segunda-feira, 28 de junho de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 1 DA ESCOLA SABATINA



TEMA GERAL DO TRIMESTRE:

 

"A REDENÇÃO NA CARTA AOS ROMANOS"

 

 

INTRODUÇÃO GERAL DAS LIÇÕES DO TRIMESTRE

 

Em 1522, Martinho Lutero escreveu seu prefácio ao comentário que fez sobre a Carta aos Romanos, no qual ele declarou:

 

"Esta Carta é a verdadeira parte principal do Novo Testamento e o evangelho mais puro. É digna de que todo cristão não somente a conheça de memória, palavra por palavra, mas também de que se ocupe nela como seu pão cotidiano da alma. Pois nunca pode chegar a ser lida ou ponderada o suficiente; e quanto mais ela é estudada, tanto mais preciosa e apetecível se torna."

 

Creio que Lutero não foi exagerado em suas declarações sobre a Carta aos Romanos.

 

Sempre que a IGREJA esteve em crise de identidade, por haver-se afastado dos claros ensinos trazidos por Jesus e pelos Apóstolos, foi a Carta aos Romanos que apontou a direção correta a seguir. Foi assim no final da Idade Média, quando a Igreja Católica Romana, depois de mil anos dominando o Cristianismo, tinha levado a Igreja ao penitencialismo, às indulgências pagas, à idolatria e culto aos chamados "santos" oficiais, e a uma ideia sincrética de salvação, que misturava FÉ e OBRAS PENITENCIAIS como sendo duas bases para a salvação dos humanos pecadores. Nesse tempo, surge na Alemanha um movimento de Reforma, a partir do interior da própria Igreja Católica Romana, na Alemanha, por meio do monge agostiniano Martinho Lutero, um professor de Teologia na Universidade de Wittemberg, o qual vinha fazendo estudos nas cartas Paulinas aos Gálatas e aos Romanos, descobrindo com alegria a doce verdade teológica da Justificação Somente pela Fé em Jesus Cristo. Em 31 de outubro de 1517, Lutero escreve suas Noventa e Cinco Teses acadêmicas contra a venda de Indulgências Papais na Alemanha, e enaltecendo a teologia paulina da Justificação somente pela fé em Jesus. Daí em diante não houve mais retorno. Em 1521, na Dieta de Worms, Lutero reafirmou a teologia bíblica da Justificação pela fé somente, e renegou publicamente a teologia escolástica defendida pela Igreja Católica Romana. Isto mudou toda a configuração do Cristianismo na Europa Ocidental e, depois, em todo o Ocidente. Esta foi a origem do Protestantismo, cujo fundamento teológico está baseado em cinco pilares principais:

 

  • SOLA SCRIPTURA. As Escrituras Sagradas são a única regra de fé e doutrina, e de prática religiosa. Nada além das Escrituras deve ser aceito por um cristão.

 

  • SOLA GRATIA. Pecador nenhum merece ser salvo, pois "o salário do pecado é a morte" Romanos 6:23. Mas Deus, em Sua livre Graça, tomou a iniciativa de perdoar e salvar os pecadores, sem nenhum mérito da parte destes. Então, Deus salva os pecadores por Sua livre e abundante Graça.

 

  • SOLUS CHRISTUS. E para perdoar, justificar e salvar os pecadores, por Sua livre Graça, Deus-Pai precisou enviar à Terra um Homem-Substituto, Jesus, o Messias-Cristo, o "Ungido" de Deus. João disse: "E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós" João 1:14. A Segunda Pessoa da Divindade Triúna Se fez humanidade na pessoa de Jesus. Aqui na Terra, Jesus passou pela mesma experiência de Adão, mas vivendo em situação adversa. Foi tentado em todas as coisas, mas, no fim de tudo, venceu Satanás, o Pecado e a Morte, tornando-se habilitado legalmente, pela Lei e Justiça divinas, para ser o SUBSTITUTO dos humanos pecadores, na vida e na morte. Somente Jesus passou por esse teste e por esta experiência de vida e de morte. Ao sair daquela sepultura, no terceiro dia após sua crucifixão, Jesus era, agora, o SALVADOR e SENHOR dos humanos pecadores. Por isso, somente Cristo, ou seja, Jesus, o Cristo, pode ser Salvador e Salvação para os humanos pecadores. Ninguém mais. Atos 4:11 e 12.

