segunda-feira, 29 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 10 DA ESCOLA SABATINA



 

LIÇÃO  10

 

O HOMEM DE DEUS – A Obediência não é opcional

 

Verso para memorizar: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia [bíblica] foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo."  II Pedro 1:20-21.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Êxodo 32; I Reis 13:1 a 34; Daniel 5:13 a 17; Lucas 16:31; João 15:24; II Timóteo 4:3.

 

INTRODUÇÃO

 

A Lição desta semana focaliza o reino de Israel, setor Norte, governado pelo rei dissidente, Jeroboão I, um homem que apostatou da fé no Deus de Israel, e trabalhou no sentido de conduzir todo o reino para a apostasia coletiva. Deus envia a Jeroboão um jovem profeta, um "homem de Deus", e este profetiza contra o altar idolátrico que Jeroboão ergueu em Israel. Esse jovem profeta, um "homem de Deus", veio de Jerusalém, no Israel do Sul, com uma missão especial. Mas Deus o advertiu que jamais deveria comer e beber com as pessoas daquele lugar, e nem deveria voltar pelo mesmo caminho por onde viera. Era isto uma ordem divina. Desobedecer a esta ordem significaria perigo de vida para o profeta. Será que ele obedeceu a Deus? Se obedeceu, obedeceu ele a tudo o que o Senhor recomendara? Ou sua obediência foi apenas parcial?  Quais foram as consequências dos seus atos?   Vamos estudar essas questões.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 28 de novembro.

 

A POLÍTICA DA RELIGIÃO

 

Leitura Bíblica Dia: I Reis 12:25 a 33.

 

Saul, Davi e Salomão governaram sobre todo o reino de Israel. Roboão, filho de Salomão, também queria governar sobre todo o reino de Israel. No entanto, ele começou seu governo tomando uma decisão completamente equivocada.

 

Alguns líderes (anciãos) em Israel foram ao jovem rei Roboão e lhe pediram que aliviasse os pesados impostos que Salomão exigira do povo até ali. Roboão pediu-lhes um prazo para lhes dar a resposta. Então ele consultou homens idosos, conselheiros de seu pai, e estes lhe disseram que atendesse ao povo, e este o amaria e lhe serviria com prazer. Roboão, insatisfeito, consultou um grupo de jovens amigos, os quais eram de sua idade, e estes o aconselharam a tratar o povo de Israel com tirania, elevando os impostos e sendo muito rigoroso. Roboão convocou a liderança de Israel e lhes comunicou que os trataria com mais rigor do que o fizera seu pai. Revoltados, esses líderes israelitas mandaram chamar do Egito a Jeroboão, um antigo capataz de Salomão, e o fizeram reis das tribos mais ao norte. Dez tribos de Israel seguiram Jeroboão; somente duas tribos –Judá e Benjamim –ficaram ao lado de Roboão. E o reino de Israel foi dividido em dois reinos: (1) O Reino de Israel, ao norte, com capital em Samaria, governado por Jeroboão; e (2) o Reino de Judá, ao sul, governado por Roboão, filho de Salomão.

 

Jeroboão, querendo consolidar seu reino, decidiu erigir altares para culto em vários lugares do reino, além dos cultos nos lugares altos. Jeroboão adorava ídolos, incluindo entre eles o "Boi Ápis", do Egito. Quando Israel morou no Egito por cerca de quatrocentos e trinta anos, aprendeu a adorar ídolos, incluindo também o Boi Ápis. Quando eles, no Êxodo, deixaram o Egito sob o comando de Moisés e Arão, erigiram uma imagem do "bezerro de ouro", o qual nada mais era do que uma réplica do Boi Ápis egípcio, ao qual muitos israelitas aprenderam a cultuar. Agora, Jeroboão traz para o Israel do norte o culto ao Boi Ápis, ou culto ao bezerro de ouro.

