segunda-feira, 8 de novembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 7 DA ESCOLA SABATINA



LIÇÃO 7

 

O SACERDOTE ABIATAR

 

Verso para memorizar: "Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa Luz."   I Pedro 2:9

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Êxodo 19:5 a 10; 28:6; 39:2 a 7; I Samuel 21:1 a 9 e 22:6 a 23; II Samuel 15:13 a 29.

 

INTRODUÇÃO

 

A Lição 7 da Escola Sabatina focaliza mais um personagem dos bastidores da história bíblica: ABIATAR.  De acordo com o Dicionário da Bíblia, de John Davis, o nome ABIATAR significa "Pai de Abundância".  Abiatar era levita, de família sacerdotal.

 

Tudo começa com um erro de Davi. Em sua fuga das perseguições do rei Saul, Davi foi a Nobe, onde morava o sacerdote Aimeleque, e lhe pede socorro. Sua tropa estava faminta, e ele precisava de gêneros alimentícios para dar de comer a seus companheiros que fugiam. Davi fez uso de uma mentira, para convencer Aimeleque a lhe entregar os pães sagrados. Aimeleque disse a Davi que só havia ali o "pão sagrado", o pão da proposição, o qual era exposto no santuário durante uma semana, e, no sábado, era trocado por pão novo. Mas, segundo a lei (Levítico 24:5 a 9) somente "Arão e seus filhos...os comerão no lugar santo, porque são coisas santíssimas para eles..." (Lv 24:9). Davi insistiu com Aimeleque para que este lhe desse alguns desse pão sagrado, litúrgico. Aimeleque, fazendo uma aplicação espiritual, mas não literal, da Lei de Moisés, deu esses pães a Davi; e lhe deu também a espada de Golias, o filisteus, a qual se achava guardada ali. Nesse tempo, o chefe dos pastores de Saul, Doegue, um edomita (descendente de Esaú), se achava preso ali; e ele viu tudo o que se passou. Doegue contou ao rei Saul como o sacerdote Aimeleque protegera Davi e lhe dera alimentos e a espada de Golias. Saul ficou irado contra Aimeleque, considerou-o um traidor, e o matou; matou também todos os sacerdotes que ali se achavam. Somente um dos filhos de Aimeleque, Abiatar, conseguiu se esconder dos homens de Saul, e fugiu para junto de Davi. Foi este um dos mais negros episódios da história passada de Israel.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 07 de novembro.

 

MENTIRA E TRAGÉDIA

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 21:1 a 9 e 22:6 a 23.

 

Qual foi a mentira de Davi ao sacerdote Aimeleque?

 

A Pergunta:  Aimeleque pergunta a Davi: "Por que vens só, e ninguém está contigo?"

 

Resposta mentirosa: Davi lhe responde: "O rei deu-me uma ordem e me disse: Ninguém saiba porque te envio, e de que te incubo; quanto aos meus homens, combinei que me encontrassem e tal e tal lugar."  I Samuel 21:1 e 2.

 

Tudo o que é fundamentado na mentira tende a dar errado, mais cedo ou mais tarde. Deus havia provido Davi de alimento e segurança até então. Davi deveria continuar confiando no Senhor, e nEle se refugiando, pois ele era um ungido de Deus para reinar em Israel depois da morte de Saul. Mas em seu desespero, Davi se refugiou na mentira, e pôs em risco a vida de dezenas de sacerdotes. A falta de fé e confiança em Deus, que Davi demonstrou nesse episódio, teve consequências drásticas. Davi não estava em missão que lhe fora confiada pelo rei Saul, pois, nesse tempo, o rei Saul não mais confiava em Davi, e não o enviava em missão. Davi mentiu, visando convencer o sacerdote Aimeleque a lhe dar o pão sagrado, o pão litúrgico usado no santuário. E conseguiu o seu intento. Mas sua mentira provocou a morte de muitos inocentes.

 

Doegue, o chefe dos pastores das ovelhas do rei Saul estava preso ali, junto aos sacerdotes, e soube de tudo o que ocorrera, denunciando Aimeleque como traidor do rei Saul. Aimeleque foi chamado à presença do rei, para responder pelo "crime" que havia cometido. Então Saul, irado, decretou a morte de Aimeleque e de todos os sacerdotes que moravam junto ao santuário de Israel. Foi um ungido mandando matar outros ungidos do Senhor. Uma vergonha para Israel. Errou Davi e errou Saul. Neste assunto, somente os inocentes pagaram pelos erros dos outros.

 

Sempre que eu e você deixamos de confiar em Deus, e nos refugiamos em alguma mentira para alcançarmos nossos objetivos, pomos nossa vida espiritual em risco, e afetamos todas as pessoas que vivem ao nosso redor. Podemos causar tragédias físicas ou espirituais com nossas mentiras. Portanto, com adventistas, devemos fugir sempre da mentira e da falsidade. O Apocalipse fala da integridade dos 144.000 servos de Deus, que estarão de pé, firmes na fé, honestos, leais e corajosos, no final dos tempos: "E não se achou mentira na sua boca..." Apocalipse 14:5. Jesus nomeou Satanás de "mentiroso e pai da mentira" João 8:44. Logo, que faz uso da mentira em seus negócios e realizações, é parceiro de Satanás, e "filho" deste. Davi agiu em parceria com Satanás, e isto causou a morte dos servos de Deus.

