segunda-feira, 28 de março de 2011

COMENTÁRIO TEOLÓGICO DA LIÇÃO 1



 

TEMA GERAL DO TRIMESTRE; 

 

"VESTES DA GRAÇA"

 

 

 

LIÇÃO  1

 

NO TEAR DO CÉU

 

 

VERSO PARA MEMORIZAR: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!" (Romanos 4:7, NVI).

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Is 64; Rm 3:21-31; 4:1-7; 6:1-13; Fp 3:3-16.

 

INTRODUÇÃO:

 

Estamos iniciando um novo trimestre em relação ao estudo da Lição da Escola Sabatina, agora com um novo tema geral: "VESTES DA GRAÇA". O título é bem sugestivo e especial. Dá para o leitor notar de imediato que se trata de um estudo sobre a SALVAÇÃO GRATUITA MEDIANTE A FÉ EM JESUS. O tema predominante é a GRAÇA DE DEUS e a JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM JESUS. Um tema cristocêntrico, maravilhoso, muito necessário à Igreja Adventista do Sétimo Dia nesses dias conturbados em que vivemos.

 

A LIÇÃO 1, que agora vamos comentar, traz o título:  NO TEAR DO CÉU.  O título refere-se às VESTES DE JUSTIÇA de que o povo de Deus deve estar revestido para entrar no Céu. Essas vestes de justiça do povo de Deus são confeccionadas pelo próprio Deus, e se referem à JUSTIÇA DE DEUS que atua diretamente para a JUSTIFICAÇÃO e SALVAÇÃO dos pecadores. Paulo declara sobre a Justificação do pecador: "É DEUS QUEM O JUSTIFICA" Romanos 8:33.  Este texto, por si só, já anula por completo a AUTOJUSTIFICAÇÃO ou Justificação própria do pecador. Por isso, a Lição procura mostrar, com base na Bíblia Sagrada, que a JUSTIÇA que justifica os que creem em Jesus é toda ela de Deus, preparada pelo Céu, e não da Terra, preparada pelo homem. É a JUSTIÇA DE DEUS sendo IMPUTADA (creditada) ao pecador que crê em Jesus.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 27 de março.

OLHANDO-SE NO ESPELHO

 

Leitura Bíblica do Dia: Isaías 54:6.  Romanos 3.

 

Quando você lê a LEI DE DEUS, querendo se ver como pessoa que analisa seu caráter e conduta geral e específica, o que você enxerga sobre você mesmo? Você se vê uma pessoa impecável, perfeita, sem nenhum defeito ou falta ética, moral e espiritual? Analisando sua pessoa em geral, sua vida e conduta, pelo "espelho" da Lei Moral, os Dez Mandamentos, você acha que é uma pessoa justa, santa, boa e espiritual? (leia Romanos 7:12 e 14). Sua mente e consciência o/a acusam de algum deslize ético, moral e espiritual, no passado e no presente? Se NÃO, você é uma pessoa MORALMENTE PERFEITA. Se SIM, você é um PECADOR, necessitado da Graça e do Perdão de Deus. O primeiro acha-se JUSTO EM SI MESMO (leia Filipenses 3:4 a 6). Ele constrou dia a dia, por autodisciplina e esforço religioso próprio, uma JUSTIÇA PERFEITA com a qual se apresenta diante de Deus como pessoa justa, santa, boa e espiritual. O segundo tem consciência de que é PECADOR, e que não possui JUSTIÇA PERFEITA em si mesmo. Então apela e clama pela GRAÇA e MISERICÓRDIA de Deus, pois sente necessidade e falta da JUSTIÇA DIVINA, com a qual precisa chegar ao Céu.

 

Isaías profetizou sobre a justiça humana: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia. Todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades [pecados, desobediências, rebeliões contra Deus], como um vento, nos arrebatam." Isaías 64:6, com interpolação nossa.

 

Paulo declara: "Pois todos [os humanos] pecaram e carecem [precisam, necessitam] da glória [do caráter, da justiça] de Deus." Romanos 3:23, com interpolações nossas. E ele afirma mais ainda: "Não há justo, nem um sequer.  ...Todos se extraviaram [se perderam, se afastaram de Deus]..." Romanos 3:10 e 12, com interpolações nossas.