 

O profeta que veio de Judá (do sul), veio com a missão de profetizar e clamar contra o altar que Jeroboão erigira. E ele clamou: "Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Israel, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso; e ossos humanos se queimarão sobre ti" I Reis 13:2. E, no mesmo instante, a palavra do Senhor se fez efetiva sobre aquele altar idólatra. "Deu, naquele dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou: Eis que o altar se fenderá, e se derramará a cinza que há sobre ele." (13:3). Isto aconteceu em Betel. O rei, transtornado com a palavra vinda de Deus, levantou a mão para ordenar a prisão e morte do profeta, do "homem de Deus"; mas seu braço ficou paralisado, e sua mão mirrou, secou, e o rei já não podia recolher seu braço. Então o rei suplicou ao "homem de Deus" que este orasse em seu favor. O "homem de Deus" orou em favor do rei, e seu braço voltou ao normal. Tudo isto ocorreu num dia de festa, com milhares de pessoas presenciando os fatos. Foi um testemunho público de que o Senhor rejeitara aquele altar, aquelas ofertas e a idolatria do povo de Israel. Mas o povo não se arrependeu de sua idolatria.

 

Com aquele altar idolátrico, o rei Jeroboão estava fazendo uso da religião para ganhar o apoio do povo de Israel. Ele não queria que o povo fosse até Jerusalém, no reino do sul, para adorar ao Senhor no templo. Ele usou sua força política para definir questões religiosas. Quis estabelecer a religião e o culto através da força do Estado, do poder civil. Ali ele conseguiu, mas não o culto ao Deus verdadeiro, e do modo correto. Era uma religião de Estado, exigida pelo rei.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 29 de novembro.

 

DEUS INTERVÉM

 

Leitura Bíblica do Dia: I Reis 13:1 a 6.

 

Deus agiu contra a religião promovida pelo Estado, que o rei Jeroboão estava estabelecendo em Israel. Aquela palavra de Deus, proferida contra o altar, revelava o desacordo e desagrado de Deus com aquele tipo de "religião oficial", estatal. Deve cada pessoa cultuar, adorar e servir a Deus como uma resposta do íntimo, da alma humana. Deve cada pessoa se aproximar de Deus como um ato de fé, de confiança pessoal em Deus, sem ser levado a isto pela força do poder do Estado, ou por outras pressões que tirem a liberdade e a espontaneidade dessa adoração. É cada pessoa, de si mesma, que tem de definir que Deus é o seu Deus. Quando entra nessa decisão o uso da força, da ameaça, da política, da subversão, da cooptação, então o culto que tal pessoa diz oferecer a Deus é uma religião falsa, não espontânea e não verdadeira.

 

Jeroboão estava usando seu poder real para forçar o povo de Israel a ter uma religião definida e estabelecida pelo Estado civil. Era a religião do rei. Era a religião do Estado. Era a religião e o culto que o rei exigia que seus súditos seguissem. Além de ser uma religião cobrada, forçada, tratava-se de culto aos ídolos, isto é, aos demônios que esses ídolos representavam. Jeroboão queria que o povo de Israel deixasse de viajar até Jerusalém, onde se encontrava o único templo no mundo que foi erigido para culto a IAVÉ, para cultuar ao Deus de Israel. Ele quis "comprar" sacerdotes levitas para serem os oficiais desse culto estatal. Não conseguindo, ele nomeou pessoas de outras tribos para serem sacerdotes desse culto idolátrico. Era uma espécie de SINCRETISMO RELIGIOSO. Eles adoravam diante de um altar dedicado aos ídolos, mas misturavam com estes o nome de IAVÉ. Era um culto sincrético, confuso, misturado. O Deus de Israel, "Deus zeloso" por Seu santo nome e honra, jamais daria Seu aval a tal sincretismo, colocando-O no mesmo nível dos ídolos mudos. Jamais. Daí a intervenção de Deus sobre o altar e o culto que Jeroboão estava tentando implantar no Israel do norte. Deus o rejeitou por completo. Ou você cultua somente ao Senhor, o Deus único, e obedece à Sua Lei com integridade de alma; ou, então, você entra em processo de apostasia, cultuando deuses de feitio humano.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 30 de novembro.

 

O DOADOR DE DONS

 

Leitura Bíblica do Dia: II Reis 5:14 a 17; Daniel 5:13 a 17; Lucas 16:31; João 15:24; II Timóteo 4:3.

 

Disse Naamã, o general sírio, ao profeta Eliseu, depois de ser curado da lepra que o matava: "Eis que, agora, reconheço que, em toda a Terra, não há DEUS, senão em Israel..." II Reis 5:15. E o general quis pagar a bênção da cura com dinheiro e presentes para o profeta, o "homem de Deus", Eliseu. Eliseu recusou, sem discussão, os presentes.