 

  • SOLA FIDE. Para receber na vida esta Salvação que Jesus providenciou, é preciso que o pecador CREIA EM JESUS. Paulo disse ao carcereiro da cidade de Filipos, que queria saber como alcançar esta salvação: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa [tua família]" Atos 16:31, interpolação nossa.

 

  • JUSTIÇA IMPUTADA. Como Deus declara o humano pecador justificado? Lutero e os reformadores a ele associados responderam: Mediante uma JUSTIÇA IMPUTADA (creditada, sem méritos). Uma Justiça que está fora do pecador, e não dentro do pecador, como se fora uma qualidade moral deste. A Justiça de Cristo, perfeita e santa, é IMPUTADA (creditada, lançada na conta de) a todo pecador que crê em Jesus e se torna discípulo dEle. A Igreja de Roma também falava em Justificação pela Fé em Jesus, mas afirmava que essa Justiça de Cristo era INFUSA (inoculada) no homem, e isto o fazia justo moralmente, capaz de produzir o bem e a justiça perfeita. Como se fora uma vacina, Deus punha dentro da mente e da alma do pecador uma certa quantia da Justiça de Cristo, e este pecador se tornava justo e, por isso, praticava obras de justiça, ou boas obras. Lutero rejeitou por completo esse método de justificação pregado pela Igreja Católica Romana, pois defendia que a Justiça Perfeita com a qual Deus Justifica o pecador que crê em Jesus está fora do pecador crente. Esta Justiça Perfeita está sempre em Jesus, e é creditada, ou imputada, ao pecador que crê em Jesus. Nunca é justiça do pecador, como sendo uma propriedade deste; mas Justiça de Cristo, este, sim, seu verdadeiro e único proprietário, pois a conquistou mediante uma vida  moral perfeita, cumprindo a Lei Moral em toda a sua plenitude. E Jesus foi o único homem sobre a Terra que cumpriu a Lei Moral em sua plenitude, pois nunca pecou, nem por pensamento, nem por palavra, nem por ação.

Esta foi a teologia da Salvação, em termos gerais, pregada por Lutero, aprendida nas Cartas de Paulo aos Gálatas e aos Romanos. E esta teologia é fundamental para a Igreja Adventista do Sétimo Dia hoje.

 