 

Cuidado, pois, com a arrogância e soberba humanas, tão próprias no pecador que se justifica a si mesmo, achando-se melhor que os outros, mais religioso que os demais homens. Olhe-se no Espelho da Lei Moral de Deus, e tire conclusões honestas e sinceras.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 28 de março.

 

JUSTIÇA IMPUTADA

 

Leitura Bíblica do Dia:  Romanos 3 e 4.

 

Se você deseja aprender sobre JUSTIÇA IMPUTADA e Justificação pela Fé em Jesus, precisa ler com muita atenção toda a Carta aos Romanos. Leia, hoje, com muita atenção, Romanos 3 e 4. Em Romanos 3, Paulo ensina como se processa a JUSTIFICAÇÃO do pecador que crê em Jesus. Em Romanos 4, Paulo apresenta ABRAÃO como modelo de homem, mesmo nos tempos do Antigo Testamento, que foi justificado pela fé em Jesus.

 

Jesus nunca pecou (Hebreus 4:14 a 16). Deus IMPUTOU a Jesus os pecados de toda a raça humana, e O condenou à morte como se Ele tivesse sido um pecador. Adão e sua descendência pecaram e se tornaram culpados (Romanos 3:23). Deus IMPUTOU aos pecadores que creram em Jesus a JUSTIÇA PERFEITA que era dEle. Jesus trocou de lugar com os pecadores: Ele levou sobre Si a penalidade da culpa que os pecadores mereciam receber, para que os pecadores, mediante a fé nEle, recebessem a Justiça que somente a Ele pertencia. Ele morreu como se fosse culpado; e os pecadores são salvos como se fossem justos e inocentes. Isto é JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM JESUS.

 

IMPUTAR significa creditar ou atribuir algo a alguém. IMPUTAR JUSTIÇA significa creditar justiça, ou atribuir justiça, a alguém. A BASE, o FUNDAMENTO, para essa imputação de justiça não é o MÉRITO da pessoa, mas sua necessidade básica e fundamental.  Alguém transgrediu a lei, e o juiz o declara culpado, e decreta-lhe a penalidade pela transgressão: a morte. A lei tem de ser cumprida. Então alguém, penalizando-se do condenado, e num gesto de altruísmo, se oferece para receber a pena condenatória da transgressão do outro. Faz isto não por que o outro mereça, pois é culpado; faz isto por favor, por misericórdia, porque o condenado precisa de ajuda, de socorro. Nesse caso, todo o MÉRITO por esse auto-sacrifício em favor do condenado pertence à pessoa que livremente e de forma altruísta se ofereceu para receber a pena em lugar do culpado. Nesse caso, a pena de morte é legalmente desviada do verdadeiro culpado, sendo IMPUTADA ao inocente que se ofereceu espontaneamente para a receber em lugar e em favor do culpado. Ao mesmo tempo em que a penalidade é imputada ao inocente, a inocência é imputada ao culpado. Um troca de lugar com o outro aos olhos da Lei e da Justiça. E o juiz que julga o caso reconhece a validade da permuta diante da Lei. Para o juiz, o que importa é que a Lei seja cumprida. Noções de mérito de um ou de outro não são levadas em conta pelo juiz do caso. Para ele, é suficiente que a Lei seja cumprida e a justiça seja feita.

 

Leia o que afirmamos acima, e, depois, pense em você como sendo o verdadeiro culpado pela transgressão da Lei Moral, e pense em Jesus como sendo o Inocente que Se ofereceu, por amor a você, para receber sobre Si a penalidade pela transgressão que você cometeu. Ele trocou de lugar com você. Ele morreu, sendo o inocente; e você ganhou liberdade e vida, sendo o culpado. A Lei foi satisfeita. A Justiça foi feita. Você foi salvo. Quem salvou você? Você mesmo? Que JUSTIÇA foi oferecida ao juiz para atender as exigência de uma Lei transgredida? A sua, imperfeita e incompleta? Como poderia uma justiça imperfeita e insuficiente, que não é santa, nem justa, nem boa, nem espiritual atender às demandas de uma Lei "santa", "justa" e "boa"; uma Lei "espiritual"? Não, não pode! Somente uma JUSTIÇA PERFEITA poderia atender às demandas de uma LEI PERFEITA (Salmos 19:7). E essa JUSTIÇA PERFEITA jamais se acha nos humanos pecadores, mas somente no DEUS PERFEITO. Perfeição produz perfeição; imperfeição gera imperfeição. Esta é a lei da causa e do efeito.