 

O profeta Daniel diz ao rei Belsazar, que lhe queria cumular de presentes e dádivas, caso o profeta lhe explicasse a estranha escritura surgida, naquela noite fatídica, na parede do palácio real: "Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação." Daniel 5:17.

 

Tanto Eliseu como também Daniel foram profetas de Deus. Eles receberam de IAVÉ o dom de profetizar, de curar, de falar em nome do Senhor Deus. Receberam esse dom pela Graça divina. Nada pagaram por ele. Agora, escolhidos a agraciados com tal dom, realizavam a vontade e o propósito de Deus para eles e para outras pessoas, incluindo reis e rainhas. Muitos destes cabeças coroadas, senhores das riquezas deste mundo, quiseram pagar aos profetas de Deus por alguma graça recebida de Deus. Mas, com firmeza absoluta, esses abençoados e fieis profetas do Senhor recusaram qualquer pagamento por essas graças. Não aceitaram nem pagamento, nem prêmios, nem dádivas, como se fossem pagamentos disfarçados de "ofertas" ao Senhor. O DOM não era deles. Seria desonesto receber pagamento por um dom recebido de graça, pela Graça de Deus. Seria como você orar pela cura de alguém e cobrar uma "oferta" por esta oração. Isto seria um pagamento disfarçado, e o pecador, se curado, acharia que, para ser curado da próxima vez, teria de pagar uma taxa religiosa a Deus. Ele acharia que receberia a bênção de Deus se pagasse por ela. Isto não é Graça de Deus. Isto é comércio de e com coisas sagradas, com dádivas divinas. E muitos são os pastores, e igrejas, tanto católicas como também protestantes, que estão fazendo comércio ilícito com os dons da Graça. Muitos são os pastores que "vendem" curas, exorcismos, melhorias de vida, casamentos, soluções de problemas diversos a quem esteja disposto a pagar, disfarçado de "oferta", de "dádiva", de "gratidão", pela bênção recebida, mediante a oração daquele pastor, ou bispo, ou presbítero, ou ancião. Foi assim com a venda escandalosa de Indulgências papais, na Idade Média, pela Igreja Católica Romana, o que gerou a Reforma Protestante conduzida pelo monge Martinho Lutero, na Alemanha, em 1517. Isto está acontecendo hoje, de forma escancarada e vergonhosa, pela obra desses pastores e bispos que, fazendo uso dos meios de comunicação em massa, especialmente o rádio e a TV, passam o dia vendendo graças que dizem vir de Deus, tais como curas, exorcismo, melhoria de vida financeira, problemas conjugais, solução de conflitos, etc. Milhões de reais são recolhidos por esses pastores e suas igrejas a cada semana, no Brasil e no mundo. É o aberto e vergonhoso comércio das coisas sagradas, agora também pelos chamados pentecostais, carismáticos e neocarismáticos. É só pagar bem que leva a bênção para casa. Quem está disposto a pagar para ver?!

 

Deus ordenou ao "homem de Deus", que profetizou contra o altar idolátrico erigido por Jeroboão: "Não comerás pão, nem beberás água; e não voltarás pelo caminho por onde foste." I Reis 13:9. Ordens divinas devem ser cumpridas do modo como Deus as ordenou, sem mudanças. Deus ordena e o servo de Deus cumpre a ordem. Ponto final.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 01 de dezembro.

 

MENTIRAS TENTADORAS

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 2:16 e 17; 3:1 a 5; 4:1 a 16; I Reis 13:11 a 19.

 

Saul, rei de Israel, costumava receber ordens de Deus, para executar uma determinada missão, e a realizava pela metade (I Samuel 15). No entanto, quando confrontado se teria ele realizado o que Deus lhe ordenara, ele afirmava que fizera tudo como o Senhor mandara. Isto é uma tendência bem humana.

 

Esse "homem de Deus", de I Reis 13, um profeta que viera de Judá para profetizar contra o altar idolátrico erigido por Jeroboão em Israel do norte, fez de maneira correta a primeira parte do trabalho que Deus lhe ordenou fazer. Suas dificuldades começaram depois de ter feito a obra que Deus lhe confiara.

 

Quando o rei, publicamente, o convidou, agradecido pela cura recebida, para que ele fosse ao palácio comer alguma coisa e repousar da cansativa viagem, tudo patrocinado pelo rei, o "homem de Deus" respondeu também publicamente ao rei que estava comissionado por Deus a não comer pão nem beber água com as pessoas daquele lugar, e também não voltar para Judá pelo mesmo caminho por onde viera.

