já haviam caído sobre o Egito e sobre os egípcios, e eles, os descendentes de Abraão, nada sofreram dessas pragas vindas de Deus. Agora chegou a hora de partir. A última praga estava para cair sobre os primogênitos dos egípcios. Convinha matar o cordeiro pascal, e pincelar seu sangue nas vergas das portas da casa, para que o anjo vingador passasse adiante, e não matasse um primogênito sequer em Israel. Era o retorno para casa. Volta ao lar! Muita alegria começou a ser vivida por todos eles. Seria a liberdade! Seria livrar-se daquele jugo cruel e torturante. Deus iria à frente deles, e não havia por que errar o caminho. Pois ninguém se perde no caminho da volta, como declararia, centenas de anos depois, José Américo de Almeida. Porém as coisas não aconteceram assim. Milhares deles se perderam no caminho da volta, por se desviarem do caminho traçado por IAVÉ para eles. Milhares seguiram atalhos perigosos, os quais jamais os conduziria outra vez ao lar. Milhares abandonaram a liderança de Deus e de Moisés, e se tornaram autônomos, seguindo caminhos alternativos de salvação. Salvação sem Deus. Salvação sem Moisés e sem os profetas de Deus (a Bíblia Sagrada). Salvação junto com ídolos mudos, adorando os corpos celestes, as forças da natureza e os animais da terra. Salvação humanista, o caminho de Caim.

Hoje, em nossa caminhada deste mundo para a Canaã celeste, muitos que se dizem cristãos estão agindo exatamente como agiram aqueles israelitas do Antigo Testamento, os quais viveram o Êxodo no deserto. Desviam-se da liderança indicada por Deus; desviam-se dos conselhos e instruções dados por Deus; fecham seus ouvidos para não ouvirem o toque certo da trombeta de Deus, e passam a seguir o toque profano e desviador de outras trombetas, seguindo caminhos de perdição. Alguns começaram a caminhada caminhando bem, ouvindo e seguindo o toque certo da trombeta de Deus. Mas, depois de algum tempo, tornaram-se surdos à trombeta divina, e passaram a seguir as trombetas do maligno, as quais chamam os moradores deste mundo às suas marchas e contra-marchas, às suas danças, festas, folguedos e celebrações de seus ídolos que levam à ruína moral e à destruição eterna.

Que sons você tem ouvido ultimamente, meu irmão? Você ainda consegue ouvir o som da voz de Deus, chamando você às santas convocações de seu povo, quer no Sábado, quer em outros dias de festas para o Senhor? Você ainda consegue ouvir o som das trombetas de Deus, e ainda consegue entender o significado destes sons divinos de convocação e de ordem para marchar em frente, sem se desviar do caminho proposto por Deus?  Reflita sobre essas coisas, ao estudar esta lição.

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

Diretor do Blog:  www.averdaderevelada.com.br



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