 

A JUSTIÇA PERFEITA que Deus aceitou para justificar você, amigo pecador, foi oferecida ao Juiz Eterno pelo jovem JESUS de Nazaré, o Messias-Cristo. Ele viveu entre os pecadores por um pouco mais de trinta e três anos, sem jamais cometer um só pecado, quer por pensamento, quer por palavra, quer por ação. Sua vida foi de perfeita justiça. E quando Ele morreu, não morreu por que precisasse morrer. Ele Se ofereceu a Si mesmo para receber sobre sua pessoa santa e perfeita a penalidade que a Lei fazia recair sobre os pecadores. Ele morreu em meu lugar. Ele morreu por mim. Ele morreu a morte que eu merecia morrer, para que eu pudesse receber a vida que somente a Ele, por méritos, pertencia: a Vida Eterna.

 

Que sua vida na Terra se torne em festival de louvor a Jesus, por tão grande salvação conseguida para você.  Somente a Ele pertence a honra, a glória e o louvor por esta salvação. A ninguém mais!

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 29 de março.

 

SEM A LEI

 

Leitura Bíblica do Dia: Romanos 3:21 a 31.

 

"Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas. Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que creem, pois não há distinção [entre judeus e gentios, cristãos e não cristãos], pois todos pecaram e carecem da glória de Deus."  Romanos 3:21 a 23, com interpolações nossas.

 

Romanos 3:21 é um daqueles textos que certas pessoas usam para torcer a compreensão da Palavra de Deus, dando-lhe significado diferente daquele que Paulo queria lhe dar.

 

"Mas, agora..." – Esse "agora", citado por Paulo, tem vários significados: (1) cronológico: Paulo fala dos novos tempos que chegaram para os judeus e para os pecadores do mundo, os novos tempos messiânicos, ou seja, a "plenitude do tempo", citado em Gálatas 4:4 e 5.  (1) Teológico: O significado teológico desse "agora" significa que, da parte de Deus, tudo iria mudar em relação aos pecadores; uma nova justiça iria ser revelada aos humanos. Não a "injustiça" dos gentios (Romanos 1:18 a 32), nem a "justiça legalista", ou "justiça própria", humanista, dos judeus (Romanos 2:1 a 3:20); mas a JUSTIÇA DE DEUS, que foi revelada na vida e obra de Jesus de Nazaré, o Messias-Cristo. (3) Escatológico: Jesus inaugura e consuma a Nova Era de Deus, anunciada anteriormente pela Lei (Pentateuco) e pelos Profetas (todo o restante do Antigo Testamento). Tudo o que os Moisés e os antigos profetas anunciaram sobre o Messias, cumpriu-se "agora", em Jesus, vivo, morto, ressuscitado, assunto ao Céu.

 

"...sem lei...":  Não pela poder ou dinâmica da Lei (Torá). Não foi a Lei que realizou a justificação e salvação dos pecadores. Paulo afirma, em Romanos 8:3, que "a Lei...estava enferma pela carne [pela natureza carnal, pecaminosa, da humanidade]". Isto é, a Lei não pode dar VIDA ETERNA aos pecadores, nem pode dar-lhes vitória sobre o Pecado. A Lei denuncia o pecado, condena o pecado, mas não provê o poder para o homem vencer o pecado e dele se libertar. Deus, então, provê aos humanos pecadores, como profetizado em Gênesis 3:15, o "Descendente" de mulher que iria "esmagar" a cabeça da serpente: o Pecado e a Morte. Como fez Deus essa obra de justificação e salvação? Deus enviou do Céu Seu Guerreiro Mais Valente, Miguel, o "Verbo" de Deus, o qual, fazendo-Se homem, viveu entre os homens pecadores, mas nunca se deixou infectar pelo vírus chamado Pecado. E tudo o que a Lei, isto é, a Torá, dada aos hebreus, não pode realizar, porque se defrontou com homens injustos, pecadores e transgressores da Lei, Deus realizou, dando-nos JESUS, o qual venceu Satanás, o Pecado e a Morte, triunfando sobre eles na Cruz do Calvário e na manhã da Ressurreição, ganhando vitória completa para toda a raça humana pecadora. Agora, sem a Lei, mas em Cristo Jesus, Deus consegue justificar e salvar pecadores que, se deixados a si mesmos, jamais seriam salvos, mesmo vivendo sob o regime da Lei. A culpa não é da Lei em si mesma, diz Paulo em Romanos 7, mas do Pecado, o qual escravizou a raça humana e o destinou à Morte.