 

Por esse tempo, morava em Betel um profeta já bem idoso (13:11), o qual não estivera presente na festa da inauguração do altar de Jeroboão. Mas seus filhos estiveram presentes, e contaram ao pai tudo o que viram. Contaram, inclusive, que o "homem de Deus" dissera que estava proibido de voltara para Judá pelo mesmo caminho. O profeta velho mandou os filhos prepararem o jumento, e seguiu em busca do "homem de Deus", "achando-o sentado debaixo de um carvalho." Disse o velho profeta ao "homem de Deus": "Vem comigo a casa e come pão" (13:13-14). Então o "homem de Deus" lhe disse: "Não posso voltar contigo, nem entrarei contigo; não comerei pão, nem beberei água contigo neste lugar. Porque me foi dito pela palavra do Senhor: Ali não comerás pão, nem beberás água, nem voltarás pelo caminho pelo qual foste." (13:16-17). Sem se intimidar com o que Deus dissera ao "homem de Deus", e não levando em conta o que o Senhor falara, o velho profeta declara: "Eu também sou profeta como tu, e um anjo me falou, por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água. (Porém mentiu)." (13:18). Então o "homem de Deus", desconsiderando tudo o que Deus lhe dissera pessoalmente, e confiando na palavra de um "profeta" que ele nem conhecia, decidiu por si mesmo seguir o conselho daquele velho – e falso – profeta. "Então ele voltou, e comeu pão em sua casa, e bebeu água" (13:18). E, para fazer isto, ele retornou pelo mesmo caminho para Betel. Ele tomou sua decisão com base num testemunho humano que contradizia uma ordem divina. Isto é excessivamente perigoso. Ele pecou contra a palavra que Deus lhe proferira, e confiara em palavras humanas, mesmo que estas fossem proferidas por um "profeta".

 

Fica aí o alerta para os pastores mais jovens, os quais confiam excessivamente nos conselhos de pastores mais velhos, muitas vezes sem consultar antes a Palavra de Deus. Conselhos humanos, por mais abalizados que sejam, jamais substituem a Palavra de Deus, revelada nas Escrituras Sagradas. Isaías recomendou aos crentes: "À Lei e ao Testemunho! Se eles [os conselheiros] não falarem desta maneira, jamais verão a alva." Isaías 8:20. Conselhos são bons, desde que de acordo com a VERDADE REVELADA por Deus ao homem.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 02 e 03 de dezembro.

 

TENTAÇÕES GÊMEAS

 

Leitura Bíblica do Dia: I Reis 13:7 a 10 e 20 a 24.

 

O "homem de Deus" já havia sido tentado pelo rei Jeroboão a ir com este para sua casa, para banquetear-se e descansar um pouco. Ele recusou a tentação em público, e declarou a todos que não iria com o rei, para um banquete, pois Deus lhe ordenara expressamente que não comesse nem bebesse naquele lugar (Betel). Voltasse para casa rapidamente, tomando um caminho diferente daquele pelo qual ele chegar a Betel.

 

Agora, surge uma nova tentação (13:18). Um profeta velho, que morava em Betel, o qual lhe pareceu amigo, de fala branda, experiente, o convida para "comer pão e beber água" na casa dele. Ele repete para o profeta velho tudo o que Deus lhe dissera. Não expressa tanta convicção. Ele repete palavras. Mas o corpo estava cansado, pois a viagem até Betel fora longa; e a fome e a sede eram-lhe fortes, e ele, fisicamente, muito desejava um pouco de pão e um copo de água. Não vendo, aparentemente, nenhum perigo, pois agora era um colega de ministério quem o convidava, e estava afirmando que um "anjo" de Deus lhe falara à noite, sentiu-se animado a voltar a Betel com aquele novo "amigo" de ministério, e mais experiente nessas coisas do que ele. Ele foi ingênuo, autoconfiante. Ele não consultou ao Senhor sobre o assunto, pois o Senhor já lhe dissera o que tinha de fazer. Ele teve boas intenções, mas estava sendo rebelde e infiel à palavra que Deus lhe falara.