 

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 8 de novembro.

 

O SACERDOTE ABIATAR

 

Leitura Bíblica do Dia: I Samuel 23:9 a 13; II Samuel 15:24 e 17:15 a 22.

 

Abiatar, filho de Aimeleque, conseguiu fugir do morticínio, e correu para refugiar-se junto a Davi. Davi lamentou o ocorrido, e fez de Abiatar o sacerdote de sua tropa. E, a partir daí, Abiatar consultava a Deus a respeito das idas e vindas de Davi, futuro rei de Israel, e de suas tropas, em suas fugas da ira do rei Saul.

 

Quando Abiatar fugiu para junto de Davi, levou consigo a ESTOLA SACERDOTAL. Era nessa estola, usada pelo sumo sacerdote em Israel, quando oficiava no santuário e, mais tarde, no templo de Salomão, que havia duas pedras, chamadas de URIM e TUMIM. Quando o sacerdote consultava a Deus sobre algum assunto, Deus respondia afirmativamente, fazendo brilhar o URIM; e quando Deus respondia negativamente, uma sombra vinha sobre o TUMIM. Assim o sacerdote ficava sabendo se Deus aprovava ou negava o pedido feito. Não se esqueça você que Israel era uma TEOCRACIA, e o verdadeiro dirigente de Israel era IAVÉ, o Deus de Israel. Saul, Davi ou qualquer outro indivíduo que viesse a reinar em Israel somente ocuparia o trono como rei-servo de IAVÉ, ou um rei ungido para servir a IAVÉ. Deus operava a escolha desse rei.

 

Mais tarde, quando Davi foi efetivado como rei de Israel, Abiatar foi posto como sumo sacerdote de seu povo. Era homem da confiança do rei Davi. E durante todo o tempo em que Davi reinou em Israel, quarenta anos, Abiatar foi o sumo sacerdote de Israel.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 9 de novembro.

 

A REVOLTA DE ABSALÃO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Samuel 15:13 a 29.

 

Quando Absalão, filho de Davi, se rebelou, e tentou assumir o reino em lugar de seu pai ainda vivo, essa revolta provocou uma tremenda confusão em Jerusalém. Absalão conseguiu o apoio de milhares de pessoas em Israel, em sua guerra contra seu pai. Uma guerra de sucessão. Davi não definira quem seria o futuro rei de Israel, pois Davi estava esperando que IAVÉ declarasse quem seria o sucessor. Davi, não querendo guerrear contra seu filho, a quem muito amava, preferiu fugiu de Jerusalém, refugiando-se em algum lugar escondido no interior da nação. Abiatar, que sempre fora leal a Davi, e com ele participara de muitas fugas da ira do rei Saul, decidiu que também seguiria Davi nessa nova fuga. E Abiatar decidiu levar consigo a ARCA DA ALIANÇA, o móvel mais sagrado de todos os que havia no santuário de Israel, pois nela se achavam as duas lâminas de pedra, contendo os Dez Mandamentos, que Deus escrevera com Seu próprio dedo, e ordenara a Moisés que as pusesse ali. Antes, Abiatar conseguira fugir de Saul somente com a estola sacerdotal. Agora, decidiu fugir levando a Arca da Aliança. Davi, porém, pediu a Abiatar que voltasse para Jerusalém e levasse consigo a Arca; e que ficasse de olho em todos os fatos que viessem a ocorrer na capital, informando tudo a Davi. Os filhos dos sacerdotes Zadoque (Aimaás) e Abiatar (Jônatas) seriam os mensageiros que, furtivamente, levariam as notícias até onde Davi se encontrava. Absalão, mais tarde, morreu em combate, e Davi pode retornar para Jerusalém, para reassumir o trono que deixara para trás. Mas a questão da sucessão não estava resolvida. Outras revoltas haveria, e outro filho de Davi iria tentar ficar com o trono.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 10 de novembro.

 

A ESCOLHA DE ABIATAR

 

Leitura Bíblica do Dia: I Reis 1:1 a 8.

 

Davi ficou idoso. Estava enfermo, cansado e perto de morrer, e a questão da sucessão continuava em aberto, embora Davi soubesse já que Deus queria que Salomão fosse seu sucessor. Porém Davi não confirmou logo isto, e outro filho de Davi, ADONIAS, aproveitou uma espécie de vazio de poder, para tomar posse como novo rei de Israel em lugar de seu pai. E outra vez o que se viu foi uma nova rebelião, pois Adonias conseguiu reunir em torno de si dois dos homens mais fieis a Davi: Joabe, o comandante geral do exército de Israel, e Abiatar, o sumo sacerdote que fora até aí tão fiel a Davi. Davi, velho e cansado, calou-se a respeito da tomada de poder por Adonias. Já não restavam forças em Davi para enfrentar uma nova revolta, e para sair fugindo para lugares distantes. Davi acomodou-se, e deixou que as coisas seguissem seu curso.