 

"se manifestou a JUSTIÇA DE DEUS..." – Ou seja, revelou-se publicamente, aos olhos de todos os pecadores, a Justiça de Deus. E essa Justiça de Deus, a nós revelada, é uma PESSOA:  Jesus, o Messias-Cristo: "SENHOR, JUSTIÇA NOSSA" (Jeremias 23:6). No passado, nos tempos que antecederam à presença de Deus fisicamente na Terra, através da Pessoa de Jesus de Nazaré, Deus estava junto a Israel, mas oculto no Lugar Santíssimo do Santuário, aparecendo somente na luz do Chequiná, sobre o Propiciatório, sobre a Arca da Aliança. Deus apareceu a Israel no Monte Sinai, para lhes anunciar a Lei Moral dos Dez Mandamentos, em meio a relâmpagos e trovões, e o povo ouviu o som da voz de Deus, um som assustador, e o povo teve medo de Deus. Era o Deus Tremendo, atemorizador. Os israelitas pecadores como eram, tremeram nas bases e fugiram de Deus. Deus apareceu a Israel nas mensagens reveladas aos profetas hebreus, de Samuel a Malaquias. Em cada cada uma dessas manifestações anteriores de Deus, a JUSTIÇA DE DEUS sempre esteve em destaque. Mas todos entendiam que a JUSTIÇA DE DEUS era elemento punitivo, que mata o pecador cumpado de transgressão da Lei Moral. Agora, surge a mais clara, exaltada e visível manifestação de Deus: Jesus de Nazaré, o "Verbo" de Deus que a Si mesmo "Se fez carne e habitou entre nós" (João 1:1 a 3 e 14). Aqui, o "Verbo" de Deus recebe o nome JESUS, que significa "Salvador", ou "salvação". Em Seu batismo nas águas, Ele recebe a visita do Espírito Santo, em forma de pomba, o qual O UNGIU, tornando-O "Messias", ou seja, "CRISTO", o Ungido de Deus, ou seja, o Escolhido de Deus, para salvar os humanos pecadores. Ele vai até à morte, e "morte de cruz"; Deus O ressuscita, tirando-O da Morte e da Sepultura, e O recebe na Glória celeste, dando-lhe o Título de "SENHOR", Aquele que vence todos os Seus inimigos, e reina sobre eles todos (Filipenses 2:5 a 11), e todos devem reconhecê-lo como SENHOR, pois Sua vitória foi completa e total. Uma vitória justa, conforme a LEI exigia que o fosse.

 

"...testemunhada pela Lei e pelos Profetas."  Jesus disse aos judeus: "Examinais as Escrituras [as Sagradas Escrituras compostas pela Lei (Pentateuco) e pelos Profetas (os demais livros sagrados do Antigo testamento)] porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas [as Escrituras] que testificam [atestam, testemunham] de Mim." João 5:39, com interpolações e comentários nossos. Jesus não era um alienígena, alguém completamente estranho a Israel. Tanto "a Lei", ou seja, o Pentateuco, os cinco livros escritos por Moisés –Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio  -- como também "os Profetas" – todos os demais livros do Antigo Testamento – já haviam testemunhado, ou seja, anunciado publicamente que o Messias viria para Israel, em algum determinado tempo no futuro. Moisés falou de Sua vinda (Gênesis 3:15; Deuteronômio 18:15); o livro dos Salmos falaram dos sofrimentos do Messias (Salmos 2, 22, 69, 115 e outros mais); profetas como Isaías (Isaías 7, 9, 42, 53 e outros), Jeremias (Jr 23:5 e 6), Miqueias (Mq 5:2), Zacarias (Zc 8, 9, 11, etc.), todos testemunharam dessa presença visível do Messias em Israel. O problema é que Israel não se preparou espiritualmente para receber o Messias. Então Ele "veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam" João 1:11. 