 

Deus aceitou a "boa intenção" estúpida do "homem de Deus", o qual desconsiderou um "assim diz o Senhor", e confiou na palavra de um desconhecido profeta de Betel? Não, de maneira nenhuma. "Estando eles à mesa, veio a palavra do Senhor ao profeta que o tinha feito voltar; e clamou ao homem de Deus, que viera de Judá, dizendo: "Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à palavra do Senhor e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara, antes voltaste e comeste pão e bebeste água no lugar que te dissera: Não comerás pão, nem beberás água, o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais." I Reis 13:20 a 22).  Deus não amenizou a sentença. Aquele "homem de Deus" deixara de obedecer ao Senhor. Ele agiu por boa intenção, mas uma boa intenção não substitui a VERDADE. E a VERDADE, para ele, era o que o Senhor lhe falara em primeiro lugar. Ele aceitara a missão de Deus. Ele cumprira a primeira parte da missão. Agora, abandona a palavra do Senhor, e segue a palavra de um desconhecido, o qual se apresenta a ele como profeta do Senhor, e o convence a desobedecer ao Senhor, usando de mentiras e embustes. Deus não aceita a boa intenção de alguém que sabe a verdade e não obedece a verdade.

 

Tudo aconteceu como o Senhor falou. Ao sair da casa do profeta idoso e se dirigir para Judá, agora montado em um jumento, o "homem de Deus" viu sua vida ainda jovem chegar ao fim. Surgiu na estrada um leão que o atacou e o matou. O leão não o devorou; apenas o matou. Também não atacou o jumento. Somente o "homem de Deus" foi morto, porque essa morte foi punitiva, e o Senhor providenciou para que ela acontecesse. Era a demonstração do desagrado do Senhor pela desobediência de um homem que recebera claras recomendações de Deus e se deixara enganar por alguém que ele nem conhecia.

 

A história da Queda de Adão e Eva guarda algumas semelhanças com esta. Adão e Eva haviam recebido de Deus claras recomendações para não se alimentarem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Caso comessem o fruto daquela árvore, certamente (ou seja, com certeza) morreriam. Eva contou à Serpente tentadora (Gênesis 3:1 e 2) tudo quanto Deus lhes dissera, mostrando que era conhecedora da VERDADE. Mas Eva, abrindo mão da VERDADE que conhecia, lançou-se em uma aventura desconhecida, seguindo um conselho de "alguém" que não era nem para estar falando com ela, pois serpente não fala. Eva abandonou toda a VERDADE para seguir uma mentira. Depois, Adão, motivado por Eva, e por visões ilusórias e imediatistas do assunto, também aceitou abrir mão da VERDADE para seguir uma mentira. Adão e Eva deixaram a segurança da VERDADE conhecida para seguir e confiar numa conversa fiada, sem fundamento, sem prova nenhuma.

 

Muitos, hoje, agem do mesmo jeito. Também nós, adventistas do sétimo dia, agimos assim muitas vezes. Deus nos revelou em Sua Palavra, as Escrituras Sagradas, em quem e em que devemos crer, e a quem devemos seguir e obedecer. No entanto, mesmo tendo essa revelação divina, um "assim diz o Senhor", abrimos mão da segurança e da certeza que a VERDADE REVELADA por Deus nos oferece, e nos sentimos livres para pensar e agir de maneira contrária a tudo o que Deus falou e revelou. Fazemo-nos de "deuses" a nós mesmos, subimos ao trono de nossa vida, e destronamos a Deus. Fazemo-nos de "senhor" de nosso destino, e desprezamos toda a revelação do Senhor. Agimos como se Deus não existisse, ou não governasse nossa vida. Agimos assim tanto os membros da igreja como também seus pastores, em todos os níveis. Cada um acha que pode decidir as coisas por si mesmo, tomando nas próprias mãos, sem seguir um "assim diz o Senhor". O que temos visto, em nossa vida pessoal e na vida de nossa igreja? Desastres espirituais, apostasia e morte espiritual – além de morte física. Muitas vezes agimos em boa intenção, ingenuamente, mas sabendo que o Senhor não nos guia por tal caminho, pois o Senhor já nos revelou Sua vontade em Sua Palavra. Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos converta de volta a Ele. Amém.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

Um comentário:

  1. Olá Pastor Otoniel, desde que descobri este blog com seus comentários da lição tenho acompanhado e desde já lhe parabenizo pela dedicação. No entanto, nesta lição ficou-me uma dúvida que aqui não chegastes a comentar. O profeta velho mentiu e portanto era um falso profeta, por que Deus ainda falou por intermédio dele?

    Um grande abraço

    Daniel Ferreira

    ResponderExcluir