De 1845 até 1888, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, embora não tivesse esse nome oficial por todo esse tempo, mas a partir de 1863, enfrentou séria crise de identidade evangélica. Embora se dissesse mensageira do "Evangelho Eterno", de Apocalipse 14:6 a 12, pregadora da Tríplice Mensagem Angélica de Apocalipse 14, nossa Igreja seguia uma teologia fundamentada na Lei Moral, em geral, e na santificação do Sábado semanal, em particular, sem dar o devido destaque à teologia da Graça de Deus, e sem dar a Jesus Cristo o enfoque central do Plano da Redenção. Ellen White, entre 1883 e 1888, muito escreveu sobre esta aridez de nossos pregadores e pregações em relação a colocar JESUS CRISTO como foco central da vida e da pregação (teologia, doutrina). Nossa Igreja seguiu uma teologia legalista, centralizada na Lei Moral e no Sábado. Como poderia ser ela a pregadora global do "Evangelho Eterno", se não entendia a doutrina central do Evangelho, e a Pessoa central do Evangelho: Jesus Cristo? Para vocês terem uma ideia de como era séria nossa crise de identidade com o Evangelho de Jesus Cristo, em nossas diversas listas de Crenças, ou Doutrinas, Fundamentais, de 1845 até 1888, não aparecia a Justificação pela Fé em Jesus Cristo. Mas estavam lá, em todas as listas, a Obediência aos Dez Mandamentos, e a Santificação do Sábado, em destaque. Isto não seria um erro, se os adventistas do sétimo dia não tivessem omitido a Justificação pela Fé em Jesus, pois esta doutrina é a principal mensagem da Teologia da Salvação em Jesus Cristo. Foi um maior estudo das Cartas de Paulo aos Gálatas e aos Romanos, através de Ellet Waggoner e Alonzo Jones, dois jovens estudiosos adventistas da Califórnia, e co-editores da Revista "Signs of the Times" (Sinais dos Tempos), e também a coragem e tenacidade deles, além de ousadia para confrontarem a teologia oficial da Igreja, defendida por George Butler, presidente da Conferência Geral, e Uriah Smith, redator da Revista "Review anda Herald" já por dezenas de anos. Contando com o apoio irrestrito de Ellen White, líder maior e mais acreditada dos adventistas do sétimo dia, Waggoner e Jones puderam apresentar a teologia bíblica da Justificação somente pela fé em Jesus, num concílio pastoral que antecedeu as reuniões da Assembleia Geral da Conferência Geral de 1888, na cidade de Mineápolis. A base bíblica e teológica do ensino e da teologia deles era a mesma usada por Lutero a partir de 1517: as Cartas de Paulo aos Gálatas e aos Romanos, e o tema da Justificação somente pela Fé em Jesus. Leia, para mais amplo conhecimento destes fatos, o livro do Dr. George Knight, professor da Universidade Adventista Andrews: "EM BUSCA DE IDENTIDADE", publicado pela CASA. Ou: "A Mão de Deus ao Leme", do pastor Enoch de Oliveira, da mesma editora.

 

Ainda hoje, muitos anos depois de 1888, nós, adventistas do sétimo dia, ainda temos certa dificuldade em lidar e entender com profundidade a teologia da Justificação pela fé somente em Jesus. Temos a tendência de seguir uma teologia católico-romana, que mistura FÉ e OBRAS, como sendo duas bases legais para a salvação, uma divina e outra humana; ou seja, Deus e "eu" operamos minha salvação. Salvação, jamais esqueçamos isto, é uma DÁDIVA de Deus a pecadores que não a merecem, mesmo que esses pecadores sejam participante de uma comunidade religiosa cristã, ou denominação cristã, e tenham sido batizados por imersão. Salvação nunca vem ao pecador crente como sendo um pagamento, ou um reconhecimento de méritos do homem. É sempre dádiva da Graça de Deus ao homem. Sempre! E a teologia da Carta aos Romanos vai provar que é assim.

 

 

LIÇÃO 1

 

PAULO E ROMA

 

Verso para Memorizar: "Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque em todo o mundo é proclamada a vossa fé." Romanos 1:8.

 

Leitura Bíblica da Semana: Atos 28:17 a 31; Romanos 1:7 e 15:14, 20-27; Efésios 1; Filipenses 1:12.

 

INTRODUÇÃO

 

Depois que se converteu do judaísmo ao Cristianismo, de forma traumática e contundente, na estrada para Damasco (Síria), leia Atos 9, Paulo sempre teve vontade de visitar Roma, capital do Império e do mundo, e ali pregar o Evangelho de Jesus Cristo, o novo Senhor que agora dominava em sua vida de cristão.

 