 

A LEI, ou seja, a Torá, cumpriu sua obra em Israel. Se não resolveu todos os problemas na vida dos israelitas, a culpa não foi da Lei (Torá), mas do Pecado que se apossou do homem. Mas Deus não deixou o problema sem solução. Deus sabia que o regime da Lei, ou Torá, seria provisório, ou seja, como afirmou Paulo, "a Lei nos serviu de aio [pedagogo, orientador, professor, preceptor] para nos conduzir [e entregar] a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé [e não pela Lei (Torá) em si mesma" Gálatas 3:24, com interpolação e comentários nossos. Isto é, Deus não deu a LEI (Torá) a Israel para ser um fim em si mesma, em relação ao Pecado e à Morte. Deus a deu a Israel para ser um "AIO", um servo instrutor, um professor, um pedagogo, um preceptor, até que viesse o CRISTO, isto é, o Messias, o "Ungido" e Escolhido de Deus para justificar e salvar os pecadores.  Tudo já estava decidido e determinado por Deus, antes que os fatos acontecessem. Tudo se cumpriu como Deus mandara Seus servos do passado, Moisés e os profetas hebreus, anunciarem. "AGORA...", tudo se havia cumprido conforme o Plano de Deus.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 30 de março.

 

A ROUPA FAZ O HOMEM

 

Leitura Bíblica do Dia:  Romanos 6:1 a 13.  Filipenses 4:13.

 

Quem aceita, pela fé, a Jesus como Salvador, está salvo em Jesus. Foi justificado pela fé em Jesus; foi aceito pelo Pai Eterno como novo membro da família cósmica, universal, de Deus. E agora, como deve agir?  Corre o pecador salvo em Jesus algum risco de voltar àquela vida passada, quando vivia para pecar, estando alienado de Deus e da salvação?

 

Paulo trabalhou com muita competência os dois tempos do processo de salvação, o ANTES e o AGORA , ou seja, o depois de justificado e salvo em Jesus. Em sua Carta aos Coríntios, Paulo afirma: "E assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." II Coríntios 5:17. Quer dizer que "uma vez salvo, para sempre salvo", sem nenhuma chance de retroceder na fé e apostatar de Cristo? Não, nós, os adventistas, não entendemos assim.

 

A Bíblia afirma que a obra de Deus, em relação à salvação do pecador, é dupla:

 

1.      A OBRA DE DEUS POR NÓS, realizada na Cruz, por Cristo Jesus. Chamamos a isto de JUSTIFICAÇÃO. Isto é um ATO DECLARATÓRIO DE DEUS, que anuncia perante o cosmo que fomos aceitos por Deus com base na obra justa de Jesus, vivendo, morrendo e ressuscitando pelos pecadores. Uma obra única, histórica, cósmica, não repetível.

 

2.      A OBRA DE DEUS EM NÓS, realizada pelo Espírito Santo, diariamente, na vida de todo pecador que aceitou a Jesus como Salvador, e foi justificado pela fé. Chamamos a isto de SANTIFICAÇÃO.  Um processo diário, permanente, de mudanças na vida dos pecadores que se entregaram para ser discípulos de Jesus.

 

Ambas essas OBRAS, são obras de Deus, não do homem. Uma é a obra de Deus pelo homem, mediante o viver e agir de Jesus, o Filho de Deus. A outra é a obra de Deus no homem crente, mediante o agir do Espírito Santo na mente e consciência dos crentes.

Os mestres judeus, ao ouvirem Paulo falar em Justificação pela fé em Jesus, achavam que Paulo estava negando a validade da Lei Moral, e estava abrindo as portas para que os humanos pecassem e não se sentissem culpados por isso. Eles viam a justificação pela fé como sendo uma porta aberta para a desobediência à Lei de Deus. E, de fato, alguns também pensam assim nos dias de hoje.

 

Paulo conclui o capítulo 5 de Romanos dizendo assim: "Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa [isto alegrava os legalistas]; mas onde abundou o pecado, superabundou a Graça [isto deixou os legalistas irados com Paulo]" Romanos 5:20, comentários nossos interpostos.