 

Mas havia outros interesses em jogo. Salomão, filho de Davi com Bate-Seba (lembram-se dela?) queria ser o novo rei de Israel, em lugar de seu pai. E Deus já dera a entender a Davi que o Seu preferido era Salomão (I Crônicas 22). O profeta Natã, o mesmo que repreendeu a Davi, quando este pecou contra Urias, o heteu, agora ficou do lado de Salomão, o novo filho de Davi com Bate-Seba. Ele não seguiu a Adonias, mas a Salomão. Natã chamou a mãe de Salomão, Bate-Seba e a alertou sobre a revolta de Adonias. Natã orientou a Bate-Seba como deveria proceder, indo a Davi e cobrando dele a promessa feita, de que Salomão seria o futuro rei de Israel. Davi, então, decidiu confirmar Salomão como seu sucessor no trono. Salomão foi proclamado rei em Israel. Zadoque foi declarado novo sumo sacerdote, em lugar de Abiatar, pois este ficara ao lado de Adonias, contra Salomão. Foi uma escolha contrária à escolha de Davi, em muitos anos de amizade e companheirismo. Isto significou o fim da carreira de Abiatar como sumo sacerdote em Israel.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 11 e 12 de novembro.

 

O DESTINO DE ABIATAR

 

Leitura Bíblica do Dia: I Reis 2:26 e 27. Mateus 26:14 a 16 e 20 a 25.

 

"E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei [Salomão]: Vai para Anatote, para teus campos, porque és homem digno de morte; porém não te matarei hoje, porquanto levaste a Arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e porque te afligiste com todas as aflições de meu pai. Expulsou, pois, Salomão a Abiatar, para que não mais fosse sacerdote do Senhor, cumprindo, assim, a palavra que o Senhor dissera sobre a casa de Eli, em Silo [leia I Samuel 2:27 a 36]" I Reis 2:26 e 27, com interpolações nossas.

 

O grande erro de Abiatar, em sua velhice, foi ficar ao lado do sucessor errado. Abiatar tomou partido por Adonias, ficando contra Salomão. Abiatar saiu perdendo dessa vez. Salomão se tornou o rei de Israel e puniu Abiatar com banimento do sacerdócio e exílio em Anatote, que era uma das cidades do levitas em Israel. Sempre que política e religião se misturam quem sai perdendo é o lado espiritual da questão, pois a tendência natural da política é atender interesses puramente humanos, não divinos. A Igreja, em geral, conhece muito bem essa história. E nossa Igreja também a conhece muito.

 

Muitas vezes, no ministério pastoral, acontece de um pastor gostar e se apegar a um determinado pastor-presidente de Associação ou Missão, e trabalhar muito bem sob a liderança do mesmo. Mas ninguém fica numa função a vida toda. A fila anda, e a sucessão na função de pastor-presidente de Campo, na Igreja Adventista, acontece. E acontece também que nem sempre a amizade que um pastor distrital teve com o pastor-presidente que se foi continua junto ao novo pastor-presidente. E acontece, muitas vezes, uma certa antipatia de um pelo outro, especialmente se o distrital menciona de forma repetida a amizade que teve com o pastor-presidente anterior. Já vi coisas muito tristes acontecerem nesse relacionamento. Também já vi coisas muito tristes acontecerem entre pastores distritais e os anciãos das igrejas do distrito. Muitas vezes um ancião consegue se relacionar muito bem com seu pastor distrital, trabalhando juntos e sendo verdadeiros amigos, possuindo confiança mútua. Mas o pastor distrital vai embora, e o ancião continua ali, em seu posto, aguardando o novo pastor distrital. Acontece que, muitas vezes, não se dá um bom relacionamento entre esse ancião com seu novo pastor. Um não consegue se relacionar bem com o outro. Acontecem conflitos de opinião, falta-lhes confiança mútua, e as coisas azedam entre eles. E a igreja local sofre as consequências desastrosas dessa falta de simbiose entre o novo pastor distrital e o velho ancião da igreja local. Em todo lugar onde há sucessão em um posto de comando, há conflitos entre quem sucede quem, e os comandados. Isto ocorre em todos os níveis de governo, nas empresas e nas igrejas também, especialmente numa igreja como a nossa, onde o pastor distrital é mudado de quatro em quatro anos (ou menos), e na administração dos Campos, da uniões e da Divisão. Isto não deveria ocorrer na Igreja, mas ocorre. Todos, pastores e membros, são cristãos de carne e osso, humanos, todos com virtudes e defeitos. Nem sempre as coisas ocorrem na Igreja com Deus quer. Davi não agiu sempre como Deus queria. Nossos pastores, anciãos e membros nem sempre seguem o propósito de Deus. Isto é um fato. Que Deus tenha piedade de todos nós, e nos livre de ficar contra Deus.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 

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