Dividimos a vida de Paulo em duas etapas: (1) Saulo, o fariseu; e (2) Paulo, o Cristão. Como Fariseu zeloso e fanático, perseguidor dos cristãos, Saulo tinha sua vida focalizada na Lei, a Torá. Para ele, só interessava o que a Lei dizia, nada mais. E o que a Lei (Torá) dizia não parecia nada favorável a Jesus de Nazaré. Na Lei estava escrito: "...O que for pendurado no madeiro é maldito de Deus..." Deuteronômio 21:23. "Então", perguntava Saulo a si mesmo, "se a Lei afirma que é 'maldito de Deus' quem morre no madeiro, como pode Jesus de Nazaré ser o Messias de Deus, se Ele morreu num madeiro?" Saulo, em assim raciocinando, a partir do que a Lei dizia, rejeitava firme e decisivamente a Jesus de Nazaré como sendo o Messias que Deus enviara a Israel. Por causa dessa maneira de pensar legalista, Saulo via no Cristianismo um desvio dos ensinos das Escrituras hebraicas do Antigo Testamento, e uma negação da Lei, a Torá. Ele não conseguia ver nada além do que a Lei dizia. Ele a interpretava ao pé da letra, e se sentia seguro nesta interpretação. Jesus era para Saulo uma "pedra de tropeço" e uma "rocha de escândalo".  No entanto, na estrada para Damasco (Atos 9), Saulo se encontrou frente a frente com Jesus, a quem ele rejeitava e odiava. Jogado por terra, cego da visão física, amedrontado, Saulo ouviu as palavras: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E sua pergunta foi: "Quem és tu, Senhor?" A resposta inequívoca foi: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues?" E Saulo, humilhado, trêmulo e assustado, pergunta a Jesus: "Que queres que eu faça?" Jesus lhe ordena continuar a viagem para Damasco; ali, o Senhor lhe diria o que fazer. Saulo chegou a Damasco conduzido pela mão, completamente cego. Foi levado a uma determinada casa, e ali, por alguns dias, teve tempo para refletir melhor sobre Jesus e a teologia da Salvação. Saulo teve sua cosmovisão sobre Jesus e Sua obra de redenção completamente mudada. Alguém veio falar com ele e lhe ensinou a verdadeira teologia da salvação, centralizada na vida e na obra de Jesus de Nazaré, o Messias-Cristo que Deus enviara a Israel e ao mundo. Saulo passou a entender que Jesus, para cumprir seu papel de Messias libertador de Israel, primeiro teria de ser o Servo Sofredor dos homens, como mostrado em Isaias 53, o "Cordeiro" que foi levado ao matadouro, como Substituto dos pecadores. E que a morte de Jesus em um madeiro realmente o fazia "maldito de Deus", como a Lei (Torá) proclamava, mas Ele Se fez "maldito de Deus", ou amaldiçoado por Deus, por causa de nós, por nos substituir, em Sua obra vicária, substituinte, de redenção e salvação. Quando Saulo entendeu isto, louvou a Deus por ter enviado a Jesus. E a partir de então, Jesus, que para Saulo tinha sido "pedra de tropeço", passou a ser a "pedra principal", a Rocha sobre a qual Paulo construiu sua nova realidade religiosa e espiritual. Então, e só então, ele afirmou: "Para mim, o viver é Cristo!" E escreveu aos irmãos da Galácia: "Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." Gálatas 2:20. E quanto à Lei (Torá), que fora o foco central de sua teologia e sua vida? Ele declara: "Porque eu, mediante a própria Lei, morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo." Gálatas 2:19. E na Carta aos Romanos ele escreveu sobre a Lei (Torá): "Ora, sabemos que tudo o que a Lei diz, aos que vivem na Lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele [diante Deus] por obras da Lei, em razão de que pela Lei vem o pleno conhecimento do pecado." Romanos 3:19 e 20, interpolação nossa. E conclui com uma pergunta interessante: "Anulamos, pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a Lei." Romanos 3:31.

 

É sobre este jogo constante de ideias e palavras entre Paulo e a Sinagoga que se processa o tema da Carta aos Romanos. O tema central da epístola é a Justificação pela Fé somente em Jesus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o foco central da epístola.

 

ESBOÇO GERAL DA CARTA AOS ROMANOS:

 

  1. Saudação – 1:1 a 15.
  2. Tema Central – 1:16-17.
  3. Diagnóstico Espiritual da Humanidade – 1:18 a 3:20.

3.1.  A Injustiça dos Gentios – Rm 1:18 a 32.

3.2.  A Justiça Legalista dos Judeus – Rm 2:1 a 3:20.

  1. Solução ou Remédio Espiritual para Todos os Humanos – 3:21 a 31.
  2. Abraão: Um modelo de justo pela fé – 4:1 a 25.
  3. Resultados Positivos da Justificação pela Fé – 5:1 a 8:39.