 

Sabendo que estava sendo mal interpretado pela sinagoga em suas declarações, Paulo inicia o capítulo 6 de Romanos com uma pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a Graça mais abundante?"  (Rm 6:1).  Sua resposta imediata foi: "NÃO, DE MODO NENHUM!"  (Rm 6:2). É como se ele dissesse: "Não foi isto o que eu quis dizer!"  Então ele usa os versos de Romanos 6:3 a 14 para afirmar com todas as letras como deve viver e proceder um cristão que acabou de aceitar a Jesus como Salvador, tendo sido justificado pela fé em Jesus. Paulo inicia afirmando que todo cristão salvo pela Graça e justificado pela fé precisa entender o que ocorreu quando do seu BATISMO. Esse Batismo nas águas não é algo apenas simbólico, tipológico e representativo, pois o mesmo revela toda uma teologia de salvação. Primeiro, a IMERSÃO EM ÁGUA. Ora, somente se sepultam pessoas mortas. E aquela IMERSÃO EM ÁGUA, no ato Batismal, significou o SEPULTAMENTO de uma pessoa que MORREU PARA O PECADO. Um pecador que decidiu, pela fé em Jesus, não continuar vivendo para o Pecado, mas para Deus. Ele selou essa decisão através da fé e do batismo. A fé em Jesus o levou ao batismo. Assim como Jesus morreu e foi sepultado, também as pessoas que se unem a Cristo pela fé, morrem com e em Cristo e são sepultadas nas águas do batismo. Assim como Cristo ressuscitou dos mortos e subiu de volta a Deus, os crentes em Cristo saem das águas batismais para viverem uma nova filosofia de vida, sendo, a partir daí, no sentido espiritual, novas criaturas. Ressuscitaram para um novo estilo de vida. Jesus também ensinou sobre esse Novo Nascimento em João 3:1 a 15 (leia o texto).

 

Em Romanos 6:12 a 14, Paulo ensina aos crentes a respeito de como deve cada um deles viver sua vida de pessoa salva pela Graça de Deus, justificada pela fé em Jesus. Preste muita atenção em suas palavras. Elas são dirigidas a mim e a vocês:

 

"Não reine [não governe, não domine], portanto, o PECADO em vosso corpo mortal [em vossa natureza pecaminosa], de maneira que obedeçais às suas paixões [aos seus desejos, sentimentos, gostos, tendências, inclinações]; nem ofereçais cada um [de vós] os membros do seu corpo [ou seu corpo físico] ao PECADO, como instrumentos de iniquidade [ou ferramentas para a prática do pecado, da transgressão]. Mas oferecei-vos a DEUS [como um sacrifício de louvor e adoração], como RESSURRETOS dentre os mortos [como uma pessoa que quer viver uma nova vida, diferente da anterior, marcada pelo serviço ao Pecado]; e os vossos membros a Deus [o vosso corpo físico], como instrumentos de justiça [como ferramentas usadas para a promoção da Justiça de Deus na Terra]. Porque o Pecado não terá domínio sobre vós [não governará mais vossas vidas, não reinará sobre vós], pois não estais DEBAIXO DA LEI [sob a condenação da Lei, como o era antes de serdes justificados e salvos por e em Jesus], e, sim, da Graça [estais sob o governo e domínio de Deus, um reino de Graça, misericórdia e favor]" Romanos 6:12 a 14, com grifos, interpolações e comentários nossos.

 

Quem aceitou a Jesus como Salvador nunca mais será o mesmo. Se PERMANECER CRENTE EM JESUS, conservando-se justificado pela fé, viverá em processo diário de santificação e preparo para viver no Céu, na companhia de Deus e dos santos anjos. Se desistir de sua fé em Jesus, voltando para servir ao Pecado, será agora um apóstata, um traidor da fé, uma pessoa que conheceu a Verdade, mas renunciou à Verdade conhecida. Nunca mais será sua vida semelhante ao que era antes de conhecer a Jesus.