6.1.  A Justificação pela Fé em Jesus liberta da Ira de Deus – Rm 5.

6.2.  A Justificação pela Fé em Jesus liberta do domínio do pecado – Rm 6.

6.3.  A Justificação pela Fé em Jesus liberta da Condenação da Lei – Rm 7.

6.4.  A Justificação pela Fé em Jesus liberta da Morte Eterna – Rm 8.

  1. Israel Rejeita a Justiça pela Fé – 9:1 a 11:36.
  2. Uma Vida de Santificação e Obediência – 12:1 a 15:21.
  3. Novos Planos Evangelísticos de Paulo e suas Despedidas – 15:22 a 16:27.

 

 

Aproxime-se, pois, do estudo da Carta aos Romanos, neste novo Trimestre, em plena certeza de fé, aceitando a Jesus de todo o coração, pois Ele, e ninguém mais, é a Salvação e o Salvador de todo aquele que nEle crê e dEle se torna discípulo.

 

OBSERVAÇÃO: Para um estudo mais amplo e completo, capítulo por capítulo, da Carta aos Romanos, leia meu livro: "O Mistério de Deus Revelado", com 386 páginas, que analisa toda a Carta aos Romanos. Peça-o pelo e-mail: otoniel.carvalho@hotmail.com , ou pelo fone (71) 3321-2820. Preço: R$ 45,00, já com o custo do Correio.

 

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 27 de junho.

 

PAULO E ROMA

 

Leitura Bíblica do Dia: Atos 18:23.

 

Não existe uma declaração de Paulo afirmando quando foi que ele escreveu esta Carta aos Romanos. Os estudiosos do assunto declaram que Paulo estava em Corinto, no final de sua terceira viagem missionária, entre o final do ano 57 e início do ano 58AD, quando escreveu a Carta aos Romanos.

 

É interessante saber que não foi Paulo, nem Pedro, quem fundou a Igreja em Roma, ou seja, a comunidade cristã em Roma. É possível, e o mais provável, que tenham sido judeus, convertidos ao Cristianismo no Dia de Pentecoste (leia Atos 2:1 a 13), que, ao voltarem para casa, em Roma, onde residiam, os iniciadores da Comunidade Cristã, a Igreja, na capital do Império. Deve ter sido um pequeno grupo de judeus convertidos, reunidos em uma determinada casa de um deles, esses membros iniciais da Igreja Cristã em Roma, e seus fundadores.

A Carta aos Romanos é a única que Paulo escreve a uma comunidade de cristãos que ele não iniciou, e com quem jamais se havia reunido. Diversas vezes ele tentou ir a Roma, para pregar ali o Evangelho de Cristo. No entanto, ele tinha uma política de não evangelizar em cidades onde já havia uma comunidade cristã fundada por outros cristãos, visando ganhar tempo, e aproveitar para pregar em cidades ainda não evangelizadas. Paulo queria ir a Roma, passar ali alguns dias, tornar-se conhecido dos irmãos em Roma e, a partir dali, contando com o apoio financeiro e logístico desses irmãos, ir até à Espanha, bem ao ocidente da Europa, para evangelizar ali. Mas Deus, seu chefe e Senhor, sempre o desviou desse objetivo. Deus viu que ainda havia muito trabalho a ser feito na Ásia Menor, antes de Paulo ir para Roma e, posteriormente, Espanha, como era seu plano de trabalho.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 28 de junho.

 

TOQUE PESSOAL

 

Leitura Bíblica do Dia: Romanos 1:8 a 15. 15:20 a 27.

 

Paulo não chegou a Roma da maneira que pensava chegar: Como um campeão do evangelismo cristão, fundador de dezenas de comunidades cristãs por toda a Ásia Menor. Paulo iria chegar a Roma como um "escravo" (grego, doulos) de Jesus Cristo, amarrado, prisioneiro, vigiado por autoridades romanas, para comparecer perante o imperador Nero, para quem ele apelara em julgamento (leia Atos 22 a 28).  Como já afirmamos, Paulo desejava ir até à Espanha, bem ao ocidente da Europa. Mas ele precisava de uma base de apoio para isto, pois queria ir para uma região do mundo onde não havia cristãos, e a presença dos judeus era insignificante, embora os judeus se opusessem à pregação de Paulo.

 

Paulo não era conhecido em Roma, embora alguns cristãos e judeus que ali residiam já o conhecessem, pois Paulo já se encontrara com muitos desses judeus em Jerusalém, por ocasião das festas anuais dos judeus, especialmente a Páscoa. Também alguns cristãos que residiam em Roma já conheciam Paulo de outras cidades onde ele evangelizara. Mas, no geral, ele era desconhecido. Mas Paulo afirma que dedicava tempo a orar por eles (leia Romanos 1:8 a 15). Queria ir a Roma não somente para lhes ensinar o Evangelho, como se nada tivesse a aprender deles. Paulo lhes declara: "desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha" Rm 1:11-12. Paulo queria ir a Roma para dar e receber apoio. Isto é a verdadeira "Koinonia", ou comunhão entre os irmãos de uma fé mútua.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 29 de junho.

 

PAULO CHEGA A ROMA

 

Leitura Bíblica do Dia: Atos 28:16 a 31.

 

A viagem de Paulo para Roma foi cheia de percalços. Até um naufrágio do navio no qual eles viajaram aconteceu.

 

Paulo chegou a Roma como prisioneiro de Cristo Jesus. Seu eficiente testemunho do Evangelho, por toda a Ásia Menor, levou a Cristo centenas de pessoas. Ele se tornou o maior fundador de igrejas locais em todo o primeiro século. Foi o evangelista aos gentios, embora tivesse conquistado para Cristo muitos judeus. Agora, em Roma, Paulo iria dar seu testemunho a judeus e gentios, e testemunharia diante do imperador.

 

Dizem os bons historiadores que Nero, em sua loucura e demência, mandou tocar fogo num bairro da periferia de Roma, pois queria compor uma canção em homenagem a Roma pegando fogo. O povo sabia que fora Nero o incendiário de Roma. No entanto, o imperador, querendo livrar sua cara, culpou os cristãos como responsáveis pelo incêndio. Pedro e Paulo se achavam em Roma nesse período. Nero mandou prender ambos, e os acusou como responsáveis por chefiarem uma possível revolta dos cristãos contra o Império. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo; e Paulo foi decapitado. Então Nero mandou distribuir ao povo, para o acalmar, grandes porções de alimentos, e lhes ofereceu repetidos espetáculos de gladiadores e matança de cristãos pelas feras nos circos de Roma.

 

Enquanto teve oportunidade, Paulo foi incansável em testemunhar de Cristo aos romanos. Não há registro de que ele tenha ido à Espanha, como pretendera, antes de sua prisão. Mas a obra que realizou foi formidável.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 30 de junho.

 

CHAMADOS PARA SE "SANTOS"

 

Leitura Bíblica do Dia: Romanos 1:1 a 7. Efésios 1:4. Hebreus 2:9. II Pedro 3:9.

 

O Tríplice chamado de Deus aos cristãos:

 

  1. Chamado para ser de Jesus Cristo. Romanos 1:6.
  2. Chamado para ser santo. Romanos 1:7.
  3. Chamado para ser apóstolo (mensageiro, missionário). Romanos 1:1. Ellen White afirma que "todo cristão nasce no Reino de Deus como um missionário".