 

E você, crente batizado, membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, como está vivendo sua fé em Jesus?  Tem você se colocado à disposição de Deus, para ser um discípulo? Tem você permitido que o Espírito Santo realize em sua pessoa a obra de santificação tão necessária para o preparar para viver com Deus para sempre? Ou você finge que é crente, mas é um cristão apenas superficial, sem comprometimento com a fé? Que pecados bloqeiam hoje sua santificação?  Quer livrar-se deles?  Entregue-se à obra santificadora do Espírito Santo agora, e deixe-O realizar as transformações que são necessárias.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 31/03 e 01/04.

 

GRAÇA BARATA E LEGALISMO

 

Leitura Bíblica do Dia:  Filipenses 3:3 a 16.

 

Dois erros terríveis as pessoas cometem em relação à teologia da Salvação pela Graça de Deus, mediante a fé em Jesus:

 

1.      O LEGALISMO. O legalista é uma pessoa que vive para a Lei. Ele se dedica a guardar a Lei, sempre na esperança de que a Lei irá lhe prover a Justiça de que ele precisa para ser aceito e recebido na Família cósmica de Deus. O legalista é um esforçado espiritual. Ele se disciplina no esforço para cumprir a Lei. Ele também se regozija em suas conquistas, achando que seu esforço pessoal o elevou a uma categoria especial de homens: aqueles que guardam a Lei moral de Deus. Todo exercício religioso que fazem, como ir aos cultos, dar dízimos e ofertas, fazer o bem a alguém, testemunhar da fé, ser vegetariano, vestir roupas discretas, não usar pinturas e joias, ser temperante, evitar a promiscuidade sexual, ser bom esposo/a e pai, todas essas coisas lhe concedem mértios religiosos, e que Deus considerará, no Juizo Final, esses méritos como sendo a BASE para ele ser para sempre salvo e viver na presença e companhia de Deus. Este é o JUSTIFICADO PELAS OBRAS DA LEI. Suas boas obras o fazem – segundo ele pensa – ser bem visto no Céu.

 

2.      O ANTINOMISMO. O antinomista é uma pessoa liberal. Acha que a Salvação pela Graça de Deus, mediante a fé em Jesus, o deixou livre de qualquer compromisso em guardar os mandamentos da Lei Moral de Deus. Ele afirma que Jesus já guardou a Lei por ele, em seu lugar, e nada mais precisa fazer em relação a isso. E crê na teologia que afirma "uma vez salvo, para sempre salvo". Isto é, o que eu faço depois de ser salvo por Jesus não importa, nem interfere em minha salvação. Jesus me salvou para sempre, e agora estou livre para levar minha vida do jeito que eu quero e escolho, sem nenhum temor de perder minha salvação. Estas pessoas acham que não devem ficar mais preocupadas com regras e mandamentos de Deus. Dizem que tudo isto é coisa do passado, de um estágio inferior, antes que Jesus viesse para salvar o homem pecador. Isto os deixa livres para procederem como o mundo procede, sem amarras, sem censuras éticas e morais, pois a Lei já nada diz para eles.

 

Tanto o LEGALISTA como o ANTINOMISTA estão errados em suas interpretações da Salvação pela Graça mediante a fé em Jesus, ou Justificação pela fé em Jesus. O primeiro, o legalista, quer que sua obediência à LEI MORAL seja a base de sua salvação e aceitação diante de Deus como pessoa justa. O segundo quer uma Salvação que o liberte das exigências da Lei, e o deixe livre para viver a sua vida do jeito que ele quer e gosta, sem que seja necessário prestar contas de sua vida a Deus. Ambos os elementos estão presentes em todas as igrejas cristãs, e causam problemas na igreja, levando outras pessoas a pensarem como eles pensam.

 

Em Filipenses 3:3 a 16, Paulo revela como ele vivia antes, sendo um fariseu legalista, e como passou a viver depois que creu em Jesus e foi justificado pela fé. Leia o texto todo e tire suas conclusões.

 

E quanto a você? Você é um LEGALISTA?  Você é um ANTINOMISTA? Ou você nem sabe como se posiciona entre essas duas formas de pensar?

 

Que você seja um crente justificado pela fé em Jesus, vivendo, pela fé e obra do Espírito Santo, um dinâmico e progressivo processo de santificação, para dentro em breve ser recolhido ao Céu, quando da Segunda Vinda de Cristo. Esta é nossa maior esperança.

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 

 



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