 

Vivendo no mundo, alienados de Deus, cada pecador é apenas mais um na grande multidão de pecadores. No entanto, quando alguém aceita o chamado de Deus para ser cristão, ele ganha uma nova identidade: filho de Deus, por adoção (Romanos 8:12-17). Vinculado a este "chamado para ser de Jesus Cristo" está o "chamados para serdes santos". E vinculado a estes dois chamados anteriores, está o "chamado para ser apóstolo", ou missionário de Deus aos outros pecadores.

 

O termo "santo" não tem o significado de perfeição moral, uma qualificação moral, mas o sentido de ser separado dentre os pecadores para servir a Deus. O "santo" bíblico não é uma pessoal moralmente perfeita em um certo momento de sua vida, mas um "santo" em processo de construção, ou santificação. Cada pessoa que aceita, pela fé, a Jesus como Salvador é declarado justificado, pelo Céu. E logo se inicia nesta pessoa o processo de santificação, processo este que dura toda a vida. Em cada momento da vida, o cristão está sendo santificado; um processo continuado, sob a ação do Espírito Santo.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 01 e 02 de julho.

 

REPUTAÇÃO MUNDIAL

 

Leitura Bíblica do Dia: Romanos 1:8 a 15. Romanos 15:14.

 

"Primeiramente dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós [os cristãos de Roma], porque em todo o mundo é proclamada a vossa fé." Romanos 1:8, interpolação nossa.

 

"E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros." Romanos 15:24.

 

Paulo conhecia a congregação cristã de Roma por informações que recebera de cristãos que lá estiveram antes dele. Mas, como já vimos, não foi Paulo o fundador desta comunidade de cristãos na capital do Império Romano. Também não foi Pedro, pois este apóstolo esteve ali muitos anos depois de a comunidade cristã de Roma ter sido fundada. Também não foi Pedro o seu primeiro "bispo", como afirma a tradição católico-romana, traçando daí a origem apostólica do bispado romano.

 

Tudo o que acontecia no mundo acontecia em Roma. Todas as novidades convergiam para a capital do Império, sua cidade mais importante. De Roma partiam muitas pessoas; para Roma se dirigiam muitas pessoas. Desse ir e vir de pessoas, de todos os credos e de todas as culturas, vinham as informações, as notícias, as novidades. Paulo, um homem muito viajado por todo o Império Romano, especialmente por toda a Ásia Menor, encontrava-se com viajantes que vinham de Roma ou iam para Roma. E muitos desses viajantes eram judeus, conhecidos de Paulo, ou cristãos, também conhecidos de Paulo. Dos viajantes cristãos, Paulo recebia informações sobre o andamento da Igreja em Roma. E pelas informações que recebera até então, Paulo gostou do que ouviu sobre a Igreja em Roma. As informações eram positivas. A vida de fé e discipulado dos cristãos em Roma era destacada pelas pessoas que ali estiveram. Era uma comunidade que gostava de orar, de evangelizar, de viver fraternalmente em Cristo. Este foi o melhor período para a Igreja em Roma. Foi a partir do segundo século que as coisas começaram a mudar para pior na Igreja em Roma.

 

E cada vez mais Paulo ansiava pelo dia de chegar com sua mensagem de Salvação somente em e por Jesus, à capital do Império e do mundo. E essa oportunidade finalmente aconteceu, embora da maneira como ele não esperava. Chegou ali como prisioneiro de César, uma espécie de preso federal.

 

Que fama tem a Igreja Adventista do Sétimo Dia no cenário religioso mundial? O que dizem dela seus membros, e os não membros? Que fama possui sua comunidade adventista do sétimo dia no bairro ou cidade onde você mora? O que dizem os vizinhos da igreja sobre seus membros? A igreja local é amada ou odiada? É ajudadora na comunidade, ou se aliena das necessidades da comunidade? Que imagem passamos aos não crentes sobre nossa presença como igreja na comunidade onde estamos presentes?

 

Pense nessas perguntas a respeito de sua comunidade adventista local, onde você frequenta, ou lidera! Pode ser que algo precise de mudança em sua vida e em sua igreja local.

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 




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